23. Precisamos conversar

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Fechei a porta atrás de mim sem me importar com o vendo frio que batia contra meu corpo. Eu apenas agradecia mentalmente por meus pais terem ido ao mercado logo cedo.

Eu sei que não conseguiria fugir de um interrogatório idiota pra sempre, mas faria o possível para que não fosse agora.
Apesar de eu saber exatamente qual seriam as perguntas, eu não saberia responder.

Ontem, alguns minutos depois que Noah e eu fomos pegos sozinhos em casa, ele saiu.

Obviamente uma tentativa de escapar das perguntas da minha mãe, tendo como desculpa ter que aprender uma nova coreografia. Uma tentativa de fuga que deu totalmente certo.

Eu enchi meus pais com perguntas sobre o teatro, e quando ela finalmente esqueceu o que havia visto, ou pelo menos fingiu esquecer, eu corri para o quarto. Hoje mais cedo, eu me arrumei para ir pra faculdade, e para minha sorte eles não estavam.

Mas eu sei que quando chegar ela vai estar me esperando, e eu preciso saber exatamente o que vou dizer. Ou simplesmente dizer tudo que está acontecendo, que nem é tão simples assim.

Atravesso os portões da faculdade, andando direto para o grande prédio onde aconteceria minhas aulas. No caminho encontrei Mattew, que confessando, estava mais estranho do que nunca. Mas não dei tanta importância, tinha coisas mais importantes para pensar.

***

Encosto a cabeça no sofá, colocando as mãos sobre o rosto. Confesso que já estava ficando irritada com as perguntas idiotas da minha mãe. Aquilo tudo estava totalmente sem nexo, e eu já não aguentava mais.

- Filha, você pode pensar que são perguntas bobas. Mas eu me preocupo demais com você... E um garoto, sozinhos. - Ela se senta ao meu lado calmamente. - É a segunda vez!

Solto um suspiro longo, finalmente a encarando sem nenhum vestígio de felicidade ou interesse no assunto.

- Mãe, ouvindo você falando desse jeito não parece que confia na sua filha. - Disse me levantando, dando um basta naquele assundo que estava me deixando maluca.

- Elisa! - Escutei-a chamar, mas eu já estava no segundo andar e não me daria o trabalho de descer dezesseis degraus novamente.

Caminhei rapidamente pelo corredor, entrando no quarto e fechando a porta com mais força do que eu esperava.

Tirei minha blusa de frio jogando em algum lugar do quarto, indo até o banheiro tomando um banho quente e demorado.
Quando saí vesti meu típico pijama.
Me sentei no tapete fofinho no meio do quarto com as pernas em formato de índio, agarrando meu notebook.

Resumindo, passei a tarde inteira trancada no quarto tentando impedir qualquer contato visual com meus pais. Eu posso estar fazendo tempestade num copo d'água, e talvez toda essa conversa de estar sozinha em casa com Noah seja uma bobagem.

Mas a real é que eu não sei o que está acontecendo entre a gente. Quer dizer, eu gosto muito dele, muito mesmo e acho que esse sentimento é recíproco. Mas ainda é cedo demais para pensar em um relacionamento, quer dizer, nos conhecemos a um mês e alguns dias.

"Você e Noah estão escondendo algo de mim?"

Eu não respondi. O mínimo que fiz foi distorcer todo o assunto, e dizer que somos apenas amigos. Mas é claro que ela lembrou do que Josh tinha dito aquele dia, sobre estarmos nos pegando no canto da pista de patins. E apartir daquele dia nunca mais tivemos uma conversa sobre isso.

Eu gostaria de dizer tudo á ela, mas é mais difícil do que parece. Mas por outro lado, talvez ela saiba o que fazer a respeito. Quer dizer, ela passou pelo mesmo com meu pai. Todos passamos uma vez, né?

Deixo os pensamentos de lado quando ouço três batidas na porta. Levanto do tapete deixando o notebook na mesinha, indo até a porta girando as chaves.

- Precisamos conversar. - Eu não prestei atenção em quem passou pela porta por ter me virado e me jogado na cama, mas pela voz calma mas ainda sim firme eu reconheci ser meu pai.

Essas coisas quase nunca acontecem, é raridade meu pai querer conversar. Ainda mais sobre garotos, já que eu tenho certeza que é sobre isso que vamos falar.

- O que aconteceu agora? - Perguntei tentando parecer menos grossa possível.

- Você sabe perfeitamente o que está acontecendo Brooklyn. Sua mãe e eu só queremos saber o que está rolando entre você e o garoto. - Ele se senta na ponta da cama.

- Noah. - O corrijo, ele assente esperando que eu fale.

Solto um suspiro longo, criando coragem para encará-lo.

- Não tenho nada pra contar. - Digo por fim, abrindo um meio sorrio. Meu pai revira os olhos, mas eu sabia que não foi intencional.

- Por favor Elisa. - Fiz uma careta. Ele quase nunca me chama de Elisa. - Se não se sente bem em compartilhar essas coisas comigo, fale com sua mãe. Ela com certeza entende bem mais, e o jeito que você a tratou não foi o melhor.

- Tudo bem, pai. Eu falo com ela mais tarde. - Levantei, indicando a porta.

- Você deveria falar agora. - Rolei os olhos, suspirando mais uma vez.

- Por quê vocês insistem tanto em um assunto que eu não quero falar? - Minha voz saiu um tanto alterada. - Se a vontade da minha mãe fosse saber o que aconteceu ontem, ótimo, eu já contei que nada demais aconteceu. Mas ela quer saber além disso, quer saber o que eu e o Noah temos. Não, eu não sei ainda. - Me apoiei no batente da porta. - Só... Fala pra ela que quando eu souber, eu conto tudo que ela queira saber.

Voltei a me jogar na cama, com os olhos marejados. Eu não queria chorar, mas parecia que sim. Eu só queria ficar sozinha, e assim aconteceu. Meu pai assentiu, e deixou o quarto.

Confesso que a única resposta que tenho pra todas as perguntas, é que meus sentimentos por Noah estão todos confusos. Eu estou confusa. Eu errei em pensar que sabia o que isso significava. Sim, eu gosto de Noah mais do que eu esperava gostar, mas não é só isso.

E eu preciso descobrir.

Pego meu celular, me deixanso levar pelas redes sociais. Já estava perto das dez horas, e eu teria que dormir em alguns minutos por ter faculdade logo cedo.

Fui surpreendida pela notificação de três novas mensagens.

"Está tudo bem??"
"Por favor Elisa, você não me dá sinal de vida há um dia"
"Ok, preciso de você na sacada do seu quarto, agora"
Noah <3

Fiz uma careta. O que Noah queria do lado de fora da minha casa uma hora dessa? Ainda mais com tudo que está acontecendo aqui.

Abri a porta de vidro sentindo o vento completamente gelado contra meu corpo, e num impulso fechei as portas. Corri até o casaco pendurado na cadeira, o vesti e voltei a abrir a porta, dessa vez com menos frio.














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VOLTEI!!! Espero que vcs tenham gostado, eu n sei o que escrever ultimamente, e eu tive a brilhante idéia de criar outra fanfic sem terminar essa, agora tô toda perdida.

Mas não vou postar nada agora hehe.

Espero que tenham gostado, amo vcs

Não esqueçam da estrelinha, isso motiva muito♡

Kisses <3

ᴀʟʟ ᴡᴇ ʜᴀᴠᴇ ʟᴇғᴛ ❃ ɴᴏᴀʜ ᴜʀʀᴇᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora