003 ✧ leah.

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— O que você está fazendo aqui?! – exclamamos em uníssono.

Não pude evitar que uma expressão chocada se aderisse ao meu rosto. O homem à minha frente – que agora tinha o cabelo raspado – não transpareceu uma reação diferente da minha. E tenho certeza que várias lembranças, que nós preferíamos ter mantido no passado, também vieram à tona em sua cabeça.

Arón e eu havíamos sido namorados quando éramos mais novos, e podemos dizer que não era um relacionamento muito saudável. Quero dizer, não era, definitivamente, um relacionamento saudável. Vivíamos brigando e não nos dávamos muito bem de vez em quando, mas gostávamos tanto um do outro; nossa química era tão grande, que tentávamos de tudo para dar certo e, de certa forma, acabávamos no enganando com isso. Então chegou um momento em que nenhum dos dois conseguiu suportar aquilo mais.

Nunca achei que um dia iríamos nos encontrar de novo, ainda mais dessa forma; e era nítido que não estávamos prontos para esse encontro.

— Não te interessa o que eu estou fazendo aqui. – ele disse, rude. — O que você está fazendo aqui? – deu ênfase.

— Fala direito comigo! – o repreendi.

— Para de falar igual a minha mãe, cara! Por que você sempre faz isso?! – disse, indignado.

— Porque você é um grosso que não sabe ser educado! – ele arregalou os olhos, parecendo ter sido afetado pelo que eu disse.

— Olha só, você... – Arón foi interrompido pela senhora no acento ao seu lado.

— Ei! – olhamos para a mulher, que estava com uma expressão abismada no rosto. — Vocês podem falar um pouco mais baixo?!

— Desculpe. – sussurrei para ela, dando um sorriso quadrado.

— Não, minha querida, é apenas a voz dele que está me incomodando. – Arón olhou confuso para a senhora, que lhe lançou um olhar de desprezo. — Você tem educação, já o rapazinho, parece que não. – jogou a indireta e voltou a sua posição normal.

Olhei para o homem ao meu lado, segurando o riso. Ele me olhou com um olhar furioso, dando um sorriso falso logo em seguida.

— Parece que as velhinhas continuam te odiando. – provoquei.

— E quem liga? – disse, mantendo o tom hostil.

— As velhinhas têm um radar para gente babaca, deve ser por isso. – ignorei sua pergunta e ele revirou os olhos, logo encostando as costas em sua cadeira.

— O que está fazendo? – perguntei, me referindo ao fato de que ele estava se acordando no acento.

— Bom, eu só acho que estamos num avião prestes a decolar. – falou de forma irônica.

— Oh, Arón, que fofo. – coloquei a mão no peito, fingindo estar comovida. — Imagino que tenha sentido minha falta, mas esse lugar está ocupado, tinha um moço aí agora a pouco. – Arón esbanjou um sorriso falso, claramente não achando graça de minha brincadeira.

— Eu troquei de lugar com ele. – arregalei os olhos, não acreditando que eu ia ter que aturar mais de dez horas de viagem ao lado daquele embuste.

— Por que você fez isso?! – perguntei, inconformada.

— A família dele estava do meu lado. E, acredite, se eu soubesse que você estava aqui, eu nunca teria feito aquilo. – disse, colocando os fones de ouvido.

— Oh, obrigada pela parte que me toca. – respondi, de forma debochada.

O garoto simplesmente ignorou minha fala e desviou o olhar, parecendo estar distraído com a música tocando em seus ouvidos. Sem pensar duas vezes, puxei os fios de seus fones, fazendo-o parar de ouvir a música e jogar a cabeça para trás com os olhos fechados.

— Ah, meu Deus. O que você quer? – disse, impaciente.

— Eu estou falando com você!

— Achei que a gente já tinha terminado. – abriu os olhos, olhando para o teto do avião.

— Você é um babaca. – voltou seu olhar para mim.

— O que você quer que eu faça? Que fique a viagem inteira no banheiro? – disse, sarcástico.

— Parece ótimo.

— Pelo amor de Deus, Leah... – passou a mão pelo rosto e eu bufei.

— Então só finge que eu não existo, ok?

— Eu faço isso há seis anos, então vai ser fácil. – e aquilo foi o suficiente para ele me deixar com raiva dele, como sempre fazia.

— Inacreditável. – soltei um riso irônico e voltei a ler meu livro, enquanto ele continuava me olhando em silêncio.

Eu não sabia se ele havia se arrependido do que disse, ou só estava procurando outro motivo para discutir outra vez.

— Quer saber?! – exclamei, irritada.

— Ah, meu Deus... Você não consegue ficar sem falar por um segundo?! – disse, da mesma forma.

— Seis anos, Arón! Seis anos! Eu realmente achei que você seria uma pessoa diferente.

— Bom, desculpe se nesses anos a minha prioridade não foi alcançar as suas expectativas.

Minha vontade era de revirar os olhos até eles ficarem assim para sempre, mas eu apenas voltei a ler meu livro.

Eu posso ter chegado a pensar em Arón nesses últimos anos, mas achei que ele tinha mudado. Entretanto, pelo visto, ele continua o mesmo cara de sempre, um completo babaca.

oi meus gostosinhos

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oi meus gostosinhos

então, esse capítulo foi mais pra mostrar como sempre foi a relação do arón com a leah, por isso ta meio merdinha 🥺👉👈
e vai ter att dupla hoje pq eu tô de bom humor :))))

xoxo; lia.

𝐓𝐑𝐀𝐏 𝐎𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐓𝐑𝐈𝐏, arón piper.Onde histórias criam vida. Descubra agora