Alguns minutos depois...-Aspeeeen! -ouvi de longe, enquanto flutuava na água de olhos fechados, sendo levada pelas ondas.
Exitei em abrir os olhos e voltar mais para a margem pra ver quem havia gritado pelo meu nome, porque eu reconhecia aquela voz fininha, de volume baixo. Mas mergulhei fundo e nadei de volta até meus pés tocarem a areia, e comecei a andar em sua direção, desconfiada.
-Me perdoa! -pediu me abraçando com força assim que me aproximei.
Eu fiquei em uma súbita dúvida por questão de segundos, se eu devolvia o abraço ou mantinha o orgulho. Mas quando comecei a sentir em meus ombros, as gotas de suas lágrimas escorrendo, meus braços duros e estáticos começaram a se derreter e devolvi com a mesma intensidade aquele abraço que eu estava recebendo. Era como chuva em meio à seca, eu estava necessitando daquele afeto.
-Jordyn o que você está fazendo aqui? Como me achou? -perguntei assim que a soltei, estava ainda confusa com o que estava acontecendo.
-Eu vi seus stories e soube na mesma hora que te encontraria aqui. Tiveram muitas vezes em que passei pela praia e te vi sentada aqui na areia, você não faz ideia do quanto eu quis vir até você, todas as vezes. Eu sinto muito por ter me afastado de você!
-Talvez tivesse que ser assim, tem coisas que acontecem e quando vemos, já foi. Mas eu estou tão grata por você estar aqui agora, não sei o que seria de mim se passasse mais algumas horas sozinha com meus próprios pensamentos. Isso está me arruinando. -confessei.
Ela me olhou fixamente por mais alguns segundos e me apertou novamente contra seu corpo quente, mas que estava encharcado por minha culpa.
-Vamos, vem! Vamos pra minha casa, você vai tomar um banho, colocar roupas secas, comer alguma coisa e me contar tudo...Tudo que perdi por ter sido uma péssima amiga pra você. -disse ela, me puxando pelo braço em direção à calçada, onde sua scooter estava parada.
Subimos na motocicleta, e a abracei por trás quando partimos. Pela primeira depois de muito tempo, sem contar Mason, me senti segura, protegida, e amada. Eu era importante pra alguém, para Jordyn, a melhor amiga que eu jurei que tivesse perdido pra sempre.
Quando chegamos até sua casa, a mãe de Jordyn ficou nitidamente feliz em me ver. E eu fiquei feliz com a reação dela, elas não faziam ideia do quanto aquelas demonstrações de carinho estavam me salvando.
-Está se sentindo um pouco melhor? -perguntou ela, segurando em minha mão enquanto estávamos sentadas no sofá, em frente a TV depois do jantar.
Sorri. Por trás daquele sorriso havia muito sofrimento, mas naquele exato momento, ali com ela, era como se estivesse tudo bem e meus problemas tivessem sido resolvidos.
-Estou. Agora estou.
-O que houve, B? O que te deixou naquele estado em que te encontrei na praia? Você parecia... -ela parou por um momento, respirou fundo e uma lágrima escorreu por seu rosto. - parecia ter desistido. Te ver naquele estado doeu na minha alma, e eu nem sabia que podia sentir algo assim.
Minhas lágrimas que estava relutando tanto para que não caíssem, saíram como se a torneira dentro de mim houvesse sido ligada e emperrada.
-Minha mãe, Jory. Minha mãe, sempre ela. Mas dessa vez ela ultrapassou todos os limites. -comecei e então descrevi detalhadamente cada mínimo detalhe daquele dia infernal.
Ela estava chocada, parecia anestesiada em sem palavras. Seus olhos diziam tudo, a indignação estampada neles, e tristeza por mim, por eu precisar ser submetida à situações como essa, desde sempre.
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A garota que nunca esteve online
Romance2° Livro da série "Garotas incríveis" Sinopse: Aspen Leeds é uma adolescente de 17 anos que teve uma infância muito conturbada e acabou crescendo solitária. Ao mudar de escola, ela decide apenas aproveitar as festas e os rapazes, é quando conhece e...