As Terras da Rainha - Parte 1

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"Então, pode explicar-me de forma mais detalha como você chegou aqui?", Alice e seus amigos estavam em uma longa viagem de carroça até as Terras da Rainha, sendo (imprudentemente) dirigidos por um carroceiro, que havia recebido uma fortuna do Chapeleiro como pagamento, já que uma viagem até a capital do País das Maravilhas seria demasiadamente longa, além daquelas terras (obviamente) possuírem algumas restrições e condições para permitir a entrada de seus visitantes. Enquanto a desenfreada jornada seguia, Alice resolveu conversar com seu mais novo aliado, o Arlequim, enquanto segurava o Gato Risonho em seu colo. "Eu morava em um orfanato muito rígido, em uma das periferias de Londres. Lá, eu quase nunca comia, mesmo no almoço, e a diretora sempre nos lembrava antes de dormir que quem não obedecesse as regras de lá receberia punições severas: entre elas estavam o espancamento, ser forçado a ajoelhar-se em milho, e até mesmo ser trancado em um quarto escuro por tempo indeterminado.", e continuou o Arlequim: " Eu estava lá porque quando nasci, fui abandonado por meus pais. Segundo o que minha assistente social (a única pessoa boa que conheci lá) havia me contado, eles haviam deixado-me na porta daquele maldito lugar porque eram jovens de mais para cuidarem de mim; aparentemente me tiveram em sua adolescência, após uma relação sexual desprotegida. 


Obviamente eu não me conformei com aquele lugar.


Uma noite, enquanto todos estavam dormindo, eu saí do meu quarto da forma mais furtiva e silenciosa possível, enquanto meu colega de quarto estava adormecido profundamente em cima do beliche em que dormíamos. De todas as pessoas naquele lugar, a qual mais tinha (e até hoje tenho) ódio era a diretora - aquela velha tirana maldita - que ameaçava-me com castigos horríveis se eu não cumprisse até as mais insignificante e tolas  "regras" daquele lugar. Eu não aceitaria que ela se safasse de todos os abusos e dores que ela causou não apenas a mim, mas todas as crianças que ela havia traumatizado severamente; eu queria ver aquela vadia morta.

Eu desci silenciosamente as escadas que levavam até o primeiro andar, onde ficava a cozinha do orfanato - o lugar onde era mal servido pelas cozinheiras e quase não comia, tanto no almoço quanto no jantar - e cautelosamente peguei uma faca de uma das gavetas. A diretora estava dormindo em seu quarto, como costumava, e eu aproveitei isso para furtivamente invadir-lo. Você devia ter visto o quão gentilmente eu abri a porta naquela noite.... eu abri ela do jeito mais cuidadoso o possível, para que a velha vadia não acordasse e descobrisse o meu plano. Quando finalmente consegui abrir a porta, eu entrei em seu quarto, fazendo certeza que o som dos meus passos eram tão quietos quanto um rato engatinhando na ponta dos pés, e quando eu percebi que estava logo ao lado de sua cama (por conta da luz da Lua entrando pela janela, o quarto dela não estava completamente escuro) eu decidi agir. Para evitar que ela gritasse e alarmasse alguma das crianças daquele orfanato dormindo em quartos próximos, ou até mesmo outras cuidadores ainda presentes, decidi a estrangular, para assim poder desmaiar-la. Havia uma sacola de papel no chão, que seria útil para realizar meu plano.


Eu rapidamente cobri a cabeça daquele ordinária com o saco, não a deixando respirar até que ela ficasse desacordada, para depois realizar torturas mais... complexas. Após ela ter finalmente desmaiado, eu carreguei o corpo dela (que admito que era bem pesado) e levei ele até o porão, onde eu podia aproveitar o tempo que passaria punindo aquela vadia. Ao prever que ela iria acordar após um tempo, resolvi amarrar-la junto a uma cadeira no centro do porão, impossibilitando ela de se defender enquanto era torturada por mim. Eu lembro o quão prazeroso foi ouvir os gritos dela quando ela acordou logo enquanto estava enfiando minha faca em seu joelho, manchando-a de sangue e fazendo o som doloroso ecoar pelo porão, surpreendentemente não acordando ninguém nos andares de cima. Eu brevemente parei de a torturar, para conversar com aquela velha bruxa (sem querer ofender as bruxas) sobre o porquê de eu estar fazendo aquilo, descrevendo-a toda a dor, humilhação, trauma e insegurança que ela deu não apenas a mim, mas a todas as crianças naquele maldito... cativeiro, talvez? Não sei se puderia chamar aquilo de orfanato.

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⏰ Última atualização: Sep 12, 2020 ⏰

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Alice LiddelOnde histórias criam vida. Descubra agora