Epílogo

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morrer
verbo
1.
predicativo intransitivo e pronominal
perder a vida; finar-se, falecer, expirar.
2.
intransitivo
perder gradualmente a força, a intensidade; desaparecer, sumir.

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1792

Ninguém sabia o que realmente quebrou a França, qual foi a última gota, a última afronta ou insulto aos pobres. Ninguém da burguesia estava pronto para o fogo e o ódio jogado neles nas ruas. Eles não estavam acostumados a essa troca de papéis, eles sempre foram os que estiveram no poder, os que podiam cuspir no rosto de uma criança faminta e sua mãe morrendo sem quaisquer consequências.

Mas um dia, um dia sagrado logo depois do casamento de Noah e Zoë, a fortaleza de Bastilha foi tomada por uma multidão de camponeses inexperientes e soldados trapaceiros que estavam cansados da injustiça lamentável em que viviam.

O pai de Noah, Marco, então entendeu o quão disposto o povo francês estava a ir para ganhar seus direitos, para ter pão para comer e água limpa para beber.

Wendy, por outro lado, se fez cega às preocupações de seu marido, agindo como se fosse um avestruz. Se escondendo por entre suas paredes de ouro e sua taça de vinho tinto. Escorregando no abraço quente do álcool e da ilusão.

Noah estava triste demais para entender qualquer coisa. Ele não podia se esquecer da expressão partida de Josh, ela era tão vívida em sua mente, tão fresca.

Krystian foi o único a escutar seu pai. Ele leria os jornais e comentaria os novos acontecimentos com uma feição atormentada.

Os anos se passaram e a família Urrea se encontrava em um precipício muito perigoso. Suas vidas penduradas na beirada em uma corda que, com certeza, se fecharia em volta se suas vítimas.

Zoë estava vivendo com seu marido, na enorme mansão da família. Ela estava feliz em ficar em um dos maiores aposentos da casa, se fazendo mais em casa em dois dias do que Noah se fez em vinte e quatro anos.

Normalmente, jovens ricos casados permaneceriam na mansão da família enquanto não tivessem seus próprios filhos. O que não estava próximo de acontecer, se Noah pudesse evitar isso.

No primeiro ano depois do casamento deles, Noah disse que eles ainda eram novos demais, que ainda não era o momento certo. Então a Bastilha foi tomada e Noah teve uma desculpa melhor para deixar a cama de sua esposa tanto o quanto podia.

No segundo ano, Zoë estava cansada de vê-lo fugir dela. Ela o forçou a se deitar, o beijando e acariciando-o por todo seu corpo. Ele tentou fazer amor com ela, ele sabia que sua vida seria mais fácil se desse um filho a ela, mas ele nunca conseguiu. Seu corpo se rejeitou a fazer isso.

Noah não sentia nem uma atração por Zoë, ele não queria segurar sua cintura fina e tocar seus seios. Sua pele era macia demais, suas curvas muito redondas, seu cabelo muito longo e seus lábios muito doces.

Ele queria mãos grossas e cabelos loiros. Ele queria dedos ossudos e pernas peludas. Ele queria um homem.

Ele queria Josh.

No terceiro ano, ele não conseguiu para-la. Ela usou suas mãos e boca para finalmente coagi-lo ao sexo. Eles passaram a noite nos braços um do outro, tão perto e mesmo assim tão longe. Noah nunca se sentiu tão frio.

Zoë engravidou, um pequeno inchaço crescendo em seu abdômen chato. Wendy estava em êxtase, o nome da família sobreviveria. Mesmo que a burguesia francesa não sobrevivesse. Marco não disse nada, ele apenas sorriu com seus olhos mortos usuais.

Krystian parabenizou Noah em frente ao seus pais e sua esposa. E então ele abraçou seu irmão a noite inteira enquanto ele chorava. Krystian foi sempre visto como o membro mais fraco da família, o garoto doente com pulmões estragados, o que não podia flertar com mulheres, o que só vivia em seus livros.

Royals {Nosh}Where stories live. Discover now