1774A família Urrea era, de fato, francesa. Nascidos e criados na capital, o sangue deles mais azul do que a própria cor. Nobres e puros desde os antigos tempos.
Mas, e a maioria dos Urrea tentaram esquecer isso, um único membro da família decidiu ir para a Inglaterra e ter uma família lá, misturando seu sangue francês com o britânico.
Isso fez ambos Wendy e Marco, e por linhagem, Noah e Krystian, metade francês e metade inglês.
Essa mancha em sua linhagem de sangue foi por muito tempo motivo para tanto desrespeito a sua família. Os franceses e britânicos nunca estiveram em bons termos e ter de compartilhar tais sangues deu à árvore genealógica um ramo manchado.
Wendy tentou ao máximo possível para esquecer esse lado Britânico da família. Alguns primos e tios que ninguém se importa e que, como dizem rumores, estavam pobres demais para morar em uma mansão apropriada. Wendy e sua família precisavam manter distância dessa ascendência podre.
Quando ela soube que uma família britânica havia chegado à Paris com suas empregadas e riqueza, se mudando para uma das mais bonitas propriedades da França, ela se sentiu na obrigação de conhecer esses May.
Vanessa May recebeu Wendy, seu marido e filhos de forma calorosa e cordial. Ela era uma mulher linda, uma pouco mais velha que Wendy, mas de longe mais bonita. Seu vestido estava combinando com seus olhos cor de um diamante negro e seus cabelos pretos em um coque.
Ela apresentou os Urrea para o seu marido, um homem alto com braços fortes e olhos bronze, e seu filho, um menino de cinco anos extremamente parecido com sua mãe. Apenas seus olhos eram iguais aos do pai, fazendo-o uma das crianças mais bonitas que Wendy já vira, depois de seu próprio filho.
Noah tem seis anos agora, capaz de manter conversas e e participar de festas cosmopolitas. Ele é dois anos mais velho que seu irmão, e muito mais forte.
Krystian não era doente, não realmente. Mas seus pulmões são menores do que deveriam ser, fazendo o filho de Wendy suspirar mais do que respirar.
Krystian não poderia correr ou brincar no jardim, ele não poderia brincar de lutinha com seu irmão mais velho, o qual faz coisas que pequenos meninos deveria fazer. Ele estava sempre dentro de casa, sentado ao lado de sua mãe, lendo livros complicados demais para crianças de quatro anos, que não deveriam nem saber ler ainda.
Mas onde faltava paciência em Noah, Krystian estava cheio dela. Aprendendo muitas coisas com os tutores de seu irmão, que eram incapazes de ensinar o aluno enquanto ele estava por aí, escalando árvores.
Wendy deveria ter proibido tal atitude, mas ela estava cansada demais para se preocupar com Noah. Aquele garoto não podia ficar mais do que alguns segundos em um único lugar, e ela preferia a companhia de Krystian. Ela também preferia beber em sua sala de estar, Bordeaux após Bourgogne, o vinho fluindo nas veias, onde juventude uma vez já esteve.
Ela tinha 24 anos, ainda jovem se comparada com a esposa de seu irmão, porém ela já havia comprido os deveres de sua vida. Havia dado dois filhos para o seu marido, que desde então havia comprido sua promessa. Wendy Urrea, com 24 anos, nunca seria tocada por um homem novamente, o que a deixava tão amarga quanto seu vinho.
-Talvez as crianças possam brincar no jardim? Nossa conversa pode não interessar eles- propôs Vanessa May.
Wendy assentiu, deixando seu filho mais velho correr pelo jardim dos May com seu novo amigo.
Era bom para Noah fazer amigos poderosos sendo tão novo. Se Bailey May se manter perto de seu filho, então ele teria, provavelmente, mas sucesso que seu marido.
Ninguém que tenha uma terra e um cérebro na França iria querer compartilhar uma amizade com um homem como Marco Urrea.
-O que os trouxeram a França?- pergunto Wendy conforme uma das empregadas dos May enchia sua taça com vinho.
-Nós começamos a perder dinheiro depois de 31 de março, com essa lei que forçou Boston a fechar seus portos. Eu já não podia mais mandar minhas mercadorias para a América, e nós precisávamos de um novo começo- respondeu Matt May.
-Que tipo de mercadoria você vende? Se eu não tiver sendo muito curioso- questiona Marco.
-Eu crio e vendo armas, de fogo principalmente. Os americanos eram bons clientes, eu não sei se a França irá precisar de tantas armas quanto eles- riu Matt, dando uma mordida no Amuse-Bouches em frente a ele.
Se os May perderam tanto dinheiro a Ação do Porto de Boston e continuavam capazes de ter uma casa como aquela que Wendy estava visitando, então ela pode ter calculado mal a fortuna dos May.
-Nós deveríamos organizar um baile pela sua chegada- disse Wendy, com seu sorriso mais convincente.
-Oh, nós não queremos incomoda-los- respondeu Vanessa, mantendo um olho em seu filho e seu amigo.
-Por que vocês nos incomodariam? Nós ficaríamos maravilhados em fazer isso por vocês. Afinal, é para isso que servem os amigos.
Os May eram ricos, mais ricos que os Urrea. Se Wendy precisasse fingir amizade e afeição para manter esse aliado poderoso, ela iria.
Ela olhou para o seu filho rindo com o herdeiro dos Urrea.
Ela os deixaria serem amigos. Bailey May virá a ser útil no futuro, disso ela tem certeza.
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~Ana Clara ✨
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Royals {Nosh}
Hayran Kurgu"Em que bela mentira você vive, meu príncipe" Onde Noah faz parte da burguesia francesa e Josh é seu escudeiro.