Capítulo 28

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Não dormi a noite toda porque fiquei aguardando as novidades da operação. Eu estava quase ficando louca quando via enfermeiros a entrarem e saírem sem dizerem uma só palavra. É horrível tudo que está acontecendo e dói saber que o meu amor está em uma sala lutando pela vida. Só peço a Deus que não o leve de mim... De nós... Futuramente ele terá um filho ou uma filha, que merece crescer ao lado do pai... Será horrível se o pior acontecer e não quero imaginar o que será de mim.

Frederico ficou comigo a noite toda, e aquela daí tentou arrumar confusão comigo novamente e Frederico ordenou que ela se retirasse, se não ele mesmo o faria.
Lou ligou para mim quando ficou sabendo na TV que Patrick está internado, e quis vir, mas pedi que ficasse em casa porque amanhã ela precisava estar forte para trabalhar.

Também pensei sobre tudo que descobri sobre minha mãe. Eu quero tanto ouvir de sua boca me contando tudo que aconteceu de verdade. Não é possível que ninguém saiba de seu paradeiro! Até cheguei a pensar em procurar em registros de óbito o nome dela, mas não tenho coragem. Vou contratar um bom detetive para encontrar minha mãe, não pretendo ver nunca mais Natasha e nem negociar com ela, só Deus sabe o que ela pode pedir em troca, do jeito que é louca, com certeza pediria minha alma.

Já são duas da madrugada e estou sentada numa das cadeiras de espera com café na mão-Frederico comprou.

- Por que ninguém aparece para dizer algo? - Pergunto em um fio de voz. Eu chorei tanto que a minha voz está mais rouca e baixa.

- Eu não sei... Mas pelos vistos precisamos estar preparados para o pior... - Frederico fala sério e dá um gole no seu café.

Suspiro e dou um gole no meu café. Ele também está muito abalado... Seu rosto é o reflexo de um homem cansado e abatido. Seus olhos, seu nariz estão vermelhos por causa do choro. Suas olheiras estão mais nítidas e seu rosto pálido.
E eu, acho que estou pior. Com certeza que se Patrick sair por aquela porta e me vir assim, ele vai voltar e pedir ao doutor uma segunda operação - penso e dou um sorriso leve.

- No que está pensando? Parece que pensou em algo que a alegrou... - Frederico fala olhando para mim confuso.

- Nada não... São imaginações da minha cabeça... - Falo envergonhada.

- Então me diga, eu preciso me distrair um pouco... - ele fala apioando seu queixo nas mãos. Seu olhar era de uma criança curiosa para ouvir uma história.

- Eu imaginei que do jeito que estou, se Patrick sair por aquela porta agora, ele vai pedir para o doutor o operar novamente por... - não termino de falar e Frederico solta uma risada contagiante e o acompanho rindo.

- Não, eu acho que não... - Ele fala rindo - Você não está tão mal... Está melhor que muita mulher aí que está usando maquiagem.

- Me engana que eu gosto! - falo sorrindo e ele solta mais uma risada.

O doutor sai da sala de operação junto com Patrick deitado na maca e nos levantamos. Eu queria vê-lo um pouco, mas não deu tempo porque os enfermeiros foram voando. Meu Deus, como ele deve estar? Me dá um aperto no coração ouvir seja lá o que fôr que o doutor venha dizer.

- Então, como ele está doutor? - Frederico pergunta preocupado.

- A operação foi um sucesso - Solto um suspiro aliviada com a situação e dou Graças a Deus - Mas o resto só saberemos depois que ele acordar. O paciente não apresenta sinais de coma que é um milagre, mas demorará um pouco para acordar. Enquanto isso, ele será internado na UTI para ter atendimento intensivo e vocês poderão vê-lo só pela janela do quarto.

- Muito obrigada doutor... - Falo - Mas não tem uma estatística de quando ele vai acordar? Será que não posso entrar para vê-lo? - Pergunto pronunciando as palavras rápido demais porque estou nervosa... Quero beijar suas mãos quero conversar com ele mesmo estar dormindo...

Suzana é Capa de Revista.( concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora