A Última Flor de Cerejeira

Capítulo VII

— Maldição! — praguejou pela milésima vez, chutando a minúscula pedra que teve o infortúnio de cruzar seu caminho.

Ela era assim, impaciente, tinha o péssimo hábito de descontar suas frustrações nos inocentes e causar intrigas pela causa.

— Por essa eu não esperava... — seu tom inconformado logo deu lugar a um de decepção em questão de segundos, ao recordar das palavras de Hinata.

Se fossem descrever ela em uma palavra, diríamos volúvel ou hiperativa, realidade que fazia com que Menma à repreendesse rudemente por imprudência em quase todas suas missões unida ao velho Team Seven.

— Oe, Sakura!

Um arrepio subiu por sua espinha ao ouvir o timbre rouco do culpado por todo o seu dilema, virando-se na sua direção mecanicamente e com uma feição nada amigável.

A imagem a seguir sequer à abalou, tudo estava conforme seu pensamento depreciativo.

Sasuke acenava exageradamente - até mesmo para ela - entre um grupo de garotas, todos com o traço comum de uma rosa escarlate, flor cujo já havia lhe oferecido infinitas vezes como prova de um sentimento anormal que ele alegava nutrir por ela. Contudo, ela sempre fez questão de deixar evidente que toda sua devoção era voltada ao outro companheiro de equipe, Menma, no qual ela se recusava á entregar de bandeja para a melhor amiga e rival, Hinata.

Sakura bufou o olhando com desprezo aparente, antes de voltar andar.

Sasuke, em contra partida, não deixou-se abater, desviando das garotas que estava entretido até então, para seguir-la.

— Não vá, Sasuke-kun. — jogou um sorriso cúmplice para a jovem que tentavam impedir segurando-lhe o braço.

— Nos vemos mais tarde, gatinhas! — garantiu com sua típica frase de flerte, a que usava para promessas inválidas.

Sakura apressou o passo para longe em uma tentativa falha de o deixar para trás quando o percebeu deixar seu fã club particular.

— Parece que estamos destinados a nos encontrar por acaso, não acha Hana-chan? — flertou com uma leve corrida para alcançar-la, incitando uma profunda inspiração da jovem. Ele relevou, outra vez. — Espera um minuto, vamos comer algo. — insistiu.

Com muita relutantacia e, apenas e puramente, por cortesia, deu o ar da graça de cogitar responder-lo, em honra aos tempos de gennin.

— Já comi com umas amigas. 

— Então arranjamos outro compromisso. — respondeu de imediato, prontificando seu tempo livre.

Sakura logo descartou a hipótese, era melhor que ele continuasse á brincar com as pobres moças da vila ao envés de atormentar por um período maior de tempo. Sentir-se tremendamente envergonhada ao ser vista acompanhada de um homem tão infame.

— Gomen, estou ocupada agora. — tentou se esquivar e apressou o caminhar outra vez, deixando-o para trás.

Mas não demorou muito para que a figura tornasse a surgir no seu campo de visão, andando de maneira desleixada, de modo que pudesse encarar-la.

— Bom, então vamos para casa juntos. — ele não propôs, ele afirmou. Dessa vez não queria dar-la escapatória, sentenciaria-a á estar ao seu lado. — Eu te acompanho, pode ser perigoso andar por aí sozinha durante a noite.

Num impulso, tomou seu fino e delicado pulso para arrastar-la pelo caminho que levava a sua casa, imaginando assim que ela não poderia deixar-lo para trás como sempre fazia.

Mas dessa vez foi diferente do que estava acostumado, ele lamentou intimamente por isso.

— Não me toque! — o gritou rompeu sua garganta enquanto a mão livre se erguia para afastar-lo de si abruptamente, com um tapa.