O meu pé enrosca na beirada do elevador, o que quase me faz ir ao chão. Por sorte ele é muito ágil e segura-me em um piscar de olhos antes que eu caia, bem a tempo. Ficamos tão perto um do outro que consigo até sentir o seu cheiro, estou com a única mão livre sob o seu peito, quando me dou conta vou me afastando ao poucos, meio sem jeito.
Ele tira uma chave da sua carteira e abre a porta. Assim que piso no apartamento a Cloe corre na minha direção.
— Aí meu Deus! Tell você está bem? Como isso aconteceu?
Ela fala se direcionando para o irmão, mas sem sair do meu lado. Cloe tem 19 anos e trabalha em uma lanchonete, mas pegou férias faz duas semanas.
— Eu estava saindo da faculdade quando vi tudo acontecer, ela estava atravessando a rua e o sinal estava aberto, a sorte dela é que estava na faixa de pedestre da faculdade e ali ninguém corre muito ou podia ter sido pior.
Ao ouvir isso dar um aperto em meu peito, um nó na garganta e uma angústia muito grande, sinto as lágrimas descerem descontroladamente em meu rosto contra minha vontade.
— Não fica assim. — Cloe me abraça e leva-me até o sofá, a essa altura já estou aos soluços, ela faz um sinal para Caio, que vai até à cozinha.
Após uns minutos ele volta com um copo na mão e me entrega. Ainda aos soluços bebo a água com açúcar e pergunto sobre a minha mãe, Cloe fala que ligou pra ela pra falar que eu perdi meu celular, mas não entrou em detalhes sobre o que aconteceu. Aos poucos como num passe de mágica, fui me acalmando e sentindo um grande peso em meus olhos, luto com todas as forças para não dormir, mas é em vão, tudo escurece e eu simplesmente me entrego ao sono.
Ao acordar no dia seguinte já estou em meu quarto, onde não lmbro de ter vindo, levanto da cama e agora sim sinto todo meu corpo doer, estou ainda com as roupas de ontem. Saio do quarto, desço as escada e vou à cozinha em busca de algo para cobrir o gesso, para que eu possa tomar um banho.
Pego um saco plástico e subitamente vejo ele deitado no sofá de qualquer jeito, ele é tão lindo, dormindo dar pra reparar mais direito sem ficar vermelha, ou constrangida. Ele se mexe um pouco e dou uma disfarçada, mas ele não acorda, descido então subir.
Com muita dificuldade tiro a camisa que estou vestindo e tento amarrar o saco da forma mais presa possível para que não molhe, segurando uma das pontas com a mãe livre e a outra com a boca, dou um nó. Após o banho e me vestir, enquanto tento pentear meu cabelo alguém bate na porta, mas não entra e bate novamente.
— Entra! — A porta vai abrindo aos poucos e revelando a pessoa por trás.
— Bom dia! Olha trouxe algo pra você comer.
Ele está com uma bandeja espelhada linda nas mãos, com torradas, suco, leite, café e frutas. O pente está preso em meu cabelo, por que é tão difícil fazer as coisas com a mão contrária?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Minha Pequena, Grande Mentira
RomanceStella foi pra outra cidade fazer faculdade, ela conhece uma amiga que tem um apartamento em Burton pelo Facebook, Cloe. E vai morar com ela e dividir o apartamento. Cloe tem um irmão que Stella não tem conhecimento, os dois se conhecem na faculdad...