ᴀʟʟ ᴡᴇ ʜᴀᴠᴇ ʟᴇғᴛ ❃ ɴᴏᴀʜ ᴜʀʀᴇᴀ

47. Carta

Quando saímos do lugar, todos do Now united me acompanharam até minha casa. Any insistiu para que eu deixasse ela fazer brigadeiros, mas no fim eu achei uma ótima idéia.

Eram por volta das nove e pouco da noite quanto todos eles se despediram de forma carinhosa, restando apenas eu e Noah. Eu o puxei para me quarto enquanto comíamos o resto do brigadeiro que Any havia feito.

- Any me ensinou a fazer bri... Brigadeiros! - Digo um pouco animada. - Vamos poder fazer sempre que quisermos agora, sem receitas em português. - Solto uma gargalhada, Noah sorri.

Sem pensar duas vezes seguro na mão de Noah, o puxando para a sacada do meu quarto.

- É a segunda vez que faço isso desde que cheguei aqui no Chile. A vista de lá é incrível. - Digo sorrindo, enquanto puxava a escada que ficava escondida no canto do telhado.

- O que você está fazendo? - Noah se aproxima com uma expressão estranha.

Solto a escada, que desenrola para onde estamos. Começo a subir.

- Vem, Noah! - O chamo quando já estou na metade do caminho para o telhado.

- Tem certeza disso? - Ele diz, ainda parado lá em baixo. Reviro os olhos.

- É claro que eu tenho. Vem.

Ele se dá por vencido, começando a me acompanhar. Demoramos mais alguns minutos para estarmos sentados no telhado da minha própria casa. Eu me ajeitei entre as pernas de Noah, me encostando em seu peito enquanto ele apoiou o queixo na minha cabeça, me envolvendo em seus braços. Eu conseguia sentir o coração dele acelerado.

- Seu coração está acelerado.

- Essa é a prova do poder que você tem sobre mim. - Eu não pude ver sua expressão, mas eu sabia que ele estava sorrindo. Comigo não foi diferente.

Eu só havia vindo aqui uma única vez, mas sem ser acompanhada de ninguém. Eu queria que isso acontecesse quando fosse um momento especial.

- Sabe, eu vou sentir falta de tudo isso. - Noah começa, enquanto olhava para a cidade. - Sempre foi um dos meus sonhos visitar o Chile. E ele ficou ainda mais bonito quando você apareceu. - Ele sorri.

Sem pensar duas vezes junto nossos lábios, em um beijo calmo. É incrível o jeito como Noah ainda consegue deixar meu coração acelerado sempre que isso acontece, mesmo depois de tantas vezes.

- Eu vou sentir sua falta. - Ele sussurra, encerrando o beijo.  - Eu vou sentir muito sua falta.

As suas palavras fizeram meus olhos lacrimejarem. Mas dessa vez, eu tentaria me controlar.

- Não se preocupe com isso agora. - Passo minha mão por uma de suas bochechas, encarando seus olhos brilhantes. - Nós somos namorados agora. E eu não quero me preocupar com nada além de passar todo meu tempo com você. - O puxo para um abraço, que é retribuído.

- Eu te amo, Elisa. - Sinto aquele mesmo arrepio de quando ele me disse isso pela primeira vez. Me afasto um pouco, podendo olhar diretamente em seus olhos.

- Eu também te amo. - Sorrio. - Desculpa por não retribuir o "eu te amo", aquele dia.

Desvio o olhar dele, voltando a encara a cidade á minha frente. Eu me senti culpada por não ter retribuído, eu sei o quanto custa não receber um "eu te amo" de volta. Eu já passei por isso, e não queria que ninguém passasse.

- Você não tem que se desculpar. - Ele segura meu queixo delicadamente, fazendo-me olhá-lo. - Eu não precisava do seu "eu te amo", se não quisesse me apaixonar mais. Se é que é possível. - Ele deixa escapar um riso.