Brida

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Isabela POV


Os raios solares invadiam o quarto iluminando meu rosto coberto por um edredom um pouco grosso, essa noite fez um frio um tanto quanto inexplicável. Me sentei a cama e pude ver os pés de Chiara pra fora da coberta e Celeste dormindo como um anjo. Sem demorar muito, me levantei e mudei de roupa sem acordar as meninas, descendo pra cozinha e comendo uma fruta como café da manhã. Peguei a wetsuit que havia trago, vesti um shorts confortável e tirei a prancha da prateleira alta da garagem e assim peguei meu rumo em direção a praia.
Era cedo, por volta de 8 da manha. Haviam algumas pessoas na rua, mas deduzi que a praia por agora deveria estar mais vazia e tranquila.
E eu estava certa, até um certo ponto.

Assim que cheguei a praia, observei que o mar estava um pouco agitado e as ondas estavam boas. Prendi a leash em minha perna direita e corri em direção ao mar, atravessei a primeira onda e continuei remando encima da prancha em direção a um pouco mais fundo no mar.

Peguei a primeira onda que vem em minha direção, um pouco alta, mas perfeita. Sem pensar duas vezes eu fui confiando em mim mesma, e deu tudo certo. Peguei uma onda incrível, fazendo movimentos básicos, mas o suficiente pra me divertir.

???? POV

Tinha acabado de chegar na Argentina e não podia estar menos ansioso pra conhecer como era seu mar. Parei o carro próximo a praia e vesti o wetsuit ali mesmo, tirei a prancha de cima do carro e fui em direção a praia. Assim que cheguei na areia, pude ver que além de algumas crianças e adultos que estavam na parte mais rasa, havia uma pessoa acima de uma prancha mais ao fundo. Fiquei observando durante um tempo e devo admitir que a pessoa é muito boa no que faz. Também não pude deixar de sorrir enquanto observava a cena. Prendi a leash na perna e entrei no mar, remando com os braços em direção a pessoa. Atravessei a primeira onda e não demorou muito até chegar a pessoa, que estava sentada encima da prancha, de costas pra mim.

— Cara, você surfa muito!
— Cara? – Uma voz feminina disse, virando a prancha na minha direção
— Meu, desculpa. Eu não percebi que você era uma garota e..
— E só porque eu sei surfar você achou que eu fosse um cara?
— Não, não é isso, eu.. desculpa..

Percebia o olhar furioso da garota sobre mim, tentava de toda forma me explicar até que percebi a mesma começar a rir. A garota começou a rir e me olhou de volta, agora com um olhar mais tranquilo.

— Você caiu.
— Que? No que?
— Eu estava brincando com você, bobo.
— Ah, eu...
— Fica tranquilo, não levei aquilo a sério. Mas eai, vai ficar só encima dessa prancha ou vai mostrar o que sabe fazer "Cara"?

Da postura desajeitada, abri um sorriso confiante. Ajeitei meu cabelo pra trás e deitei de volta na prancha, remando na direção da onda que estava se aproximando de mim.
Depois de pegar a onda, me sentei na prancha e fiquei observando a garota pegar a que vinha atrás dela e dar um show absoluto, com direito a um aéreo perfeito. Assim que ela se aproximou de mim, soltei:

— Você surfa muito, garota
— Você também não é nada mal, cara.

Saimos do mar e fomos em direção a areia, assim que chegamos lá vi ela soltar a leash e soltar o cabelo, se sentando na areia.

— Mas eai, de onde você é, surfista?
— Eu sou brasileira. E você também parece ser pelo seu jeito de falar. Cara.
— Eu sou brasileiro também, carioca. E você é da onde?
— Minas Gerais. O que te traz aqui?
— Tô viajando por ai, conhecendo novos lugares. Você sabe, culturas diferentes, praias diferentes, garotas bonitas.. – Digo apertando de leve o queixo da garota, com certo teor de implicância. Mas ela logo afasta minha mão de seu rosto.

— Entendi, cara. Sua forma de viver.. é, é bem legal.
— E você? O que faz aqui?
— Eu moro e estudo aqui.
— Na praia?

— Não, idiota. Em Buenos Aires. Estou aqui com algumas amigas.
— Amigas? Não estou vendo elas por aqui.
— Digamos que elas não gostem muito de surfar.
— Já você manda muito bem
— Pois é, e pelo que o sol indica, eu devia voltar pra casa pra comer.

Quando o Verão chegaOnde histórias criam vida. Descubra agora