Beautiful Boy

Antes Que Eu O Faça

AVISO: o conteúdo deste capítulo contém menção explícita de bullying e violência física e moral e descrições suicídas. Se isso é um gatilho para você, por favor, não leia, apenas se dirija às notas finais e eu indicarei um local para que você comente pedindo um mini resumo do que aconteceu. Não é um capítulo tão pesado como os de outras histórias minhas, no entanto, não se force a ler o que não está preparado para ler e pode pedir o resumo a vontade, não vai me atrapalhar. O capítulo todo é um grande flashback de quando o quarteto era ainda novinho.

Após a primeira quebra de tempo podem escutar a música acima de quiserem. Boa leitura e boa sorte.
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Beautiful Boy

O inverno tornava as manhãs ainda mais difíceis para Jeon Somi. As ruas vazias e escuras aumentavam seus medos recém-formados e a cansavam.

Com o tempo a garota perdera toda a vontade de viver seu ensino médio tão antes desejado. Nada mais tinha sabor e estava cansada de ouvir e enxergar. Queria dormir com uma ignorância também infindável para não encarar a veracidade da vida.

Os desprovidos de conhecimento são mais felizes e esperançosos de toda forma. Ela notou, tristemente, sua impotência.

Com o tempo, a garota parou de sair tarde da escola. Após a sessão de estudos ela procurava o horário certo com os corredores mais vazios para se esgueirar e chegar em casa sem precisar esconder um machucado da família, que com certeza de preocuparia.

O tempo é indomável e passa sem controle, assim como Somi passou a não conseguir domar sua insegurança. Achava-se um fardo. Descartável.

Tomava um banho e dormia seu sono indesejado, pois desde que tudo começou era impossível ansiar sonhar com a realidade perturbadora, algo que acontecia com cada vez mais frequência.

Soyeon - garota curiosa, este é um adjetivo que pode descrevê-la eternamente - vez ou outra batia na porta e a vizualizava chorando, todavia, não a questionava.

Jeon Soyeon seria sempre uma criança de cinco anos: perguntando ramificadamente a próxima frase. Esmiuçando cada significado durante as conversas.

"Qual é o nome dessa comida?", "Por que é chamada assim?", "Por que é feita disso?", "Quem criou a receita?"

Um tópico era o bastante para horas de trocas de ideias.

Entretanto, ela segurava sua curiosidade em tais momentos e abraçava a irmã mais velha gentilmente, cantando canções calmas e relaxantes.

Algo que ela nunca soube fazer foi consolar. Fazer rir era mais fácil, contudo, o que fazer quando está claro que cada gargalhada forçada é repleta de acúmulo de lágrimas e dor evidente?

O que uma pré-adolescente podia fazer? Afagar a cabeça da outra era o máximo ao seu alcance, em sua concepção.

Sobre o que se tratava, ela não sabia.

Scandal era daquela forma com Somi, especialmente. Com o crescimento do blog, muitos alunos esperavam que as verdades obscuras fossem reveladas através dele, e de fato eram.

Com apenas uma excessão: Jeon Somi. Ela não possuía verdades realmente obscuras; por conta de sua imaculada reputação misturada com o ódio irracional de Scandal, Somi sofria pelas mentiras descaradas criadas e postadas. Estas que se direcionavam todas a si.

Ela tentou com todas as forças desmentir, no entanto, não era extrovertida como a Jeon mais nova.

Quando abriu a boca para falar, era tarde, já havia ficado calada por muito tempo.