Foi uma surpresa para quase todos os presentes quando Harry Potter depôs à favor dos Malfoy. Uma onda de burburinhos pareceu tomar conta do lugar, deixando a matriarca inquieta em sua cadeira. Conseguia ver o rosto caído e magro de seu marido, os cabelos opacos assim como seus olhos. Já não parecia mais o mesmo.
E seu garotinho parecia perdido, como se tudo estivesse desmoronando de uma única vez. E talvez estivesse. Talvez aquilo tudo fosse um pesadelo. Mas no fundo, Narcissa sabia que não. Consequências, apenas as consequências.
Andrômeda apertou forte sua mão, trazendo-a de volta para a realidade quando o martelo do Ministro bateu forte sobre a madeira.
Uma parte sua pareceu florescer novamente quando notou Harry Potter lhe sorrindo.
Inocente.
[...]
Os dias de visita em Azkaban não eram tão ruins. Narcissa havia se acostumado com o longo caminho de pedras, até a porta principal. Assim como também já havia se acostumado com a companhia de Harry Potter, que insistia em lhe acompanhar desde o julgamento.
Graças à ele, seu Dragão estava em casa e ela conseguia respirar mais aliviada. E graças à ele, a pena de seu marido havia diminuído. Aquele era o último dia de visitas antes do homem ser solto, e ela estava realmente grata por ter companhia.
— Vou esperar aqui fora.
E então a Senhora Malfoy adentrou a área de visitas. Azkaban havia mudado drasticamente, parecia um lugar mais digno. Avistou o marido sentado em uma cadeira e não conseguiu deter as lágrimas que inundaram seus olhos.
Logo, sentou-se em frente ao homem. E Lucius não demorou até unir suas mãos, mesmo com dificuldades por conta das algemas pesadas.
— O garoto Potter está lá fora, não está? — franziu o nariz, analisando com cuidado o rosto de sua esposa — Por qual motivo não entrou? Ele sempre vem, mas nunca entra.
— Talvez ache que não é apropriado, querido. Potter... Harry, ele está sendo ótimo conosco — suspirou cansada, levando os dedos finos até a lateral do rosto de Lucius — Amanhã você poderá ir para casa.
— Graças ao Santo Potter — disse, sem o desdém costumeiro ou a denotação de nojo. Era apenas um hábito, chamá-lo assim — Como está Draco? Você?
— Está bem, assim como eu. Estamos nos reconstruindo, querido. Tudo ficará bem quando você retornar — falou com carinho — Andrômeda está em nossa casa, com Teddy. Espero que não se importe.
Lucius apenas acenou com a cabeça, não se importando realmente. Era evidente que a presença daquela mulher, sua cunhada, fazia bem para Narcissa e aparentemente o pequeno Lupin era parte do pacote.
— Sorte que temos uma casa grande.
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Má-fé
Fiksi PenggemarOs jardins já não pareciam os mesmos, assim como o rosto pálido que espiava pelas grandes janelas. [família malfoy | short fic]