006 ✧ arón.

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Eu nunca acreditei em destino, mas sempre acreditei em coincidência. Como se não bastasse ficar ao lado de Leah num avião durante treze horas, quando pedi um Uber compartilhado para ir até o hotel, adivinha quem estava no carro? Isso mesmo, Leah. E adivinha quem também ia se hospedar no mesmo hotel que eu? Isso mesmo, Leah. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas sabia que era a maior coincidência – ou azar – que já havia ocorrido comigo.

Depois que terminei de tomar banho, eu deitei na cama confortável do quarto de hotel; Kevin, meu agente, havia escolhido bem. Apesar de
ele pegar no meu pé às vezes, Kevin era gente boa e sempre arranjava o melhor para mim. O quarto era grande e tinha uma sacada, sem contar que era de frente para o mar.

Mesmo estando muito bem ali, eu já havia ficado bastante tempo parado no avião, então, naquele momento, eu sentia que precisava andar e espairecer um pouco. Ainda mais com esse dia, que não foi um dos melhores.

Peguei um casaco e saí do quarto, logo pegando um dos elevadores do andar. Existia uma área mais arejada no hotel, ficava perto da recepção, tinha várias plantas e alguns sofás. Havia poucas pessoas por ali; as recepcionistas estavam atrás do balcão, alguns hóspedes em um sofá, porém, na parte de dentro, e Leah, que estava em um dos sofás na parte aberta, lendo o mesmo livro que lia no avião.

Respirei fundo. Maldita coincidência.

Alguns fios de seu cabelo loiro voavam, por causa do vento que passava por ela de vez em quando. Ela estava tão concentrada em sua leitura, que nem percebeu quando me aproximei.

— Oi. – a garota me olhou e na mesma hora revirou os olhos, me fazendo soltar um riso.

— O que você quer?

— Que livro é esse? – sentei ao seu lado e ela me olhou confusa. — Qual é, Leah... Não podemos brigar para sempre. – ela suspirou. — Já faz seis anos, somos pessoas diferentes agora.

— Você continha um babaca. – ela disse, com um sorriso divertido no rosto, e eu retribuí o ato.

— E você continua falando como a minha mãe.

— Sua mãe é um anjo, isso é um elogio para mim. – eu ri e olhei para minhas mãos. — Trégua? – voltei meu olhar para ela.

— Topa me conhecer de novo?

— Só se você topar me conhecer de novo. – dei um sorriso pequeno.

— Trégua. – eu disse. — E então, não vai me dizer que livro é esse? Está lendo desde cedo.

— Ah, é um livro de poemas. Você sabe que eu amo.

— É verdade. – lembrei que Leah sempre lia esse tipo de coisa. — O que você veio fazer aqui no Hawaii? – perguntei, curioso.

— Virei treinadora de ginástica artística, estou com uma equipe daqui. – levantei as sobrancelhas, como se tudo tivesse ficado esclarecido.

— E o que aconteceu com sua carreira de ginasta? – franzi o cenho e ela desviou o olhar.

— Ah, é uma longa história. – sorriu fraco, parecendo desconfortável com o assunto. — Mas e você? O que faz aqui? – marcou a página que havia parado no livro e o fechou, logo o colocando ao seu lado.

— Um campeonato.

— Ainda é nadador? – assenti.

— Só que agora eu tenho um agente, dou entrevistas e participo de campeonatos importantes. – ela fez uma expressão entusiasmada.

— Mas que bom! Você cresceu! – me deu um empurrãozinho no ombro e eu sorri.

— Sim, está dando certo.

— Estou feliz por você. – sorriu, mostrando seus dentes perfeitos.

— E eu, por você. Aposto que é uma treinadora incrível.

Por um momento, ficamos nos olhando de forma intensa. Seus olhos azuis encaravam os meus castanhos, e de alguma forma, me perdi naqueles minutos. De uma forma que não acontecia há muito tempo, com ninguém, nem mesmo com a Daphine. Era um jeito singular, só dela.

— Erh... – sacudi a cabeça, espantando meus pensamentos. — E você... Está namorando?

— Não. – negou com a cabeça. — Desisto disso.

— Por quê?! – soltei um riso.

— Ah, é muita burocracia. – pegou sua xícara de café, que estava em cima da mesa à nossa frente, e tomou um gole. — E você?

— Também não. – menti e ela riu de forma involuntária.

— Duvido. – resmungou. — Do jeito que você é. – tomou outro gole de seu café.

— E como eu sou, Leah González? – brinquei.

— Arón Piper, o promíscuo.

— Achei que o objetivo era me conhecer de novo.

— Mas isso, eu sei que não mudou. – ela se levantou com sua xícara de café em uma mão e pegou seu livro com a outra. — Sabe por que? – esperei por sua resposta, enquanto nos olhávamos. — Eu te conheço. – molhei os lábios e desviei o olhar, tentando segurar o sorriso que queria tomar conta de meu rosto.

— Aonde você vai?

— Já viu que horas são? Vou dormir. Foi bom conversar com você sem brigar.

— Também foi bom conversar com você.

— Boa noite. – se abaixou e me deu um beijo na bochecha, logo depois indo em direção ao elevador.

Suspirei. Vê-la traz tantas lembranças à tona, talvez seja por isso que eu a evito tanto.

Sei que errei em mentir para ela sobre eu não estar namorando; na verdade, nem sei ao certo o porquê de eu ter feito aquilo, foi como se as palavras tivessem voado de minha boca. Acho que, de certo modo, ainda me importo com o que Leah pensa sobre mim. Mas não importa, já não sentimos mais nada um pelo outro, a não ser admiração, e disso eu tenho certeza.

↳ pouco viciada em high school musical, graças a deus 😔✊

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↳ pouco viciada em high school musical, graças a deus 😔✊

primeiro, desculpa a demora de verdadee
segundo, eu achei essa música muito bonitinha (a da mídia), então coloquei aí para vcs lerem ouvindo sla amo anavitoria
terceiro, obrigada de verdade por todo carinho que vocês estão dando à essa fanfic, é muito importante para mim. amo vcs szsz.

xoxo; lia.

𝐓𝐑𝐀𝐏 𝐎𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐓𝐑𝐈𝐏, arón piper.Onde histórias criam vida. Descubra agora