Totalmente tímida, não dava um piu
e aguentava todo mundo perguntando
cadê sua língua, sumiu?
Fazia trabalhos sempre sozinha,
bons o bastante para me livrar de apresentações
Estudar, ler, dormir, comer, ser isolada
e estudar mais eram minhas únicas ações
Em casa estava tudo bem,
a vida parecia perfeita,
já nos corredores atrás das salas de aula
a dor era certeira
Todo santo dia, naquela parede dura
era encurralada e ouvia como eu era terrível,
inútil, horrenda, desprezível
e muito mais nas palavras de criançasUma manhã eu cansei
acordei e me levantei
Decidi lutarNa hora do intervalo fiquei no pátio
e quando pensei que não
alguém me agarrou pelo braço
e me levou até um lugar escondido,
começou a gritar coisas terríveis no meu ouvido
e o meu limite foi atingido
quando ousou tocar a mão no meu rosto
Segurei seu pulso, chutei sua perna
e disse que aquela era a última vez em que eu permitiria que tirassem sarro de mim
Quebrei seu braço e nunca mais
pessoa alguma foi capaz de me atingirFoi assim que agredi alguém pela primeira e última vez,
indo direto ao meu segundo eu
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Dizeres da Madrugada
PoetryAqui são eternizadas as palavras que me invadiram tarde da noite de alguns dias nada específicos, os quais quase perdem um pouco da importância agora que já se passaram. O que continua a importar na mesma intensidade são os aprendizados, sussurros...