Campina Verde

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As 4:15 da manhã, Gizelly e seu tio estavam parados esperando o piloto pousar o helicóptero. O vento forte machucava o rosto da advogada, que tentava ver o que Rafaella e sua assistente conversavam.

Rafaella estava claramente de pijama, já Manoela vestia uma calça jeans e um moletom verde. A loira estava visivelmente feliz, ria a todo momento das coisas que Manoela falava. Por outro lado, a advogada estava visivelmente irritada.

Gizelly queria ir até elas, queria confrontar a mais alta, saber o porquê de todo aquele teatro. Será que Rafaella não percebia que não era apenas com a vida da advogada que ela estava brincando.

O piloto se aproximou pegando as bagagens de Gizelly e seu tio, enquanto Rafaella e sua assistente já se ajeitavam dentro do helicóptero. Elas não levavam nada, apenas Manuela que estava com uma pequena bolsa lateral.

Gizelly observava as luzes da cidade se tornarem cada vez menores, sua perna tremia, morria de medo de voar. Sentiu a mão de seu tio segurar a sua, o homem ao seu lado não tinha medo, mas queria deixar sua sobrinha mais calma.

Gizelly sentia o olhar de Rafaella sobre si, acompanhando cada movimento da mais baixa. A advogada, por outro lado, olhava para todos os lugares, menos para a loira sentada a sua frente.

O voo demorou mais do que o previsto, quando enfim o helicóptero pousou dentro das terras da Sra. Kalimann já passava das 7 horas. Um carro sedan esperava na lateral da pista de pouso, o que indicava uma pequena viagem da pista para casa de Rafaella.

– Bom dia, Rodolfo – Rafaella disse abraçando o homem que esperava sua chegada. Era um senhor por volta dos 50 anos, com cabelos e bigode grisalhos.

– Ô, minha princesa, estava com saudades. – O homem se separou, em seguida abraçando Manoela.

– Estes são Gregório e Gizelly – Manoela disse apontando respectivamente, apresentando-os para Rodolfo, que os cumprimentou – Esse é o Rodolfo, o verdadeiro escudeiro de Rafaella. Tudo que precisarem é só pedir a ele.

Após as devidas apresentações, Rodolfo guardava as malas no carro enquanto os outros já se acomodavam. Rafaella estava sentada no banco da frente, o que deu liberdade para que Gizelly a encarasse do banco de trás.

O caminho pela pequena estrada de chão, cercada por muitas árvores, foi curto. Gizelly olhava a paisagem pela janela quando avistou a casa de Rafaella. Não era uma casa simples, longe disso, era uma mansão de arquitetura contemporânea.

A construção era trabalhada em uma mistura de concreto e mármore, e possuía grandes janelas que iam do teto ao chão. O primeiro andar praticamente todo aberto, possibilitando ver a parte interna, já o segundo andar, embora também possuísse áreas abertas, se mostrava mais privativo. Na lateral da casa uma enorme piscina, que parecia sair de dentro da varanda, com uma cascata d'água que caía da sacada da casa.

Gizelly, que nunca tinha visto uma casa como aquela, estava encantada. Quando adentraram a porta principal, ela pode observar os moveis, em maior parte brancos, ornando perfeitamente o contemporâneo com o clássico. Tudo naquela casa parecia ter sido escolhido a dedo.

Rafaella se direcionou para cozinha, sendo seguida pelos outros três. Na mesa, um café da manhã farto estava servido. Eles se sentaram para comer e Gizelly pode observar Rafaella encher uma tigela com cereais, logo depois colocando um leite.

A loira vestia um pijama azul, seu cabelo loiro estava bagunçado, e em seu rosto um olhar perdido, comia seu cereal como uma verdadeira criança. Como uma criança poderia ter tanto poder? Pensava Gizelly.

Os quatro comiam em silencio, cada um na sua própria bolha. O cansaço era visível no rosto de todos.

Após comerem, subiram as escadas para o segundo andar, aonde havia uma segunda sala que separava dois corredores.

– Manu, você mostra o quarto do Gregório? – Manoela concordou com a cabeça – É aquele ao lado do seu. – Gizelly acompanhou com o olhar a dupla se retirar pelo corredor da esquerda. –Doutora, seu quarto fica por aqui.

Gizelly então seguiu Rafaella pelo outro corredor, e observou a mais alta abrir uma porta e entrar.

– Por favor, sinta-se em...

– Que palhaçada é essa, Rafaella? – A advogada disse após fechar a porta atrás de si, cortando a fala da loira. 

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Volto em breve... 

twitter: camiuluss

Ella - GiRafaOnde histórias criam vida. Descubra agora