Capítulo 3

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Entro no apartamento e vou direto pra cozinha, lembrei que hoje tomei apenas água, já que na hora do intervalo tive que ir à secretaria. Ligo o fogo e deixo a água esquentar enquanto subo e vou tomar um banho rápido, quando desço faço um macarrão com salsicha.

Foi o mais fácil que encontrei pra fazer as pressas.

Termino de comer lavo tudo que sujei e volto pro meu quarto, olho a hora e já passa das oito e meia da noite. Ligo pra minha mãe e ela atende no primeiro toque.

— Oi filha, como você está? Já jantou? Como foi seu primeiro dia de aula? Está se dando bem com a Cloe?

— Estou bem, sim, foi bom e sim. — Falo e deixo um sorriso escapar, mãe é mãe. — Mãe estou morrendo de saudades e você como está? — Falo já com um peso na voz.

— Estou bem meu amor, amanhã eu tenho outra consulta, mas estou bem.

— A tia Susan vai com você? — Susan é uma vizinha da minha mãe, na verdade, é minha segunda mãe e uma irmã pra ela.

— Vai sim filha, não se preocupe, agora eu vou desligar, olha a hora mocinha, amanhã você acorda cedo.

— Tá bom mãe, amanhã eu te ligo pra saber como foi sua consulta, beijos te amo.

— Eu também te amo muito meu amor.

Confiro se meu alarme está ligado e me arrumo pra dormir.

Hoje acordei primeiro do que o despertador, por incrível que pareça, não consegui dormi direito durante a noite, passei a noite quase toda pensando em minha mãe, ouvi até quando a Cloe chegou

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Hoje acordei primeiro do que o despertador, por incrível que pareça, não consegui dormi direito durante a noite, passei a noite quase toda pensando em minha mãe, ouvi até quando a Cloe chegou.

Levanto lentamente e vou até o banheiro, escovo meus dentes, lavo bem meu rosto e vou pro chuveiro, depois do banho vejo que esqueci a toalha, que anta, o bom de ter um quarto só pra você é isso. Quando abro a porta do banheiro quase caio pra trás e tomo um baita susto ao ver uma criatura em minha cama.

— Cloe Nieth você quer me matar do coração? Que susto! — Falo tentando recuperar o fôlego com as mãos no meu peito.

— Eu que deveria ter tomado susto, você aparece assim, sem nem as preliminares e me chama pelo meu nome completo. — Ela fala sorrindo, corro no guarda roupas e pego a toalha, antes mesmo de me cobrir ouço ela dar um assovio brincalhão.

— Ainda bem que somos mulheres, se não eu não saberia onde enfiar minha cara depois dessa.

— Desculpa amiga, eu vi que você já tinha acordado e queria saber como foi seu primeiro dia na "facul". — Ela fala bem entusiasmada.

— O que mais poderia acontecer a não ser estudar? — Vou indo em direção a ela e sento‐me na cama batendo sobre as minhas pernas para que ela encoste sua cabeça.
— Seu João falou que você saiu as pressas com seu irmão ontem, esta tudo bem? – Ela olha pra mim e fala.

— Briga de casal, acredita que a idiota da namorada dele queimou toda roupa dele? — Fico surpresa pela audácia dela. Mas decido não tocar no assunto. Fico um tempo em silêncio só deixando que ela desabafe e fazendo carinho em seus cabelos loiros.

Após alguns minutos ela vai para seu quarto e começo a me trocar.

Eu visto uma legging preta, uma blusa bem soltinha e tênis branco, eu penteio meus cabelos, pego minhas coisas e saio do meu quarto indo em direção ao quarto da Cloe, dou duas batidas e entro.

— Oi, estou indo tá?

— Tudo bem, boa aula. — Ela está em frente ao guarda-roupa dela.

— Até mais! Se precisar de algo é só me chamar.

— Tá bom Tell, pode ficar tranquila, eu vou sobreviver, já você... – Ela fala olhando o relógio dourado em seu pulso.

— Já estou indo! — Falo cantarolando

— Tá bom Stella, agora vai ou você vai se atrasar. — Saio fechando a porta atrás de mim, lembro que muitas vezes ela me ligava via face time chorando por que o irmão ia sair de casa pra morar com a namorada, ela dizia que se sentia muito sozinha. Pego o elevador e vou pro ponto de ônibus. Enquanto aguardo penso em ligar pra minha mãe, mas o ônibus aponta logo em seguida.

Quando chego na faculdade fico encantada, eu não havia reparado ontem em como ela é bonita e é muito enorme, agora entendo o motivo de ter me perdido nesses corredores, hoje tem o triplo de pessoas que tinha ontem. Vou em direção ao refeitório, tenho que comer algo antes da aula, mas a fila está muito grande e descido ir pra sala, passo no meu armário pego meus materiais e vou logo pra aula.

Quando chego a sala já está cheia, sobrando apenas dois lugares na fileira da parede, me sento no de trás e quando olho no meu celular tem uma mensagem da minha mãe.

Oi filha, eu sei que você está em aula, mas quero apenas avisar que já estou no médico. Beijos te amo.

Quando eu ia responder alguém arrasta a cadeira da frente pra sentar tirando minha atenção, quando olho vejo que a professora já está na sala, olho pra frente e vejo que quem sentou-se foi o Caio.

Após as primeiras aulas, eu vou à sala de informática fazer algumas pesquisas que o professor de história pediu, mal faço a pesquisa e já é hora de voltar pras próximas aulas.

— Você tem uma caneta sobrando pra me emprestar? – Ouço Caio falando com uma menina do lado que diz um "não" seco.

— Aqui, eu tenho se você quiser! — Falo pegando e lhe entregando uma caneta azul.

— Muito brigado.

— De nada. — Falo voltando minha atenção pra lição que a professora está passando na lousa.

Quando as aulas finalmente terminam eu saio correndo para o refeitório, estou faminta, não comi nada ainda. Enquanto checo meu celular pra ver se tem algo, alguém esbarra em mim, fazendo-o cair no chão. "Desculpa" ouço uma voz feminina, só olho pra ela e não falo nada, mas não há nada de importante no celular, compro um salgado e vou mordendo ele até sair na rua a fora, mais uma vez eu vou à pé pra casa, acho que ainda chego primeiro do que o ônibus, tenho bastante lição pra fazer e eu prefiro ir pra casa.

Quando eu vou atravessar a rua, dou mais uma mordida no lanche e não presto atenção no semáforo.

Ouço uma voz falando "olha o carro!" O som auto de uma buzina, o cantar de pneus ao frearem repentinamente, quando olho rapidamente para o lado oposto já é tarde de mais, o carro já está muito em cima e só ouço a batida e o estrondo metálico batendo, não vejo mais nada, só escuridão. Não sei se é sonho ou realidade, mas ouvi gritos e sirenes, tudo ao mesmo tempo, depois todos os sons se esvaíram, como se alguém tivesse desligado um rádio e não vejo mais nada.

 Não sei se é sonho ou realidade, mas ouvi gritos e sirenes, tudo ao mesmo tempo, depois todos os sons se esvaíram, como se alguém tivesse desligado um rádio e não vejo mais nada

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Minha Pequena, Grande MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora