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A noite sempre parece durar mais tempo quando estamos animados para algum acontecimento que pode acontecer no dia seguinte. E para Dante não foi diferente. Tinha planejado algo e queria que desse totalmente certo, mesmo não tendo certeza de nada ainda.

Acordou algumas vezes até que finalmente o alarme realmente soou. No mesmo instante, correu para a cozinha, antes mesmo de trocar de roupa.

Perto da cafeteira, avistou sua mãe preparando a porção certa para o café de todos daquela casa.

-Bom dia, mãe! Falou com meu pai? -Dante perguntou, sem disfarçar a ansiedade.

-Bom dia, filho. Falei sim, mas antes vá trocar de roupa. Você tem um passeio à tarde. -Ela respondeu.Dante abriu um sorriso e correu em direção à sua mãe, dando lhe um beijo na bochecha e foi para o seu quarto.

-Vou falar com a Alana antes mesmo do horário do almoço. -A mãe avisou antes que o menino pudesse sair da cozinha.

Assim como disse, a mãe de Dante foi até a casa ao lado chamar Alana para pedir a autorização da mesma.

-Alice! Que surpresa te receber por aqui! Posso ajudar em algo?-disse a mãe de Esther assim que abriu a porta.

-Na verdade, eu vim pedir sua permissão em nome do meu filho.

Algumas horas depois, quando o relógio soou 15hrs, a campainha da casa de Esther foi tocada e ela e sua mãe foram atender.

-Quem é? -perguntou a menina quando abriu a porta e viu Dante descendo de sua moto e tirando o capacete.

-Ele é nosso novo vizinho. A mãe dele veio aqui mais cedo para nos conhecermos. Achamos que seria legal se vocês derem um passeio e quem sabe se tornarem amigos, até porque vão conviver bem próximo um do outro agora, certo?

-Mas... De moto? -perguntou, cruzando os braços que estavam cobertos pelo moletom cinza que usava, demonstrando insegurança na ideia.

-Eu ando de moto desde o ano passado. Garanto que não vai acontecer nada contigo. Só peço que confie em mim. -Dante respondeu, esticando a mão com a palma para cima, convidando a menina.

Esther hesitou por um tempo, até que cedeu a ideia e segurou a mão dele e subindo na parte de trás da moto.Enquanto ele colocava o capacete e entregava o de Esther, Alana frisou que esperava os dois antes de anoitecer. Ambos concordaram e Dante já estava acionando a embreagem enquanto iniciava o motor.

-É melhor você se segurar. -Ele avisou.

Esther colocou seu braço por volta do garoto, cruzando suas mãos fortemente para não soltar.Logo Dante estava com a mão no acelerador e antes que a menina pudesse perceber, já não tinha mais volta.

Ao mesmo tempo em que o medo ainda tomava conta de Esther, a adrenalina falava mais alto, juntamente com a sensação da garota, que estava completamente encantada de como era incrível andar de moto por Londres.

A cada curva que faziam, ela podia sentir o vento fazendo com que seu cabelo voasse cada vez mais alto. Seu coração acelerava tanto quanto a moto.Dante prestava atenção em cada detalhe para ter certeza que nada aconteceria, mas não podia deixar de sentir o mesmo sentimento que Esther.

Alguns minutos depois, eles já conseguiam avistar o enorme oceano e a brisa que ele trazia. Dante encontrou um lugar para deixar a moto e eles desceram dela.

-Então é aqui que vamos nos tornar amigos, hum? -Esther disse, tirando o capacete.

-Achei que já éramos amigos.

-E eu nunca achei que fosse andar de moto. -Ela replicou, dando o capacete para o menino.

Eles começaram a caminhar em direção a uma escada que dava para a areia. Não havia muitas pessoas naquele horário, embora o Sol ainda fosse visível. O mar formava as ondas de acordo com que o vento passava e algumas chegavam a tocar nos pés deles.

-É triste ver o tanto de lixo que tem por aqui. -Esther disse quando viu uma lata de refrigerante jogada na areia.

-Tem razão. - Em seguida, abaixou-se para pegar a lata e a encheu com areia. Depois, entregou-a para Esther. – Mas acho que podemos fazer nossa parte.

-Por que encheu de areia? Podia só ter jogado fora. -Ela questionou, rindo e sem entender as intenções dele.

-Por que jogar fora se pode se tornar nossa lembrança?

-Então quer que essa seja nossa lembrança?-Esther replicou esticando a mão, aproximando a lata de Dante mostrando ao que se refere.

-Você não? -Ele retornou a pergunta, segurando a lata para aproxima-la de Esther novamente, enquanto tocava em sua mão.

A menina sorriu meio tímida e então olhou para os olhos dele e seu sorriso desapareceu lentamente, fazendo com que prestasse atenção apenas no olhar que ele também dava a ela.

Esse momento foi interrompido quando começaram a ouvir palmas. Eles olharam para ver sobre o que se tratava e todos que estavam na praia aplaudiam o momento em que o Sol se despedia após mais um dia.

Esther e Dante se juntaram ao resto e apesar de quaisquer problemas que estivessem passando, sentiam como se estivesse ido embora junto com o Sol.Eles passaram muito tempo sentados à beira do mar, conversando, rindo e brincando juntos.

-Eu nunca achei que fosse gostar de vir à praia de moto à noite com meu novo vizinho que mal conheço – Esther disse rindo.

-À noite?

Ambos se olharam assustados, lembrando que houveram combinado de voltar antes de anoitecer.

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