Epílogo - There is nothing for me but to love you

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NOTAS: Depois de anos, criei vergonha na cara, corrigi umas coisinhas na fic e trouxe um epílogo, para realmente fechar essa fic. espero ter feito algo à altura.



Eijirou respirou fundo, sentindo o cheiro salgado do mar. O sol queimava a pele de seu peito pela primeira vez na vida.

Katsuki havia insistido em passar protetor solar nele, e ele agradeceu por seu namorado rico ter passado um bom protetor que não o fazia sentir pegajoso, entretanto, sua pele ainda estava terrivelmente pálida por causa do creme. Contudo, não importava.

Katsuki podia ter derramado dez quilos de protetor solar nele, e ainda estaria radiante de felicidade. Kirishima caminhava pela praia de sandália no pé, uma bermuda florida de cores berrantes, um óculos de sol... e mais nada. Seu peito nu exibia as cicatrizes de sua cirurgia para qualquer um, e ele as manteve corajosamente. Elas mostravam que ele é, era e sempre será um homem. Elas simbolizavam que ele tinha, finalmente, feito as pazes com sua história e com quem ele era. Não foi fácil. Não é fácil. Apesar disso, ele estava bem longe no seu caminho de amor próprio e os passos à sua frente o traziam mais esperança do que angústia.

Parte disso era, claro, Katsuki. Seu chefe, de alguma forma, se tornou um dos pilares de sua vida, e não apenas por pagar seu salário.

Depois da primeira vez que Eijirou dormiu na casa de Bakugou, os dois caíram no velho hábito de fingir que nada aconteceu depois, assim como foi com a noite do beijo. Alguns toques e olhares trocados eram o máximo que acontecia, e Kirishima estava determinado a fingir que tudo aquilo não o afetava. Não podia ser ganancioso, afinal. Ele tinha se assumido, podia ser ele mesmo e tinha um bom emprego com um salário agradável. Era mais do que muitos poderiam dizer. Ele repetia esse mantra todo dia para si mesmo, e nunca era o suficiente, não quando Bakugou sorria para ele.

Dessa vez, todavia, eles não conseguiram manter a farsa por sequer um mês. Foram duas semanas até Eijirou chegar muito perto e Katsuki beijá-lo no escritório. E então os beijos se tornaram recorrentes. Não importava se era um simples relatório ou reuniões para discutir a agenda da semana, Eijirou nunca mais tinha conseguido entrar na sala de seu chefe sem passar pelo menos meia hora lá.

Ele começou a deixar seu cabelo para baixo. Era inútil gastar esforço estilizando para cima só para Katsuki bagunçar todo o seu cabelo ao beijá-lo. Eventualmente, Eijirou foi à casa de Bakugou de novo. Com alguns meses, ele já sabia exatamente o que fazer com a boca para ter o Katsuki Bakugou gemendo e tremendo, à beira do orgasmo.

O problema não foi esse. Eijirou podia se enganar, repetir que lidaria com seus sentimentos amanhã quantas vezes quisesse enquanto ele estivesse indo para a casa de Bakugou para transar e pronto. O problema de verdade foi quando eles não transaram. Quando Eijirou chegou na casa dele, pensando que aquele podia ser o dia no qual deixaria Bakugou tocá-lo, no qual ficaria nu na frente dele, apenas para seu chefe sentar com ele no sofá, oferecendo um jantar e um filme.

Bakugou tinha cozinhado para ele.

O Katsuki Bakugou tinha cozinhado para ele, e estava perguntando que filme gostaria de ver. Ele não falou nada sobre sua escolha de uma comédia romântica clichê e os dois assistiram o filme. Abraçados no sofá. Naquele dia, Bakugou o levou até a cama e o beijou. Abraçou Eijirou. Era assustador ver um homem tão rude, que gritava o tempo todo no ambiente de trabalho, abraçá-lo com tanto carinho.

Kirishima se deixou envolver e eles dormiram abraçados. Pela manhã, após levantar e comer um café da manhã preparado por seu chefe, como já tinha se tornado rotina nos sábados, Eijirou saiu da casa dele tremendo. Não podia mais controlar seus sentimentos. Ele não tinha a menor condição de lidar com tudo amanhã. Foi naquele mesmo dia que ele voltou para dentro do apartamento e confrontou seu chefe. Que diabos de relação eles tinham agora?

The Way You Look Tonight (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora