Fearless [Louis Tomlinson]

Capítulo cinco

Fevereiro, 2020. Londres - UK.

Letícia

Eu estaria mentindo se eu falasse que eu estava bem nos primeiros dois dias de trabalho. Tudo passou como um borrão e eu só conseguia pensar na vida que eu havia deixado para trás. Sei que eu deveria estar empolgada com essa nova etapa na minha vida, mas no meu primeiro dia de trabalho eu vi um cubo mágico em cima da mesa de um funcionário e me lembrei de todo o tempo que Alex gastou me ensinando como resolver o brinquedo. No metrô eu escutava um homem cantar uma música dos Beatles e me lembrei de mim e do meu pai cantando Help o mais alto que conseguimos no carro quando ele me levava para o trabalho. Eu via todo o movimento da cidade pela semana da moda que acontecia e lembrava de como a Gabi iria adorar participar desse evento. Dois dias longe de casa e eu já estava chorando com saudades... Ótimo.

Foi com esse sentimento de tristeza que eu passei no mercado e comprei algumas cervejas, chips e um vinho porque eu me sentia com a auto estima melhor quando eu me sentava com uma taça enorme e uma maquiagem bonita. Sim, eu sou maluca e só Deus pode me julgar.

Cheguei em casa e Summer não estava presente aproveitei para tomar um banho, fazer uma maquiagem e arrumar meu cabelo já que era dia de lavar o mesmo.

Depois de organizar meu pequeno ritual, peguei meu celular para mandar uma mensagem para Summer e percebi que a última mensagem que Alex havia me mandado estava nas últimas conversas sem resposta. Eu te amo, Let. Eu te amo, Let. Eu te amo, Let.

Eu

Te

Amo

Let.

Tenha uma vida incrível. Eu te amo e tenha uma vida incrível. Sem arrependimentos.

Tudo que eu estava fazendo no momento era me arrepender. Eu estava trabalhando em emissora foda para caralho e tudo que eu fazia era choramingar com saudade de casa. Eu estava em uma das cidades mais famosas do mundo e tudo que eu fazia era choramingar. Eu estava cansada de me sentir assim, mas eu não sabia por onde começar a seguir em frente. Eu estava me perguntando se estava pronta para essa experiência. Se eu não fui precipitada. Se eu conseguiria me focar no trabalho porque já se foram dois dias de trabalho e eu não havia gravado o nome dos meus colegas e o motivo não era minha memória péssima.

Eu já estava na minha terceira cerveja e meu celular se encontrava aberto na galeria de fotos. Lagrimas caiam enquanto eu passava fotos da minha família, amigos e Alex. Falling do Harry estava acabando de tocar e Forever do Lewis Capaldi era a próxima da minha playlist quando Summer abriu a porta de casa rindo.

- Meu Deus, Leticia quando você falou que iria arrumar a casa hoje eu não contava que seria com as suas lágrimas. - ela colocou sua bolsa em cima da mesa ainda rindo e direcionou o seu olhar para mim. Eu estava a própria cena dramática de novela. Eu estava sentada na pequena varanda do apartamento, maquiada, com lágrimas rolando pelo meu rosto, um cigarro entre os dedos e meu celular aberto na galeria de fotos. Summer suspirou me olhando e pegou duas cervejas na geladeira. Sentou na cadeira a minha frente e me entregou uma long neck. - Devo me preocupar com a bebida? - neguei com a cabeça e ela assentiu - Sua base é muito boa se você quer saber.

- Obrigada. É da boca rosa.

- Sinto que eu deveria saber quem é essa. - mais lágrimas rolaram no meu rosto - Disse alguma coisa errada?

- Eu estou numa cidade que ninguém sabe quem é a Boca Rosa e eu estou bêbada. Sou uma bêbada chorona. Ninguém vai entender minhas piadas aqui na Inglaterra. Eu vou virar só uma louca que fala frases soltas e ninguém entende minhas referências. - disse com a minha voz embargada.