Choices

Dias que passam devagar.

—Posso começar? Tente entender, certo?-Respirou fundo, parecia que as palavras eram como facas, assim que ditas, poderiam acabar com tudo aquilo. - Eu não tive culpa, tudo começou de uma forma estranha, eu não queria, na verdade queria sim, eu sonhava com isso, mas você nunca percebeu e num belo dia eu te vi lá... -A outra pessoa levantou a sobrancelha, se questionando da sanidade da outra.- Com ela e... Estava tudo tão perfeito, para que atrapalhar? -Levantou os olhos e olhou para a pessoa. -Como eu poderia atrapalhar uma felicidade tão bem construída? 

⚜️⚜️⚜️10 Anos Atrás⚜️⚜️⚜️

Pov. Felicity Smoak.

 Havia um brilho no olhar de todos, afinal eles estavam mais que animados. Logo as aulas voltariam e a turma se reuniria novamente, mesmo que tivessem passado toda as férias juntos, ainda era... Diferente, havia uma estranha emoção pairando no ar.

—Está pronta? –Perguntou Sara, adentrando o quarto da amiga.

—Claro que sim, amanhã é o grande dia! –Exclamei animada, como se algo muito excitante estivesse prestes a acontecer, provavelmente fruto da imaginação fértil de um adolescente.

Assim que o dia acabou, Sara- uma grande amiga que, há mais tempo que posso lembrar, fazia parte do meu cotidiano e ciclo social, como um tipo de guardião secreta, perdão ficou muito mistico essa descrição? -, retornou à sua moradia e, rapidamente, meus pais estavam dormindo, e eu também... Ai que está o problema. 

—Você quer isso! –Exclamou sensual. - Quer mais que eu. -Seus lábios próximos aos meus sussurravam. 

Eu não conseguia fazer nada, era tão estranho, mas tão bom...

—Me diga, você me quer?

—Quero! Agora! –Não sei como minha voz saiu, nem porque eu disse aquilo, no entanto parecia tão certo. Comecei a sentir mãos quentes pelo meu corpo, meus pelos começaram a se arrepiar e um fogo estranho começou e se forma e então...

—Felicity acorda! –Disse ele, próximo a minha orelha, gemi involuntariamente.

—Ahã? –Soltei outro gemido ao sentir ele morder a orelha.

—Acorde... Felicity! –Sua voz começou a mudar e foi ficando mais feminina.- Filha acorda!

Abri meus olhos assustada ao ver minha mãe parada na minha frente, me olhando com curiosidade.

—Estava sonhando com o que? –Perguntou deixando um sorriso malicioso surgir nos seus lábios.

—O que? Por quê? -Droga, podia apostar que estava ficando rubra. 

—Você parecia está gemendo... -Pontuou, para meu azar e desespero, entretanto ela parecia se divertir naquele jogo. - Algum pesadelo. –Pela sua cara eu sabia que ela sabia que não era nenhum pesadelo.

Mas, gemendo? Merda!

—Não sei... Não me lembro. -Me fiz de santa.

Ela assentiu desconfiada.

—Bom está na hora da senhorita se arrumar para ir à escola. Não vai querer se atrasar no primeiro dia. 

—Claro. –Sorri.

—O café está na mesa. –Disse saindo.

—Mamãe? -Chamei, fazendo-a retornar e me olhar. 

—Sim, querida.

Eu a olhei com atenção. Donna Smoak era uma peça rara, daqueles que só podemos agradecer ao ter, por mais sorte ainda, eu tinha ela ao meu lado durante toda a vida. Mamãe era especial e esse era o diferencial dela, pois não havia no mundo alguém como Donna.