Capítulo 13

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PV. Lexa

Não tive coragem de levantar da cama ainda, encarar o teto tem me parecido uma boa opção por alguns minutos. Esses pensamentos andam martelando na minha cabeça, e a cada dia, tenho ficado mais confusa.

Naquela noite, tudo parecia estar preto e branco para mim, não tinha razão para estar feliz naquela noite, não tinha motivos para dançar. Foi então que algo mudou.
Ao correr meus olho pelo cômodo, vi uma loira entrar pela porta, chamou minha atenção. O azul dos seus olhos coloriram as coisas ao meu redor. O modo como ela andava e sorria fez meu coração disparar, eu então, soltei o ar dos meus pulmões, não havia percebido que tinha prendido a respiração até que ela me fez falta.

Balancei a cabeça rapidamente, a bebida já devia estar fazendo efeito. Droga. Eu nem prestava mais atenção nas besteiras que Bellamy falava, como se não bastasse, Octávia fez o favor de querer apresentar ela e a amiga para nós.

Clarke, era o nome dela. Combinava com ela. Entrava em harmonia com a sua voz. Saia bonito da boca.

Clarke.

Eu não sabia como reagir, minhas pernas davam sinal de que iam me trair a qualquer instante e eu cairia no chão na mesma hora.

Bellamy sem perdeu tempo, se apresentou daquele jeito encantado que só ele consegue. O jeito que fazia todas as meninas se apaixonarem por ele apenas com o olhar. Ótimo, Acabaram minhas chances antes mesmo de ter alguma.

Num movimento rápido, eu acenei com a cabeça, sai dali, sem desespero. Discretamente. Quando cheguei ao lado de fora, corri, corri pelo quarteirão com toda a força que eu tinha, corri por tanto tempo que perdi a noção de que horas eram, sentindo o vento gelado do início de inverno chegando e batendo contra a minha pele.

Quando me aproximava da casa, vi ela sentada em baixo de uma árvore. Não resisti e me aproximei, sentei ao seu lado, e por algum motivo, ela se importou. Pela primeira vez naquela noite, me senti segura, então me permiti chorar.

Depois daquela noite, cada momento me causava borboletas no estômago. Cada sorriso dela me arrancava o ar.
A cada vez que ficávamos mais perto do que deveríamos, meu mundo parava de girar.

Estava apaixonada.

Droga, eu estava fodidamente apaixonada por ela. Pela forma com que ela jogava a cabeça para trás quando gargalhava, pelo jeito que ela torcia o nariz quando alguém a contrariava, pela ruguinha que aparecia entre suas sobrancelhas sempre que ela tentava mentir, pelo seu cheiro.

Finalmente tomei coragem para me mexer, me sentei na cama e olhei pela janela soltando um suspiro preocupado. Onde ela estava? Por que ninguém tinha notícias dela? Pessoas não desaparecem do nada, desaparecem?

E se eu fosse até a casa dela? Não, isso seria uma atitude desesperada.

Você tá desesperada.

Cala a boca!!!

Revirei os olhos para mim mesma e me dirigi para o banheiro, tomei um banho, e meia hora depois eu estava pronta com um vestido branco, uma jaqueta e um coturno preto de salto nos pés.

Descendo as escadas correndo, gritei um bom dia para qualquer um que estivesse por perto e entrei no meu carro sem dar chance para me fazerem perguntas desnecessárias que eu sinceramente, não estava a fim de responder.

A alguns dias eu havia dando carona para Raven até a casa da mãe de Clarke, Raven estava preocupada e queria saber onde a amiga estava. Eu não entrei, não tinha motivos para descer do carro, então apenas me despedi de Raven e fui embora.

Agora eu estava dirigindo até lá novamente, sem Raven para usar de desculpa, apenas eu, desesperada.

Eu não sei da onde eu tirei coragem para bater na porta, mas pus minha melhor cara de pau e esperei a mãe dela atender.

Olá, poderia por favor me informar onde sua filha está para que eu possa correr atrás dela feito uma cadelinha?

Patética, Lexa.

Patética.

Felizmente a senhora Griffin tinha um sorriso no rosto quando me atendeu. Isso podia ter me aliviado, mas o que eu ouvi dela fez meu estômago revirar de nervoso.

- Desculpe, querida, Clarke não estava bem nessas últimas semanas. Me ligou dizendo que precisava de um tempo, que ia passar esses feriados de final de ano na casa de campo da família, fica a alguns minutos da cidade.
Respeitei o momento dela, mas fiquei preocupada. Alguns dias depois liguei pra ela e ela estava em uma festa com Raven, achei que tinha mudado de ideia, que estava se divertindo.

A senhora Griffin encarou o chão por alguns segundos, tinha um olhar triste no rosto. Ela também não estava lidando bem com a situação.

- Enfim, eu acho que ela deve ter voltado pra lá, se isolado, é o que ela tem feito a anos desde que o pai morreu. Fico feliz que tenha amigos que se preocupem com ela mesmo ela tendo se tornando tão fria em relação as pessoas ao seu redor.

Fria? A minha Clarke não era fria.
O que esta acontecendo?

Agradeci pelo tempo tomado dela e segui para o carro depois de pegar o endereço da casa de campo.

Isso tem que dar certo.

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