Capítulo 2

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— Oi, seja bem-vinda! — Ela diz se jogando em meus braços. Nos abraçamos forte e ela abre passagem. - Achei que você fosse vir mais cedo.

— Bom eu tentei, mas, depois falamos sobre isso! — Falo querendo fugir desse assunto, não quero bancar a idiota logo de cara.

— Ah claro, você deve estar muito cansada. Vem, vou te mostrar o seu quarto, ele era do meu irmão, mas ele preferiu ir morar mais próximo da namorada. — Ela vai me mostrando tudo, estamos na sala onde tem um lindo sofá de canto com 5 lugares, ao lado dele tem uma enorme porta de vidro que dá acesso à sacada e uma bela cortina branca com detalhes na lateral vermelho, na frente tem uma estante com uma televisão e uns lindos objetos de decoração. A cozinha é simples, mas bem aconchegante tem apenas uma bancada que a divide da sala, com uma mesa pequena de 4 lugares, geladeira, armário e fogão.

— Olha esse aqui vai ser o seu quarto, você pode mudar ele se quiser, fique a vontade, era do meu irmão e depois que ele saiu eu me sinto muito sozinha, mas ele preferiu assim e eu aceito a decisão dele. — Ela me mostra meu novo quarto depois de subir uma escada, o dela fica no mesmo corredor mais no fundo.
Abro a porta do quarto e fico maravilhada com a decoração, não sei porque eu iria querer mudar algo.
É simplesmente lindo, tem uma cama de casal bem no centro um criado mudo ao lado da cama e uma linda escrivaninha do outro lado perto da janela, a cor das paredes são um azul-turquesa e os móveis são brancos, o guarda-roupa é enorme.

— Eu amei cada detalhe, cada cantinho do seu apartamento. — Falo olhando diretamente pra ela, estou tão encantada que tenho certeza que meus olhos brilham igual ao de uma criança em uma loja de doces.

— Nosso ap. Afinal você já mora aqui né? — Ela fala sorrindo. — Agora vou deixar você se acomodar, tem comida na geladeira se estiver com fome, vou ter que dar uma saidinha rápida, até mais. — E lá se foi ela, toda entusiasmada e sorrindo.

Eu olho no relógio que fica na parede em cima da escrivaninha e já passa das 15 horas, mando uma mensagem pra minha mãe falando que já estou me acomodando e começo a arrumar minhas coisas pelos livros, que são poucos já que não dava pra trazer tudo, a maioria ficou na casa da mamãe. Essa escrivaninha caberia todos os meus livros e sobraria um dobro de espaço.

O tempo passou tão rápido em quanto arrumava minhas coisas que nem percebi, ao olhar a hora vejo que já está mais que na hora de dormir, amanhã acordarei cedo, pego meu celular pra ligar meu despertador e vejo que ela ainda não respondeu e mando novamente.

Oi, estou com saudades.
Te amo.

Envio e vou tomar banho.
Entro no chuveiro e sinto a água quente escorrendo em meu corpo e começo a lembra do dia corrido que foi hoje, tento não molhar os cabelos pra não ter que secar antes de dormir.

— Espero que meus dias sejam mais tranquilos daqui pra frente. — Após o banho pego a toalha e seco todo meu corpo, depois de vestir minha roupa de dormir eu deito na cama esperando que o sono não demore.

Ouço um barulho insistente de longe e tento descobrir de onde é. Abro os olhos lentamente ainda sentindo o peso sobre eles, estico meus braços para desligar o despertador do celular, mas ao ver a hora eu levanto em apenas um pulo.

— Não. Pode. Ser. — Já são 6:30 da manhã, isso não é possível, corro imediatamente pra o banheiro faço minhas higienes pessoais, pego meu material e corro em direção ao ponto de ônibus.
O ponto está tão cheio que mais parece uma feira livre.
Após alguns minutos vejo o ônibus de longe e quando ele para quase não cabe as pessoas que estão dentro, imagina os que querem entrar. Depois de muito esforço e muito me espremer consigo entrar, me sinto dentro de uma lata de sardinha, literalmente.

Minha Pequena, Grande MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora