Ella - GiRafa

Epílogo 2/3

– Filhos! – Gizelly gritou ao entrar na cobertura de Rafaella, ajoelhando-se no chão enquanto sentia os cachorros pularem em seu colo.

Um deles era o velho Jack, agora com alguns pelos grisalhos entre os coloridos. Ele havia passado aqueles dias com a loira, devido ao caso que Gizelly estava trabalhando e que a forçou fazer algumas viagens para o Rio de Janeiro. O outro cão era Gaya, uma vira-lata amarela de porte grande que as mulheres haviam encontrado na rua, ainda filhote, enquanto passeavam de noite pelas ruas de São Paulo.

– Mamãe estava morrendo de saudade de vocês! – Gizelly dizia enquanto sentia os animais lamberem seu rosto entre pequenos grunhidos por atenção. – Rafa cuidou bem de vocês?

– Você acha que eu não sei cuidar dos meus filhos? – Rafaella disse, sentindo-se ofendida.

– Acho! – Gizelly respondeu sem hesitar.

– Pois está errada. – Rafaella falou de forma orgulhosa se jogando no sofá.

Gizelly logo se levantou, correndo até o sofá e se jogando em cima de Rafaella. Em poucos segundos sentiu Gaya pular sobre suas pernas e Jack chorar no chão por não conseguir subir. Ela riu enquanto pegava o pequeno cachorro para ajudá-lo a subir.

A advogada se deitou com a cabeça no colo de Rafaella, com Jack sobre seu peito e Gaya sobre suas pernas, sentindo o carinho que a loira fazia em seus cabelos, enquanto ligava a tv. Rafaella sorria largo observando Gizelly se dividir para fazer carinho nos dois cachorros. A loira tinha certeza que não poderia ser mais feliz. Aquela era sua família. E, mais uma vez, ela se pegava apaixonada pelo sorriso da capixaba.

– Vou desfazer minha mala. – Gizelly disse após alguns minutos, levantando-se do colo de Rafaella, enquanto retirava os animais de seu colo.

Gizelly foi em direção ao quarto levando sua mala. Quando entrou na grande suíte, logo se direcionou para o closet. A verdade é que Gizelly não precisava mais levar mala, pois seu armário já estava dividido entre São Paulo e Espirito Santo – apenas levava alguma peça especifica quando Rafaella avisava sobre algum evento ou algo assim. O caso de agora, já que naquele final de semana teria a festa de gala do Grupo Kalimann, em comemoração à abertura da primeira filial na Europa.

Era inegável que Manoela estava liderando a empresa de maneira excepcional. No começo, ela sempre procurava Rafaella, insegura sobre as decisões que tomava. Só que, ano após ano, ela foi adquirindo confiança e se tornando até melhor que Rafaella. Desse modo, atualmente a loira só ia até o grupo na intenção de conversar besteira e vez ou outra supervisionar as decisões de sua sucessora.

– Amor? – Gizelly pode ouvir seu nome ser chamado por Rafaella, enquanto colocava um vestido no cabide.

– No closet. – A advogada respondeu um pouco mais alto.

– Mariana chamou a gente pra ir em um bar hoje. – Rafaella disse, encostando-se no batente da porta, observando a namorada.

Gizelly parou o que fazia e admirou a loira, reparando a pose que a mulher à sua frente mantinha, recostada e despojada no batente. Não resistiu e andou lentamente até a mulher, passando seus braços pela cintura da mais alta. Sentiu os braços de Rafaella passarem por seu pescoço, enquanto recebia um beijo em sua testa.

– Mais tarde? – Gizelly perguntou, de olhos fechados, sentindo os beijos de sua namorada pelo seu rosto.

Rafaella apenas murmurou em afirmação, colando seus lábios nos da advogada, em um beijo lento.

– O que você acha de ir ajeitando a banheira, e eu te encontrar lá. – Gizelly disse, movendo suas mãos lentamente pela cintura da namorada até alcançar a barra do moletom, segurando-a para retira-la.