Caindo na Toca do Coelho

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Nos arredores da sombria metrópoles de Londres, 1896, na Era Vitoriana, havia uma jovem garota chamada Alice Liddel. Embora fosse criativa, sonhadora, e inspirada, ela carregava abuso e negligência por conta de seus pais causado pelo fato de ter nascido com um distúrbio mental: esquizofrenia. Essa condição fazia com que ela ouvisse vozes e enxergasse coisas onde não deveriam estar. Muitas vezes quando dormia, sonhava com coisas estranhas e fantasiosas, o que levava a relatar os sonhos á sua mãe, que em resposta ou a espancava ou a entupia de remédios.


Dentre a escola ela sofria com preconceito por parte de seus colegas por ter alucinações, o que fazia com que seus eles á chamassem de "louca" e "insana", até chegar ao ponto deles a espancarem. Isso enfurecia sua mãe, que a castigava fortemente por conta disto (supostamente por ela "não se defender"). Como consequência disso, a garotinha que embora doente , ao crescer se tornou uma adolescente cínica e amargurada. Apesar de seus pais serem negligentes e abusivos, Alice aprendeu a se defender e protestar contra suar ordens. A essa altura (aos 18 anos) ela já havia sido internada 2 vezes; uma aos 12 anos,e outra aos 16 por sua família. Seus pais tentaram a internar uma terceira vez - mas Alice protestou fortemente contra esta decisão. Aos 18 anos de idade, seus pais queixaram-se com o fato de ela não possuir sua própria moradia e não ter conseguido um namorado (o que era extremamente difícil de se conseguir naquela época por conta de sua condição psicológica).  Embora sua condição mental e o mal-trato pela maioria da sociedade e sua família serem a causa de sua atitude anti-social e apatia com outras pessoas, Alice amava crianças pequenas e animais, tendo recentemente adotado uma gatinha chamada Diná. Seus pais, que eram indivíduos extremamente religiosos desaprovaram a decisão de sua filha, acreditando que gatos eram animais do Diabo. Apesar de possuírem uma psique altamente religiosa, a persistência de sua filha acabou por os convencer, permitindo a estadia do animal em sua moradia.

Dias já haviam se passado desde que Alice havia adotado o animal e levado-o para dentro de sua casa. O pai da menina atormentada havia decidido - por ódio e amargura de ter uma filha esquizofrênica "incurável" (segundo os médicos do hospício) e "rebelde" (por ter recusado a ser internada de novo), marcar uma conversa com sua esposa enquanto sua filha estava dormindo. Ela esperou que sua filha adormecesse profundamente, para então, descer as escadas e encontrar-se com seu marido no meio da madrugada. A mulher endiabrada então começou a se resmungar do comportamento de sua filha "Pois era hora! Esta menina já nos causou problemas o suficiente! Já viu como somos vistos por outras pessoas lá fora? Pais de uma monstra, maníaca, rebelde! Junto com este animal enfadonho, como iremos nos livrar desta peste?" O pai de Alice começou a explicar "Pegue a faca na cozinha amor! Eu irei buscar minha escopeta e tomar conta do bichano eu mesmo!"  A mãe de Alice concordou com seu marido, e foi até a cozinha, puxou um enorme facão de uma das gavetas da pia; e por final infiltrou-se no quarto da garotinha enquanto esta dormia em um sono profundo.

A mulher tentou cometer o ato de esfaquear a própria filha; entretanto, Alice, debaixo das cobertas, ouviu a voz de sua mãe sussurrar a frase "Diga adeus sua monstr-" e em reação a isso, pulou de fora das cobertas e segurou fortemente a faca que sua mãe carregava, usando esta em um ato de auto-defesa, assim cortando a garganta de sua progenitora. 

Encharcada de sangue, Alice ficou chocada com o que fez - e o ato que sua mãe atreveu-se a cometer - e decidiu sair de seu quarto em busca de Diná.


"Diná! Diná" Perguntou a garota desesperadamente, até que ela ouviu um tiro ensurdecedor. Ela correu urgentemente para o quintal de sua casa... o que ela viu foi horrível.


O cadáver de Diná, sem a cabeça e encharcado de sangue, estava a sua frente. O seu pai, segurando uma escopeta e com os sapatos sujo do sangue do bichinho, estava prestes a recarregar a arma. Alice, com seus instintos de sobrevivência agindo, decidiu espreitar atrás de seu pai, e então finalmente cortou-lê a garganta com o fação tirado das repugnantes mãos de sua mãe. Agora a jovem atormentada estava banhada em sangue, com um facão em suas mãos, e havia acabado de matar seus pais.


Afogando-se em pânico, ela resolveu fugir para fora de casa ao contatar as autoridades (afinal, quem naquela época confiaria em uma menina doente ensanguentada?) pelo risco de ser internada novamente. Em meio de sua correria, ela chegou a um sítio perto de sua casa que tinha um riacho, e lá ela viu um coelho branco de terno, exclamando ao olhar para seu relógio "Estou atrasado! Atrasado!" e interpretou aquela visão surreal como sua esquizofrenia atacando-a. Entretanto, sem nada para perder, ela resolveu seguir o coelho em um estado de desespero, e jogou-se em sua toca.


Alice LiddelOnde histórias criam vida. Descubra agora