Capítulo 10

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PV. Lena

Sinceramente? Eu tô me sentindo um lixinho humano. Desde o dia da explosão, eu tenho tido pesadelos com pessoas morrendo por minha causa, e tudo que eu consigo pensar, é que eu deveria ter sido mais cuidadosa.

Tenho revisado todos os meus cálculos a semanas e ainda não sei o que fez a máquina explodir. Naquele dia, quando a máquina explodiu, meu experimento químico foi pelos ares.

Quando as ondas do acelerador de partículas atingiram a kryptonita sintética, ela simplesmente virou poeira no ar, e eu, não faço a mínima ideia de que efeitos isso pode ter causado. Tudo o que eu me lembro é de ter acordado jogada no chão do laboratório, zonza e com a visão meio turva.

Eu havia lacrado todo o laboratório com chumbo, então inicialmente, eu não me preocupei muito, apenas fiquei enraivecida por tanto tempo de cálculos e experiências terem sido jogados fora. O problema mesmo, foi quando eu percebi que não havia tampado a saída de ar.

Agora eu tenho vivido constantemente com um apavorante medo de ter matado algum inocente por culpa da minha imprudência.

Culpa

Era esse o sentimento que vem me atormentando. Kara tem tentado aliviar minha consciência de todos os modos possíveis desde o acidente, mas embora seja fofo, não tem funcionado.

- Tá bom, vamos revisar tudo o que aconteceu durante a explosão então - Alex soou do outro lado do laboratório.

- okay - eu parei um tempo para raciocinar - O acelerador explodiu, as ondas afetaram a kryptonita que tinha no cofre, ela virou poeira e depois disso, tudo é um borrão verde para mim.

- Você disse que a única maneira de as ondas terem afetado alguém, era se tivessem escapado pela saída de ar, certo? - Foi Kara quem se dirigiu a mim dessa vez.

Eu apenas balancei a cabeça em concordância e ela continuou falando.

- Em que parte da L-Corp os dutos de ar terminam?

- Acho que em um canto inferior da parede que fica de frente para a avenida.

- Winn, consegue acessar as câmeras da avenida? - Alex foi em direção ao amigo que agora digitava rápido em seu computador.

Winn não respondeu, apenas continuou digitando. Isso fez com que Kara me encarasse tensa por alguns minutos, ela estava preocupada, mas não pelo menos motivo que eu, ela estava apenas com medo de que depois de descobrir a verdade, eu nunca mais me perdoe por algo que tenha acontecido.

- Consegui - Winn quebrou o silêncio.

O vídeo aberto na tela era de uma das câmeras da L-Corp, ela pegava exatamente todas as pessoas que podiam ter passado por ali naquele momento.

Chegando perto do minuto em que a máquina explodiu, duas meninas entraram no Campo de visão da câmera. Droga, eu estava torcendo internamente para que aquelas duas saíssem da lá o mais rápido possível.

Foi quando tudo aconteceu, a máquina explodiu, as ondas passaram pelos dutos e quando atingiram o lado de fora, o ar ficou cheio de partículas verdes. As meninas que estavam paradas ali perderam o equilíbrio e caíram no chão, tinham sido atingidas diretamente, mas não foi isso que me apavorou, foi o que aconteceu depois.

Todo mundo parou, a filmagem começou a ficar distorcida, mas que diabos aconteceu? Em alguns segundos, a filmagem voltou ao normal e as pessoas voltaram a andar como se nada tivesse acontecido.

- O que aconteceu aqui? - A voz de Kara me tirou do meu transe.

- Eu não faço a mínima ideia, mas precisamos encontrar essas meninas - Alex voltou a olhar para Winn - rastreie o rosto dessas meninas, descubra quem são, tente localiza-las, não sei, só descubra alguma coisa.

- Acha que elas podem saber de alguma coisa? - Foi a minha vez de perguntar.

- Acho que algo de muito errado pode ter acontecido com elas.

- A morena se chama Raven Reyes,25 anos, mora sozinha, histórico escolar perfeito, terminando sua pós graduação em direito - Winn fez uma pausa - A loira se chama Clarke Swan Griffin, 23 anos, mora sozinha também, se inscreve para a pós graduação em medicina todos os anos, mas por algum motivo, nunca apareceu nas aulas.

- Qual você disse que é o nome dela mesmo?

- Clarke Swan Griffin, por que?

- Sei quem ela é!

- Sabe? Como? - Eu perguntei a Alex, todos estávamos confusos.

- O pai dela era cientista, trabalhava pro governo, infelizmente, ele morreu a alguns anos atrás.

- Acha que consegue localiza-la, Winn? - Ele assentiu - Ótimo, podemos começar por ela.

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