Medo

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO V – MENTIRAS DE MAIO

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CAPÍTULO XIV – MEDO

Sentada com as costas apoiadas no peito de Austin e seus braços me acolhendo de forma protetora, eu observava o bonito mar da ilha em silêncio. Eu me sentia em paz. Mesmo depois da aparição inesperada de Gavin e a descoberta de que Austin havia se desentendido com Aaron eram capazes de tirar a felicidade que eu sentia por meus sentimentos serem correspondidos. Era como se os braços de Austin fossem toda a proteção que eu precisava para me proteger de qualquer pessoa que pudesse nos machucar.

- Eu me sinto tão em paz quando estou com você. - Conta Austin, dando um beijo em meu ombro. Suspiro, sorrindo. Era bom saber que ele sentia o mesmo que eu. - Talvez devêssemos nos mudar para a ilha Thunderbolts e viver aqui para sempre.

- Engraçadinho. - Respondo, rindo.

- Estou falando sério. - Fala o loiro, apertando-me ainda mais contra si. Aconchego-me mais em seus braços. - Não me parece uma ideia tão ruim assim viver em um paraíso com você pelo resto de minha vida.

- Isso seria incrível. Mas o que faríamos com o meu pai? E eu ainda preciso trabalhar no Hawkeye até conseguir entrar para a Universidade de Música de Nova York. Eu também não desisti do meu sonho de viver da minha música. - Explico e ele suspira, desanimado.

- Estraga prazeres. - Resmunga e eu acabo rindo, enquanto me afasto para encarar o bico adorável que ele havia feito. - Será que dá para entrar no clima?

- Desculpa. - Lamento, dando um selinho em Austin, que suspira e acaba sorrindo.

- É impossível ficar com raiva de você até mesmo de brincadeira. - Comenta o loiro, dando um beijo em minha testa. Ele acaricia meu rosto com doçura e seus lindos olhos castanhos parecem enxergar minha alma. - Você é tão linda.

A forma como ele dizia aquelas palavras com tanto admiração e sinceridade fazia meu coração bater forte e completamente entregue a ele. Minhas bochechas coram e não consigo sustentar meu olhar por muito tempo. Cada parte de mim parecia amar Austin com ainda mais intensidade e por um momento, a ideia de viver o resto de nossas vidas nessa ilha, longe de tudo e de todos não parecia tão ruim assim.

Ele levanta meu queixo e encosta a testa dele na minha. Nossos narizes se tocam e ele os esfrega em um delicado beijo de esquimó. Não consigo evitar o sorriso apaixonado em meus lábios, antes de nos entregar a um intenso beijo. Austin aperta minha cintura e me puxa para mais perto, enquanto eu sentia meu corpo em chamas. Um longo suspiro escapa de minha boca ao sentir os lábios travessos de Austin em meu pescoço, deixando selos provocantes na pele sensível. Eu realmente não entendia como ele tinha esse poder sobre mim, de fazer com que eu perdesse completamente a noção da realidade e acabasse me entregando com facilidade a ele.

Preciso reunir toda a minha força de vontade e razão para conseguir me afastar de Austin. Do jeito que íamos não sei se seríamos capazes de nos controlar. Levanto-me e me sento na areia o mais afastada de Austin, enquanto tento me recompor. O loiro ri e se deita, com o braço sobre os olhos. Observo algumas crianças correndo próximas ao mar com os pais logo atrás pedindo para que eles tomassem cuidado.

- Austin! - Desvio o meu olhar da família para encarar Oliver, que se aproximava de nós acompanhado dos outros primos de Austin. Todos carregavam uma expressão séria e a forma tensa com a qual caminhavam me alertava que algo bem ruim havia acontecido.

- Droga. Parece que a notícia se espalhou mais rápido do que eu imaginava. - Sussurra o rapaz, ainda com os olhos cobertos pelo braço. Ele suspira e se levanta, encarando os primos. - Bom dia! Vocês dormiram bem?

Mentiras de MaioOnde histórias criam vida. Descubra agora