Despedida de boas-vindas

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Cobrir uma flor com uma tempestade
É desistir de esperar a primavera
E apressar a queda de suas lágrimas
Sem pensar na solidão que a espera
Vendo ao chão o fim de sua eterna fertilidade

Não se esqueça de apagar também
As luzes do jardim
Que acesas escondem a noite
E escondem também
O medo que habita em mim

Aproveite para descansar os pés
Em cima do travesseiro
Onde jaz todos os sonhos
Que me arrepiam inteiro

Entre pela janela
Sirva-se de meu coração
Sinta-se todo em vão
E faça disso o teu lar

(Felipe Resende)

Pássaros da Polônia ou: Leito dos Solitários DesatinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora