Capítulo 4

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- Como assim, quem é Octávia? Tá brincando com a minha cara?

- Clarke, eu realmente acho que você está delirando. Deixa eu te levar no hospital, eu...

- Eu não preciso ir para o hospital, eu preciso que você lembre que ontem nós fomos na festa da sua namorada, OCTÁVIA - A loira deu ênfase no nome da morena, o pronunciando pausadamente.

Uma gargalha alta soou alta e Clarke jurava não entender o motivo da amiga estar mentindo na cara dela.

- Clarke, eu não sei da onde você tirou essa história...- A morena ainda tentava recuperar o fôlego - Mas eu juro para você que eu não namoro nenhuma Octávia. Você esqueceu que eu namorava o Finn até semanas atrás?

O Finn. Tudo voltou na cabeça dela. Como ela poderia ter esquecido? Raven e Finn eram super apaixonados desde o ensino médio. Ele pediu ela em namoro no baile de formatura, 5 anos atrás e havia traído ela a algumas semanas.

Mas, como podia? O dia anterior parecia tão real, ela não poderia ter imaginado tudo aquilo. Um sonho, talvez? Aquilo estava girando na cabeça de Clarke, ela não sabia o que pensar.

Raven despertou Clarke da própria tempestade que ela havia criado em sua cabeça e dessa vez, Raven estava realmente preocupada.

- E se você tiver tido, sei lá, um surto psicótico? É super possível. Ontem foi o aniversário da morte do seu pai e seu cérebro tentou amenizar sua dor em uma realidade alternativa.

Clarke levantou de supetão e encarou Raven.

- Não, eu tenho certeza. Realmente aconteceu!!!

- Clarke, nada disso é real!

- Você está achando que eu enlouqueci.

- Não, eu acho que você não superou seus fantasmas e está sofrendo. Deixa eu te ajudar...

- Eu vou provar, eu vou provar para você que eu estou falando a verdade.

- Como? Isso sim é loucura.

- A casa da Octávia - A loira pegou suas chaves e andou em direção a porta.

- Você quer ir para a casa que você imaginou?

- Eu não imaginei!!! Eu vou te provar, vem comigo.

Clarke saiu correndo e Raven só teve tempo de trancar a porta e seguir a amiga.

As duas entraram no carro e Clarke tentava lembrar o próximo passo a cada rua que elas entravam. Mas ela parecia não se lembrar de onde era. Como? Ela voltou de lá ainda hoje de manhã.

- Clarke, tem certeza de onde estamos indo?

- Quase.

- Quase? Você não sabe para onde estamos indo?

- Me deixe pensar!

Clarke então dobrou a esquina e finalmente viu a mansão a sua frente.

- Eu sabia! Eu sabia! É aqui.

Ela estacionou o carro e desceu logo em seguida, sendo acompanhada por Raven.

- Então você quer que eu acredite que eu sou lésbica e namoro uma menina provavelmente milionária, porque você sonhou com isso?

Clarke bufou e correu até a casa.

Ao se aproximar, ela entrou em estado de choque. O lindo jardim que estava ali até hoje de manhã, estava morto, não havia uma planta viva ali.

Entrando em estado de desespero, tentou sacudir as grandes grades do portão, mas foi em vão. Ela não iria conseguir entrar ali para ter certeza.

- Estão procurando alguém? - Uma voz um pouco arrastada soou atrás delas.

As duas se viraram e perceberam que havia uma senhora de idade sentada na calçada da casa da frente.
Por impulso, as duas andaram até a senhora e Clarke voltou a falar, enquanto a morena permanecia em silêncio.

- A família que mora nessa casa - Apontou com as mãos - Onde eles estão? A senhora viu a que horas eles saíram?

- Minha querida, você era amiga dos jovens que moravam nessa casa? - A mulher tinha um olhar sereno no rosto, mas agora, demonstrava preocupação.

- Sim. A senhora conhece eles?

- Oh, menina, eles não moram mais aí.

- Por que? - Foi a vez de Raven se pronunciar.

- Eles eram um casal, tinham 3 filhos muito adoráveis. Lembro-me bem deles, sempre muito educados - Ela encarou o chão e continuou - Alguns dias atrás, eles sofreram um acidente. A filha do meio, a menina Lexa, não sobreviveu ao acidente. A família por algum motivo, colocou a casa a venda no mesmo dia e não voltaram mais.

- Isso é impossível - Clarke estava em choque - Isso não pode ser verdade.

- Desculpe, querida. Você devia ser próxima deles. Lembro de quando vieram se despedir, a menina Octávia chorava muito. Era uma ótima menina também. Espero que consiga encontrá-los.

- O-obrigada, tenha...um bom dia - Ela travou, não sabia o que fazer.

Raven puxou a amiga para o banco dos passageiros e tomou a chave de sua mão.

- Eu dirijo, você não está em um bom estado agora.

A morena então, dirigiu até seu apartamento. O caminho foi todo silencioso, nenhuma das duas sabia o que dizer. Como poderiam?

Raven não sabia o que se passava na cabeça da amiga, e Clarke, parecia estar em transe.

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