A Última Flor de Cerejeira

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Konoha era atacada desta vez.

Outra investida da Akatsuki e seus aliados.

Mas dessa vez era diferente. Dessa vez Madara dava as caras, Naruto e o restante dos Onze se preparavam para confrontá-lo com toda sua força. O plano era capturá-lo e usá-lo como refém para que a Akatsuki se rendesse, Tsunade já havia dando sua permissão. Os Ambus se concentravam em manter a elite de nukenins o mais distante possível do centro da vila, enquanto a mesma era evacuada pelos chūnins.

A linha de frente estava sendo formada, Naruto liderava o grupo. O jinchūriki estava decidido a dar um basta naquilo de uma vez por todas, custasse o que custar. Seus companheiros não pensavam diferentes, todos determinados, com um brilho no olhar. O brilho da vontade do fogo.

Shikamaru foi o primeiro a notar. Algo estava errado. O inimigo não estava atacando, embora permanecesse encurralando o território da Folha. Jiraiya e Tsunade se juntaram ao grupo, a loira vestia seu sobretudo e chapéu imponentes, os mesmos que Naruto venerava.

— Algo está errado. — o Chūnin avisou, reunindo o grupo.

— Eles não estão atacando. — a menina Yamanaka disse, o que todos já haviam percebido.

— Qual o plano? — Kiba quis saber, preocupado.

Naruto analisava o grupo que os cercavam, confuso, enquanto Tsunade quebrava a cabeça decidindo uma nova estratégia.

— Acho que devemos manter o plano. — Kakashi sugeriu saltando para perto deles, acompanhado de Guy. — Se eles resolverem nos atacar, a Ambu não poderá deter-los por muito tempo. — afirmou mantendo sua opinião, olhando diretamente para a Hokage.

— Eu vou na frente, mantenham-se alertas! Daremos início ao plano! Capturem Madara! — Tsunade deu suas ordens, se preparando para a possível batalha que viria pela frente.

— Eu vou com você. — Jiraiya avisou, acompanhando-a. Tsunade assentiu agradecida, e mergulhou suas íris nas dos pequenos Chūnins.

— Voltem vivos. — mandou, comovida.

— Digo o mesmo, vovó! — Naruto brincou com seu sorriso contagiante, deixando seus inimigos de lado para ajudar seus aliados.

A formação de batalha dos Onze foi feita novamente. Era tudo ou nada.

De repente, ao notar o movimento agitado dentro de Konoha, dos céus, Deidara sinalizou montando em um de seus pássaros de argila. O líder da elite, que observava tudo calmamente, então deu início ao plano, transmitindo o aviso ao seu subordinado. Esse retirou um pergaminho de dentro da manga do sobretudo negro de nuvens vermelhas, abrindo-o sobre o chão. O mascarado fez alguns sinais de mãos típicos de usuários de fūinjutsu, invocando seu chakra. Uma luz branca emanou do papel, que antes branco e agora com símbolos pretos.

Um raio rasgou os céus de Konoha, ao comando de Madara.

Pareceu uma bomba.

O impacto desestabilizou todos que estavam próximos ao lugar da queda. E, principalmente, quem estava no lugar.

Madara sorriu por baixo da máscara, cético de que havia atingido o jinchūriki de nove caldas.

— Nosso trabalho aqui foi feito. — Pain disse por fim, permitindo que seu seguidores batessem em retirada.

Mas ele estava errado. Ele não podia imaginar que os ninjas daquela aldeia eram tão perspicazes, e havia uma em especial que fez seu plano ir por água á baixo sem que notasse. Enquanto a Akatsuki se retirava discretamente, não perceberam sua falha.

Alguns minutos atrás, antes de todo o reboliço, assim que a luz cruzou suas cabeça indo em direção á Naruto, um dos Onze se lançou sobre o loiro, tirando-o da mira. Ninguém havia visto. Ninguém havia percebido. Ninguém anão ser ele.

Naruto abriu os olhos, dolorido, e coçou a cabeça. Aos poucos sua visão foi tomando foco e sua mente foi se organizando. A cena a seguir foi assustadora, muitos dos seus foram feridos pelo impacto. Cambaleante, ele se levantou, forçando os olhos a se adaptarem a situação.

— Naruto-kun! Você está bem? — a princesa Hyūga perguntou, aflita, aproximando-se dele para servir de apoio.

— Eu... — balbuciou em um murmúrio, ainda atordoado, foi quando seu campo de visão se concentrou em apenas uma coisa. — Sakura! — gritou soltando-se de Hinata para socorrer a companheira de equipe.

Naruto se aproximou de seu corpo jogado ao chão, confuso e assustado. Se perguntava o que poderia fazer pela amiga, também se perguntava se ela estava ferida.

— Naruto, você está bem? — Tsunade perguntou se aproximando do jovem, avaliando-o dos pés á cabeça. — Onde está ferido? — quis saber, erguendo seus sua mão direita, preocupada, enquanto uma pequena quantidade de chakra era concentrada.

— Sakura... — murmurou sem tirar os olhos da rosada, em choque. Ele se recusava a pensar que ela poderia estar morta. Se recusava a pensar que ela daria sua própria vida pela dele.

— O quê? — a mais velha indagou confusa, unindo as sombrancelhas loiras.

— Sakura. — Naruto chamava-a baixinho, na esperança de que ela ouvisse e se levantasse por conta própria.

A Hokage, notando o semblante apavorado do rapaz, dirigiu seu olhar pela mesma direção que ele apontava. Seu sangue gelou. Sua pupila estava jogada ao chão, como um cadáver deixado para apodrecer. Lágrimas surgiram em seus olhos, cética, ela não conseguia sequer pensar na possibilidade de perder mais alguém.

Num piscar de olhos, todos os envolvidos estavam ao redor do corpo da menina, todos incrédulos.

— Sakura! — Naruto gritou outra vez, deixando o desespero tomar-lhe enquanto movia seus pés para correr até a amiga. Porém, Hinata interveio segurando seu braço, ele a olhou confuso, a mesma apenas continuou observando a cena deslizando a mão pelo seu braço até alcançar seus dedos e então ela os entrelaçou. O loiro quis chorar, quis soltar sua mão, correr até a rosada e sacudir-la pelos ombros até que recobrasse a consciência. Mas não o fez. Ele apenas continuou encarando a morena, com os olhos marejados e lábios trêmulos.

Todos estavam paralisados, já sofrendo pelo luto.

Quando, finalmente, Kakashi resolveu tirar o corpo da aluna daquele chão úmido, dando o primeiro passo, a rosada se apoiou nos cotovelos, erguendo-se. Todos prenderam a respiração, alegres e emocionados ao mesmo tempo. A menina se levantou com dificuldades, colocando-se em modo de defesa e ajustando sua máscara.

Naruto franziu o cenho. Desde quando Sakura usava máscara?

— Sakura...? — o platinado chamou, hesitante.

A menina continuava de cabeça baixa, na mesma postura, talvez atordoada.

— Sakura-chan, você está bem? — Naruto procurou saber, soltando de vez a portadora do Byakugan. Curioso e ansioso, se aproximou lentamente da jovem. Essa ergueu o queixo, revelando suas íris esverdeadas pelas brechas da máscara, deixando com quem madeixas rosadas caíssem do amarrado improvisado. O loiro estremeceu sobre seu olhar. — Sakura-chan...? — chamou dando um passo a mais em sua direção, a mesma se retraiu erguendo uma katana que só agora era visível.

— Afaste-se, Menma! — rosnou apontando-lhe a lâmina afiada. Naruto arregalou os olhos, igualmente a todos que também eram surpreendidos pela abordagem da rosada.

— Essa não. — murmurou descrente, mordendo o lábio inferior.

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