7. Doze, treze, quatorze e você, quinze!

1.4K 122 79
                                    

Assim que atravesso as portas de vidro da biblioteca, sinto o vento frio percorrer todo meu corpo, me obrigando a colocar o casaco fofo que estava em meus braços.

Era por volta das sete horas da noite, os flocos de neve caiam cada vez mais rápidos no topo das árvores, enquanto cobriam as calçadas. Minha botas estavam começando a afundar.

Eu estava a alguns metro da minha casa, e ja podia ver as luzes coloridas vindas do meu quarto, provavelmente dos pica-piscas pendurados na parede.
Avisto o mesmo carro escuro de alguns dias atrás, e escorado no mesmo estava Noah.

Ele usava uma jaqueta por cima de um moletom, com os cabelos debaixo da touca e apenas alguns fios a mostra. Suas calças eram brancas assim como seus tênis, e quando me viu seus lábios se entreabriram em um sorriso amigável.

- Eu sei que estava com saudades. - Ele para em minha frente com os braços abertos. Reviro os olhos, e o abraço de volta.

- E então, qual o motivo do suspense? - Digo enquanto caminhava em direção a porta principal. Mas sou interrompida pelo silêncio do Noah, e quando olho para trás o mesmo ainda estava parado. - Você não vem?

- Pensei que não iria me convidar! - Ele passa por mim e abre a porta, fazendo um gesto para que eu entrasse na minha própria casa.

Ele passa pela porta e a fecha logo em seguida, se jogando de forma largada na poltrona ao lado do sofá.
Cruzo os braços e arqueio uma das sobrancelhas.

- Vai me dizer, ou não? - Digo já sem paciência.

- Amanhã nós vamos no chilian Food's, um dos melhores restaurantes Chilenos de acordo com nossos produtores. - Ele sorri

- E o que eu tenho haver com isso?

- Você vai ir!

- E porque eu deveria?

- Eu confirmei a sua presença. - Olho pra ele, espantada. Ele abre um sorriso sem dentes, e eu nego com a cabeça.

- Isso não era pra ser um convite?

- Eu disse um convite, nem tão convite assim. Não é culpa minha se você que entende errado. - Ele cruza os braços

- Mas você fez isso sem me avisar. E se eu estiver proibida de sair?

- Eu falei com a sua mãe, e você com certeza não está.

- Você falou com a minha mãe? - Digo dando ênfase - Amanhã nós combinamos de sair em família, eu sinto muito mesmo.

Faço uma expressão triste, obviamente fingida. Ele pareceu não acreditar em uma sequer palavra, pois começou a gargalhar e continuou assim por longos minutos.

- Eu disse que falei com a sua mãe. Você não tem compromisso, e você não está proibida de sair. Acha mesmo que eu te convidaria para sair sem antes falar com seus pais? Que tipo de garoto acha que eu sou? - Ele se ajeita, secando algumas lágrimas que escaparam de tanto rir.

- O tipo de garoto que marca um encontro sem antes perguntar a garota se ela realmente quer ir! - Digo.

- Eu não disse que iríamos a um encontro. Terão mais pessoas além de nós dois. Eu sei que não é isso que você queria - Ele sorri malicioso - Mas eu prometo que eles são legais.

Solto um suspiro pesado, derrotada. Noah sempre tinha uma resposta pra tudo, e eu não poderia recusar. Afinal já estava tudo combinado.

- Quem são eles? - Me sento no sofá ao seu lado.

Antes que Noah pudesse falar algo mais, a porta da sala é aberta e nossos olhares encontram o de meus pais. Os dois estavam cheios de sacolas, provavelmente voltaram do supermercado.
Noah não pensa duas vezes antes de levantar, e ir até minha mãe ajudá-la com as sacolas.

ᴀʟʟ ᴡᴇ ʜᴀᴠᴇ ʟᴇғᴛ ❃ ɴᴏᴀʜ ᴜʀʀᴇᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora