Viagem

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO V – MENTIRAS DE MAIO

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CAPÍTULO IX - VIAGEM

O dia da viagem finalmente havia chegado e eu não poderia estar mais nervoso. Parado em frente ao prédio de Ally, respiro algumas vezes antes de discar o número do apartamento da garota no interfone. Como de costume, os traficantes que rodeavam a vizinhança me encaravam com suspeita. Mesmo que não fosse a minha primeira vez na Isle of the Lost, eu ainda era um forasteiro que poderia ser alvo de um ataque se demonstrasse qualquer reação suspeita.

- Oi. Quem é? - Após alguns toques, Ally finalmente atende ao interfone. Suspiro, aliviado.

- Oi, Ally. Cheguei. - Aviso, aproximando-me do interfone.

- Ah, Austin. - Há um silêncio nervoso em seguida. - Só instante. Vou abrir para você.

E assim como dito pela garota, não demora muito que a porta de entrada do prédio fizesse um agudo barulho, anunciando que a porta foi destrancada. Respiro fundo tentando me acalmar e subo as escadas do prédio de corredores escuros e aparência desgastada. Como nas outras vezes em que eu estive aqui, o som alto vindo de alguns apartamentos se misturava a brigas e gritos estranhos dos vizinhos.

Eu me sentia estranhamente inquieto, com medo e ao mesmo tempo ansioso. Depois que Ally e eu nos beijamos no aniversário de Holly, não tivemos a chance de conversar. A aniversariante nos encontrou na piscina de espuma e não saiu de perto de Ally em momento algum, enquanto Tony fazia questão de brincar comigo e ter toda a minha atenção naquele dia. Ao fim da festa, Elena levou Ally para casa e tudo que pude fazer foi vê-la partir sem saber ao certo o que dizer.

Beijá-la foi a melhor sensação que já tive em minha vida. Eu me senti eufórico e sem fôlego. No entanto, depois que me deitei em minha cama e parei para pensar em todos os acontecimentos daquele dia, eu não sabia mais como definir meus sentimentos. Eu realmente gosto de Ally ou eu apenas estou usando-a sem perceber para tentar curar meu coração machucado pela traição de Brooke? Quando estou com Ally esqueço de tudo e parece que existimos apenas eu e ela no mundo, mas sozinho, as lembranças misturadas a dor e a raiva voltam ao meu peito.

E antes que eu percebesse, fui covarde demais para voltar a falar sobre o nosso beijo e o que ele significou para nós. Ally também parecia fugir do assunto e foram poucas as vezes em que nós realmente estivemos sozinhos durante a semana. Eu não sabia bem o que fazer e em menos de uma hora estaremos de frente para toda a minha família, prestes a viajar para uma ilha, onde ficaremos uma semana inteira fingindo que somos namorados.

Isso significava que nós não apenas teríamos que lidar com Brooke e Aaron nos testando e em nossa cola por sete dias, como também precisaríamos fingir que não havia nada de errado conosco e que ter os olhos dela sobre mim não me afetam tanto quanto agora, diante dela a um lance de escada de distância.

Ally estava linda em seu vestido vermelho, cabelos ondulados e salto alto preto. Ao seu lado, uma mala média rosa. Nós nos encaramos e de alguma forma era como se o tempo tivesse parado. Ela sorri e automaticamente correspondo. Meu celular em meu bolso vibra, despertando-me do meu encanto ao observar a linda garota de sorriso doce e olhos brilhantes como estrelas. Subo as escadas com nossos olhos

- Oi. - Ela cumprimenta assim que eu a alcanço. Ally tenta descer com a mala, mas me apresso para pegá-la. - Obrigada.

- Você está linda. - Elogio, enquanto descemos as escadas.

Mentiras de MaioOnde histórias criam vida. Descubra agora