Margarida

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Na calada da noite azul
Numa cidade comum
Onde sopram os ventos do sul
Quando o som do silêncio se torna um

Balança suave o caule fino e delicado
Brancas pétalas de paz
Esculpida em mármore rebuscado
Portadora de uma beleza voraz

Perfuma o frio da neblina
Adoça o ar de Verona
Nessa primavera alcalina
Que desabrochou em mim

Girassol noturno
Observa as faíscas cintilantes
Do amor e do infortúnio
Do veneno e dos amantes

Observa meu amor que agora dorme
Dormir contigo logo irei
Beber de meu destino deverei
Com seu coração frio e teso
Em outro luar desposarei

(Felipe Resende)

Pássaros da Polônia ou: Leito dos Solitários DesatinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora