Quase casal

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Olhei ao redor e vi que tava tudo uma bagunça, móveis comprados e espalhados pela sala, felizmente havia uma série de banquinhos e a mesa da cozinha que eu já tinha encomendado há uns dias atrás.

Liguei pra pizzaria em que era socio, e pedi para trazerem uma pizza familia e uma média de sensação (chocolate, merengue e morango), eu sabia que o Bernardo ia gostar.

Em pouco tempo eles já estavam na porta e Bernardo veio correndo em minha direção

Flay: Isso aí mesmo que eu falei, abraça esse tio feio aí.- Disse rindo.

Felipe: E aê, molekao? Como é que tá? -Disse bagunçando seus cabelos pretos e lisos enquanto fazia soquinho com a mão e o menino correspondia.

Flay apareceu por trás acariciando a cabeça do menino, e então ele saiu correndo em direção ao lustre jogado em cima de várias caixas que estava no canto da sala.

A cumprimentei com um beijo na bochecha e ela quis me abraçar, mas como eu sou meio duro e não gostava dessas coisas, instantaneamente congelei.

Ela tava cheirosa demais.

Flay: Que foi? Parece que um bicho te mordeu? Tuas namoradas não te abraçam assim não?- Disse, brincalhona.

Felipe: Se eu tivesse uma vez tido uma, ligaria pra ela pra você perguntar.

Flay: Ainda não? Desde aquela época? Nada mudou?

Felipe: Não tenho nem condições pra isso, madrugada e cerveja todo o dia. Que parceira se submeteria a isso?

Flay: Ahh, tem sempre quem goste. -Disse enquanto caminhava pelo local e analisava.

Flay: O que é isso? Por quê me chamou aqui exatamente? É uma obra que você tá estagiando?

Felipe: Não. Adivinha- Disse, sorrindo de canto.

Flay: Isso é seu? - Seus olhos brilharam e ela pulou de alegria, e em seguida pulou pra cima de mim.

Flay: Eu não acredito que finalmente dona Cristina vai se livrar dessa peste.

Felipe: Fala assim não, eu sou um anjinho em casa. Não dou trabalho nenhum.

Flay: Só em casa... porque na rua... Deus meu. O trabalho que você da é pras mulheres. - Disse isso se aproximando de mim perto do balcão, e de repente eu senti uma tensão estranha, agora não era de constrangimento ou vergonha. Parecia sexual.
E parecia intencional também, porque ela me encarava com aqueles olhos como se pedisse algo pra mim.

Os desviou e mirou para a sacada, e se aproximou para ver o movimento. Já tinha escurecido e agora os carros iluminavam a avenida.

Flay: Eu adoro apartamentos altos com esse tipo de vista. Você se perde com o movimento, parece que tá tudo acontecendo e você tá ali, paralisado- Divagou.

Felipe: Perfeito pra olhar enquanto toma uma breja- Ela me olhou e riu.

Flay: Seu ridículo. Não estraga meu momento de filosofia do dia.

Tocou a campainha e eu já sabia que era a pizza que havia encomendado. Agradeci meu parceiro de entrega e gritei alto o suficiente para que Bernardo ouvisse:

Flayor- ColegialOnde histórias criam vida. Descubra agora