Assim que se lembraram do combinado, Dante e Esther pegaram seus sapatos que haviam tirado para ser melhor de andar na areia e correram para onde a moto estava estacionada.
O menino acelerou mais do que quando estavam indo, pois qualquer minuto perdido naquela situação era essencial. Esther só conseguia pensar no quanto sua mãe devia estar preocupada, com medo de que alguma coisa houvesse acontecido.
Um pouco depois das 21hs, já era possível ouvir o som do motor se aproximando da rua onde eles moravam. Alana abre a porta no momento em que escuta mesmo já estando de camisola e pantufa. Dante para a moto em frente à porta dela e os dois desce, sabendo que talvez estivessem encrencados.
-Eu disse que não queria que chegassem depois do anoitecer! – Alana disse correndo para abraçar Esther.
-Eu me responsabilizo. Estávamos conversando e perdi a noção do tempo. Sinto muito. – Dante se desculpou, olhando para Esther e vendo que ela o olhava como se estivesse agradecendo pelo gesto.
-Isso não vai mais acontecer, mãe. – A menina concluiu.
Mesmo ainda se acalmando do susto, Alana pede para que Esther entre e vá para o quarto.
-Me desculpa. Eu só fiquei muito preocupada. Ela nunca havia andado de moto antes e... – Ela se desculpou.
-Ta tudo bem – Dante disse interrompendo ela. – De qualquer forma, boa noite e garanto que não haverá outro erro desse tipo.
-Boa noite e obrigada. – A mãe de Esther agradeceu, abrindo a porta de casa e entrando em seguida.
-E então? Como foi? Ela gostou da surpresa? – perguntou Alice, assim que o garoto chegou em casa.
-Ela gostou. – respondeu.
-Eu admiro a forma como você se expressa. – A mãe ironizou.
-Você sabe que eu sou mais introvertido! – Dante disse.
-E você sabe que eu sou sua mãe. E a ideia foi minha! – Retrucou.
-E eu te agradeço dona Alice. – Ele disse brincando e beijando as mãos dela.
-É sempre assim. Eu ajudo e não sou valorizada. No dia que eu sair dessa casa... – Alice falava.
-"Você vai sentir minha falta". – Interrompeu Dante, finalizando a fala dela e entrando em seu quarto, fechando a porta logo depois.
Na casa ao lado, o mesmo questionário acontecia, mas dessa vez, ele não se iniciou pela mãe.
-Como você deixa sua filha sair com um completo estranho, mãe? – Esther questionou inconformada.
-Ele é nosso vizinho! – Alana respondeu. – E até parece que você não gostou.
-Eu não disse se gostei ou não. Pare de mudar de assunto. – Esther pediu.
-Não precisa falar. Trouxe até uma lata, Hahaha. – A mãe riu.
-É uma recordação! – explicou a menina.
-Se precisa de recordação é porque você não quer esquecer. E se não quer esquecer, então foi bom. – concluiu Alana.
-Mãe eu tô muito cansada para as suas brincadeirinhas. Boa noite. – terminou Esther, indo em direção ao seu quarto.
Quando chega ao quarto, Esther guarda a lata na caixa em cima de seu armário e fica intrigada, abrindo-a para ver se há algo dentro. Nada. Então ela percebe que é o lugar perfeito para guardar e começar um lugar de recordações.
No dia seguinte, Dante decide levar Esther a outro lugar. Ele toca a campainha e conversa com Alana, mesmo com a menina por perto. O garoto explica que há uma feira perto de onde eles moram e que gostaria de ir com Esther, piscando para Alana, mostrando-a que o mesmo já sabia da história.
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Além do Tempo
RomanceA vida pode pregar muitas peças e, as vezes, pode te instruir à desistir do amor. Mas quando é para acontecer, nem o tempo pode abalar.