Já estávamos em agosto, ou seja, o frio havia ido embora e o calor de sempre já se instalava.
Me arrumei para mais um dia de aula e logo desci.
- Já tô aqui antes que grite. - Gabi falou levantando as mãos, descendo as escadas assim que eu ia chama-la pra irmos.
- Que milagre você não ter se atrasado hoje.
— Na verdade, é porque hoje minha sala vai fazer trote pela escola.
— Sabia que você não tinha acordado mais cedo só pra estudar. – A respondi rindo.
Como estávamos no terceiro médio, as turmas faziam trotes, entre outras brincadeiras ao longo do ano.
A minha turma tinha feito trote semana passada e pelo visto essa semana era a vez da turma da Gabi.
...
Chegamos na escola e assim que entrei no corredor da salas pude ver Gustavo conversando com o quarteto de longe.
Logo o mesmo se virou em minha direção e sorriu, me fazendo retribui-lo com um sorriso também.
Em seguida entrei na minha sala, vendo as meninas juntas no fundão e indo até onde elas estavam.
O professor rapidamente entrou e começou a dar aula.
Geografia, uma das matérias mais chatas que eu já vi, mas como era meu ano de vestibular eu tinha que prestar atenção.
...
O sinal tinha tocado para a hora do intervalo e eu decidi ficar na sala já que não estava me sentindo muito bem, avisei as meninas que ficaria por aqui e elas saíram.
Me sentei, peguei meus fones e meu celular, coloquei uma playlist no aleatório pra tocar e deitei minha cabeça sobre a mesa.
Depois de alguns minutos, senti alguém me cutucar e levantei o rosto para ver quem era.
— As meninas me avisaram que você estava aqui, está tudo bem? – Gustavo perguntou com um semblante preocupado e eu apenas assenti.
— Só tô me sentindo um pouco tonta, mas já vai passar. – O avisei e ele se sentou na cadeira ao lado enquanto me observava. — Não vai sair pro intervalo?
— Vou ficar aqui e garantir que você está bem mesmo. – Respondeu pondo a carteira próxima a minha.
Encostei minha cabeça em seu ombro e ficamos ali daquele jeito por longos minutos.
...
As aulas haviam acabado e eu estava guardando minhas coisas na minha mochila.
A tontura de mais cedo já tinha passado e eu já estava me sentindo melhor.
— Isabela, preciso falar com você. – Alguém que eu não identifiquei quem seria me chamou.
Assim que olhei para a porta da sala vi ele.
— Mas o que...?
— Estou tentando te ligar a dias, mas parece que você esqueceu que tem celular.
Senti minha visão ficar mais turva do que mais cedo e meu corpo começar a não reagir aos meus comandos.
Porque diabos ele estava aqui, ele nunca procurou saber de nós, mas que merda!
— Filha, está tudo bem?
— Não me chama de filha! – Exclamei apertando os olhos e os abrindo em seguida.
— O que você está sentindo? – Ele ignorou minha fala e se aproximou me fazendo dar alguns passos para trás automaticamente.
— Linda, você não vem..? – ouvi a voz de Gustavo perguntar. – O que foi? Quem é você? – foram as últimas coisas que ouvi antes de sentir meu corpo ficar pesado e cair no chão.
...
Senti algo confortável em minhas costas e abri os olhos sentindo uma luz forte adentrar os mesmos.
— Olá senhorita, como está se sentindo? – uma mulher um pouco mais velha com roupa de enfermeira perguntou checando algo em uma prancheta.
— Bem...o que aconteceu?
— Você desmaiou, o médico vai passar aqui para te dar alta, não se preocupe. – Avisou. — Ah, tem algumas pessoas lá fora esperando por você.
— Quem? – tentei levantar mas os aparelhos em meus braços me impossibilitaram.
— Além dos seus pais, sua irmã e um amigo estão aí. – Respondeu-me e eu assenti me deitando novamente e fechando os olhos.
Seus pais.
Por muito tempo não ouvi essas palavras já que meu pai sumiu no mundo deixando minha irmã, minha mãe e eu para trás quando éramos mais novas.
O único meio de contato era por um celular, o que eu me recusava a aceitar.
Minha mãe e minha irmã entraram minutos depois para me ver e pude ver Gustavo adentrar a sala branca assim que elas saíram.
— Você está se sentindo bem, linda? – Ele perguntou depois de se sentar na ponta da cama que eu estava e eu assenti.
— Acho que foi apenas minha pressão que baixou, aquele cara...
— O seu pai?
— É, tanto faz. Ele não tinha o direito de aparecer daquele jeito na minha escola, muito menos na minha vida. – Desabafei e ele veio em minha direção me abraçar.
— A Gabie meio que me contou o que ele fez com vocês, sinto muito.
— Tudo bem, faz tanto tempo que já não me importa mais.
— Ainda bem que tá tudo bem, sério. Quase desmaiei junto quando vi você desmaiando. – Falou me abraçando mais forte e eu ri.
— Bem a sua cara atrapalhar mais do que ajudar mesmo. – Falei brincando me aconchegando mais perto do seu pescoço e ouvi ele soltar uma risada.
— Que calúnia! – Se afastou um pouco para me encarar e meu deu um selinho.
Ouvi o barulho da porta ser aberta e o que eu deduzir ser o medico entrar, ele veio em minha direção checar algo que eu não fazia a mínima ideia do que era e logo começou a falar.
— Senhorita Isabela você está bem, ótima. O que você teve hoje se deu a pressão baixa e ao nervosismo que passou, procure ficar mais calma pelos próximos dias. – Falou e eu assenti.
Só vou ficar calma quando aquele cara sumir da minha vista.
— Já pode ter alta. – Avisou por fim e saiu.
Gustavo me disse que tinha uma muda de roupas limpas no banheiro para que eu pudesse me trocar e ir pra casa e foi o que eu fiz.
Sai do quarto minutos depois e vi além da minha mãe e irmã, as meninas e os meninos nos esperando.
— Eu quase fui com Deus quando soube que você havia desmaiado, quer que sua amiga viva pouco tempo? — Joyce disse colocando uma das mãos na cintura e eu ri.
— Deixa de ser dramática. – Falei e foi a vez dela de rir e me dar um abraço, fazendo todos fazerem o mesmo num abraço enorme.
🦋 ••• Continua...
Tudo muito bom, tudo muito bem...
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Sempre Foi Você
RomanceIsabela sempre achou que o amor era um sentimento amargo, até o destino lembrá-la que ele pode estar onde menos se imagina. PLÁGIO É CRIME! • iniciada em março, 28, 20 • republicada em maio, 4, 21 • finalizada em junho, 6, 22