parte 5

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Eijirou pegou dois bombons alcoólicos do chique recipiente de vidro. Bem, seu chefe merecia uma recompensa depois de se comportar bem e evitar beber a festa inteira, afinal aquele ponto até Kirishima sentia que precisava de umas duas taças de champanhe.

Ele caminhou até a varanda onde eles estavam tomando um ar e entregou os bombons na mão dele, no entanto, aceitando quando um lhe foi oferecido. Ele precisava mesmo beber algo para encerrar a noite bem.

Ele estava mesmo feliz naquele dia. Se sentia lindo, se sentia másculo e a festa foi bem menos chata do que ele esperava pelas palavras de Katsuki. Talvez seu chefe só odiava muito interação social, ainda por cima uma tão forçada. Fazia anos que Eijirou não se sentia tão bem consigo mesmo, por mais que o dia não tenha tido nada de particularmente especial.

Mas ele era mesmo o tipo de cara que era grato pelas pequenas coisas.

Ele estava distraido pensando sobre isso enquanto comia o pequeno bombom, sentindo o chocolate derreter na boca e o suave gosto do licor que nem parecia alcoólico. Como algo tão pequeno podia ser tão gostoso? Ele precisava de outro desses! Deuses, que gosto bom.

Kirishima sentiu um pouco do recheio escorrer por seu queixo e pensou em limpar antes que seu chefe visse e ele pagasse mico na frente dele (não que fosse ser a primeira vez, todavia, não precisava disso hoje), entretanto, sentiu um dedo apanhar o líquido grudento de seu queixo e se encostar em seus lábios e sem pensar muito ele apenas tentou recuperar o pouco do recheio maravilhoso que tinha perdido.

Quando ele se deu conta de que havia lambido o dedo de seu chefe já era tarde demais. Ele estremeceu pensando em sua demissão em sua mesa assim que chegasse para trabalhar na segunda.

Merda. Merda. Merda.

Eles estavam indo tão bem, ignorando o incidente de um mês atrás no bar, fingindo que nada aconteceu e ele tinha que estragar tudo, né?

Todavia, antes que Kirishima pudesse se afundar mais em sua dura autocrítica, ele ouviu Katsuki:

— Você quer dormir lá em casa hoje depois disso aqui?

Eijirou sentiu seu coração parar. Seu sangue pareceu parar de correr por seu corpo por um segundo e depois voltou, indo todo pro seu rosto. Ele se sentiu ficar quente e vermelho. Talvez parecesse um virgem.

Mas, veja bem, não é todo dia que Katsuki Bakugou te convida para dormir na casa dele depois de você não tão acidentalmente lamber o dedo dele. Ainda mais com um tom que deixava claro que a intenção dele não era dormir.

Claro que a ansiedade de Eijirou falou um pouco mais alto por um momento, entretanto, ele não queria deixar a disforia tirar algo tão bom dele. Aquele era mesmo um ótimo jeito de encerrar a noite, afinal.

— Er... Eu... pode ser... — Eijirou murmurou, envergonhado demais para responder olhando nos olhos de Katsuki. — O senhor quer mais bombons? Eu vou pegar mais. — Ele emendou, percebendo que não conseguiria ficar no mesmo lugar que seu chefe naquele momento.

Ele não conseguiu evitar Katsuki por muito tempo, e se fosse sincero ele nem queria. Logo eles estavam deixando a festa e a viagem de carro até o apartamento de Bakugou foi um piscar de olhos e Eijirou não sabia se foi de fato rápido ou ele teve essa sensação por estar o tempo todo distraído olhando a janela do carro, imaginando quão confortável seria transar com seu chefe naquela cama macia de gente rica que ele via nas séries. Se ele conseguisse.

Eles subiram para o apartamento de Katsuki. Era muito espaçoso e logo de cara ele podia ver uma parede inteira de vidro na sala, a vista linda da cidade iluminada à noite a muitos andares de altura.

The Way You Look Tonight (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora