Quantas vezes vocês ouviram travessuras no lugar de gostosuras?

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  – Halloween é uma data comemorativa, temos o costume de nos fantasiar e saímos no dia 31 de outubro indo de porta em porta pedir doces. - Lavínia explicava para os machos naquela sala o que era a festa que suas companheiras estavam planejando, e como os humanos a celebravam – Então falamos: gostosuras ou travessuras, e se a pessoa não nos dá doces, voltamos quando a pessoa foi dormir e pregamos uma peça.

– O mais comum é no dia seguinte, algumas casas estarem com o telhado cheio de rolos de papel higiênico. - Ellie completou – Fiz isso duas vezes na casa de uma senhora mal-humorada no bairro onde cresci, na hora foi divertido, mas na manhã seguinte acabei ajudando ela a limpar. Acabei ganhando os doces, mas fiquei com medo de comer. Algo me dizia que ela sabia que tinha sido eu, e tinha medo de ela querer se vingar envenenando os doces.

Trish, Becca, Jessie e Lavínia riram enquanto seus companheiros as observavam curiosos, eles não se negavam a uma boa comemoração em família, mas o que elas queriam era fazer algo arriscado ao ver deles. Levar seus filhotes para rua, mesmo que em Homeland, os deixava apreensivos.

– Por que se fantasiar? - Slade tentava entender o porquê seu filhote teria que se disfarçar para ganhar algo. Não importava o que fosse, ele daria. Era seu papel, manter as necessidades de seu filhote e de sua companheira sempre satisfeitas.

– Bom, isso vem da época da colonização inglesa. Era uma tradição religiosa no antigo país. Onde se vestiam de monstros pra assustar os maus espíritos. - Lavínia tomou mais uma vez seu lugar como professora dos costumes e tradições humanas naquela conversa.

– Os filhotes não podem simplesmente pedir os doces? - Slade mais uma vez tentava ver a lógica da comemoração. Na verdade, ele estava temoroso, desde que seus filhotes quase foram expostos ele se tornou ainda mais protetor com sua família, assim como todos os machos acasalados.

– Se fantasiam porque é divertido, Slade. - Lavínia aumentou um pouco seu tom, sua paciência estava acabando, assim como seu humor que estava oscilando. Definitivamente gestar um Espécie é muito mais complicado, seu humor se alterava constantemente.

– Não estressem minha companheira, se esta festa a fará feliz, vamos fazer! - Brass circulou a cintura de Lavínia, pousando sua mão sob o ventre ainda nada aparente da companheira. A fazendo apoiar seu corpo contra o dele, a acalmando e aquecendo. Brass escondeu seu rosto na curva do pescoço da mulher sentindo seu aroma viciante, antes de prosseguir – Slade, nossos filhotes estarão seguros, nossas companheiras foram inteligentes e planejaram essa comemoração para que possamos nos divertir com nossa família. Assim como protegerei minha companheira e filhote, você fará o mesmo.

– Tudo que quero, é poder dar pro meu filho – Lavínia suspirou mais calma envolvendo-se nos braços de Brass, e se corrigiu – Nosso filho e os filhotes uma noite divertida, onde podem aprender mais sobre os costumes do mundo em que eles nasceram. Eles são livres, e merecem conhecer e desfrutar de tudo.

Por um momento, os machos daquela sala sentiram o peso daquelas palavras. Seus filhotes mereciam um mundo, e Brass tinha razão, suas companheiras eram tão inteligentes, que já haviam planejado tudo, desde as festas, fantasias e seguranças.

– Então todo mundo é obrigado a dar doces? E quem não gosta de chocolate? - Brawn se pronunciou terminando de ler o planejamento de Jessie.

– Bom....tem outros doces. Balinhas... chicletes... alcaçuz... marshmallows... jujubas.
Você gosta de jujubas? - Becca sentou no colo de seu companheiro sorridente envolvendo-o num abraço carinhoso, ela amava o Halloween, e estava muito animada em poder curtir aquele dia com seu filhote e seu companheiro.

– Então é isso – Justice se aproximou de Jessie a abraçando também – a ONE terá uma grade festa de Halloween.

Antes que pudesse comemorar mais, Brezze invadiu a sala ofegante com um olhar de culpa – Becca, seu filhote quis ensinar um truque para Luca – Brezze não sabia se ria ou se desculpava-se mais uma vez – Brass seu filhote tá preso numa árvore pedindo pra você não contar para mamãe!

O que fez a companheira de Brass suspirar mais uma vez – Deuses.

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