Baile de Formatura

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ROMANCES MENSAIS

LIVRO V – MENTIRAS DE MAIO

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CAPÍTULO XXIX - BAILE DE FORMATURA

Sentados na grandiosa sala de estar da mansão de meus avôs maternos, Ally e eu esperávamos ansiosos pelos donos da casa. Minha namorada observava a tudo com fascínio, principalmente a foto exuberante em cima da lareira de minha família. Eu sentia minhas mãos tremerem levemente, enquanto apertava a mão de Ally com firmeza. Ela sorria tentando transmitir algum tipo de apoio, mas ainda era possível ver os seus olhos brilhando em nervosismo.

A decoração imponente da casa era intimidante. Mesmo indo diversas vezes a casa de meus avôs, eu não conseguia me sentir tão à vontade. Quando criança, eu achava que isso se devia ao tamanho exagerado da mansão. Tudo parecia tão extravagante e caro, que eu tinha medo de me mexer e acabar quebrando alguma coisa que poderia custar o valor dos meus órgãos. No entanto, hoje percebo que essa insegurança se deve ao clima pesado que a casa transmitia.

- O Sr. e a Sra. Queen estão vindo. - Avisa a governanta da casa, aparecendo de repente. Por estar tão concentrado em meus pensamentos, acabo me assustando. Agnes sorri em um pedido mudo de desculpas. - Vocês gostariam de beber alguma coisa?

- Obrigado, Agnes. - Agradeço a mulher de meia idade, olhos e cabelos pretos como a noite e sorriso gentil. - Eu gostaria de uma água, por favor.

- O mesmo para mim. - Afirma Ally, sorrindo para a mulher.

- Um instante, por favor. - Responde Agnes, retirando-se do cômodo em seguida.

- Você está bem? - Pergunta Ally, encarando-me com preocupação.

- Sim. Apenas um pouco nervoso. Obrigado por ter vindo comigo. - Respondo, vendo-a apertar o colar de Sol e Lua que dei para ela.

- Não precisa agradecer. Estamos juntos agora. Não importa qual seja o obstáculo, iremos enfrentar juntos. - Afirma a garota, dando aquele sorriso doce. Sorrio e deixo um beijo em sua testa, antes de encostar meu nariz no dela e darmos um beijo de esquimó. Ally ri de olhos fechados e parece apreciar o carinho.

- Então meu neto ingrato resolver lembrar que os avôs existem e fazer uma visita? - A voz de minha avó nos pega de surpresa. Imediatamente nos afastamos e vejo Marta Allen Queen sorri divertida. Ally cora e desvia o olhar, parecendo não saber como reagir ao ter o olhar da senhora de cabelos loiros como o meu e olhos tão azuis e intensos quanto o céu sobre si. - E trouxe consigo a bela Allycia Dawson.

- Oi vovó. Oi vovô. - Cumprimento os dois idosos, levantando-me do sofá.

- Bom dia, Sr. e Sra. Queen. Obrigada por nos receber. - Ally também se levanta e os cumprimenta com um sorriso nervoso.

- Sentem-se. - Pede o homem de cabelos e olhos castanhos intensos, dando um fraco sorriso enquanto se aproxima de nós com a esposa. Nós nos acomodamos no sofá de frente para o que meus avôs se sentam. Meu avô encara Ally por alguns instantes e suspira. - Minhas condolências pela morte de seu pai. Nós soubemos o que houve e lamentamos muito por ter tido culpa, ainda que indiretamente.

- Obrigada, Sr. Queen. Mas não precisam se desculpar. Vocês não tiveram culpa alguma. A saúde do meu pai já estava bastante debilitada. Isso poderia ter ocorrido a qualquer momento. Não tem sido fácil, mas não posso passar a minha vida toda apenas lamentando o que aconteceu. Meus pais não ficariam felizes em me ver assim. - Responde minha namorada com uma determinação única. Sorrio e pego em sua mão, mostrando todo o meu apoio. Eu me sentia extremamente orgulhoso de ter uma mulher tão forte ao meu lado.

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