Pequenos pesadelos

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Às vezes eu tenho medo
Quando vejo o chão tremer
Com o grito desesperado do trovão
Que ecoa pelo dia ainda cedo
Quem sabe é só a sua maneira
De se libertar da solidão

Quando olho para nós
E sinto medo do que o tempo vai fazer
Se nos ver aqui deitados nas nuvens
Contando as flores do jardim

Nós que não temos início, fim ou meio
Será que devemos ter medo do escuro?
Que nos abraçou em todas as noites do verão
Por que não temer a luz?
Fria e misteriosa clareza
Que expõe o amor à incerteza da visão

(Felipe Resende)

Pássaros da Polônia ou: Leito dos Solitários DesatinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora