Nem deu por si a entrar no quarto de hóspedes que lhe fora atribuído. Luke encontrava-se tão absorto no beijo de Açucena, que só percebeu que já estava lá dentro e o resto foi feito em piloto automático, depois de fechar a porta atrás de si.
O quarto era amplo e tinha uma casa de banho privativa. A decoração do mesmo era rústica, com móveis em madeira escura, mas a decoração minimalista era completamente branca.
A cama king size encontrava-se ao meio do aposento, ladeada por duas mesinhas de cabeceira e por tapetes felpudos. Na parede, de frente para a mesma, está um roupeiro e uma cómoda com espelho e, ao lado, a porta para a casa de banho.Senta-se na cama, coloca a cabeça entre as mãos e apoia os cotovelos nos joelhos, inspirando fundo.
Alguma vez tivera tanto tempo a conversar com uma mulher?
E que a conversa fosse tão interessante?
Não se recordava.
Aquela mulher é uma verdadeira caixinha de surpresas e conseguiu deixá-lo com vontade de mais.
Enquanto estavam na feira, esqueceu-se das discussões que tiveram e parecia que isso tinha sido um acontecimento longínquo, enfiado no fundo da sua memória.
Mas, quando o veterinário se aproximou deles, a voz de Wilson soou, mais uma vez, com a constatação do estábulo; Luke estava com ciúme. O seu corpo reagiu à presença de Gary, ficando tenso e sentiu-se ameaçado. Era uma novidade e a verdade é que não sabia como lidar com aquilo, já que Açucena não era sua. Apesar de perceber que estava subitamente interessado nela e de terem trocado aquele beijo, isso não era sinal de algo mais.
Chateado com o rumo dos seus pensamentos, levanta-se da cama, irritado, e aproxima-se da janela do quarto.
Afasta a cortina e abre a janela, debruçando-se no parapeito.
Os barulhos noturnos invadem os seus ouvidos e a paisagem estrelada é arrebatadora, tal como os cheiros característicos do campo.Açucena invade-lhe os pensamentos, mais uma vez, e Luke fecha os olhos durante uns minutos.
Um par de braços rodeia-lhe o tronco e umas mãos repousam no seu abdómen. Luke sobressalta-se e vira-se naquele abraço, dando de cara com a dona dos seus pensamentos.
- Eu preciso do teu beijo outra vez, Luke. - Açucena sussurra, olhando-o nos olhos.
Ele nem exita e cola os seus lábios nos dela, com suavidade e, ao mesmo tempo, uma fome sem sentido.
Os dedos de Açucena acariciam o seu pescoço, provocando doces arrepios e ele enlaça os seus braços na sua cintura, apertando-a contra ele.
O encaixe deles era excitante. Luke não conseguia afastar a boca da dela. As carícias da sua língua são delirantes e viciam.Afasta-se ligeiramente dela para apreciar a sua beleza. Açucena ofega, de olhos semicerrados e os lábios um pouco inchados do beijo.
Luke leva uma mão ao seu rosto, descendo os dedos pela sua face e passa o polegar pelos lábios entreabertos dela.- A feiticeira dos meus pensamentos... - Luke murmura.
- Feiticeira?! - Açucena ri baixinho.
- Só com uma conversa e um beijo, Açucena, e o meu pensamento és tu.
- Vou fingir que acredito. - Ela sorri. - É um exagero, mas eu compreendo o teu dilema.
- Ai é? - Luke arqueia uma sobrancelha e sorri.
- Sim. O meu dilema é o mesmo.
- Hum... É justo que eu não seja o único.
- De besta quadrada, passaste a perdição dos beijos. - Luke ri com a afirmação dela. - O verdadeiro muso da minha perdição.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Tudo na vida pode ser um instante
RomanceAçucena Baker é uma mulher bastante incomum. Empenhada em funções voltadas a homens, trabalha na empresa familiar e está prestes a assumir o cargo de CEO, após o pai se aposentar. Mas, com encontros e embates de personalidade, vê-se balançada por se...