Má-fé

capítulo cinco: o julgamento

Jamais pensou estar acordando em um lugar que não fosse sua cama, mas lá estava ela. As cobertas simples lhe causavam cócegas na pele nua dos braços e o cheiro de lavanda era característico de sua irmã mais velha, Narcissa conseguia lembrar.

Coçou os olhos quando ouviu batidas na madeira clara da porta e o rosto amigável de Andrômeda despontar ali, com uma pequena bandeja de café-da-manhã.

A mais velha fechou a porta com o pé, o que fez a loira estremecer levemente.

— Minhas mãos estão ocupadas, Cissy — riu baixo, depositando a bandeja sobre a cama antes de sentar-se ali, também — Pronta para um café da manhã em família?

— Estou — disse calma, pegando a xícara quente — Não precisa ir lá.

— Eu sei, mas você não manda em mim e Teddy ficará com Molly.

— Weasley? — arqueou uma sobrancelha, ainda olhando para a mais velha.

— É a única Molly que conheço, e que confiaria Teddy. Então, sim — revirou os olhos para sua irmã caçula, dando um breve sorriso — Coma.

[...]

Jamais havia gostado daquele lugar, O Ministério da Magia.

Um peso incomum pareceu decair sobre seu corpo quando inúmeros olhares foram lançados para si e para a pessoa que a acompanhava. Narcissa viu quando Andrômeda levantou o rosto após lhe dar um belo sorriso, apertando sua mão com carinho. E então ela retribuiu, espelhando os movimentos da irmã quando adentraram a enorme sala onde ocorreria o julgamento.

— Por aqui, Senhora Malfoy — instruiu Arthur Weasley, mostrando o caminho.

A loira sentiu sua garganta fechar ao olhar Potter, que lhe encarava de volta.

— O julgamento começará em alguns minutos, ok? — questionou o homem ruivo, sentando-se ao lado das irmãs Black.

Narcissa apenas balançou a cabeça, aguardando. Ainda sentia a mão quente de Andrômeda sobre a sua, em uma forma de conforto mudo que ela realmente estava apreciando.

Seu coração pareceu afundar quando todos estavam à postos e com um pequeno aviso, seu filho adentrou o salão.