A Última Flor de Cerejeira

Capítulo III

— Exato. — Sakura assentia freneticamente, tentando entender o porque do choque.

— Apenas prossiga com a lista, Sakura. — a Senju murmurou com um aceno cheio de descaso enquanto a outra mão alisava sua testa. A rosada assentiu.

Sua voz falhou um pouco, obrigando-a a engolir seco, para então falar:

— Yondaime Hokage, Haruno Kizashi.

— Seu pai?! — Tsunade berrou, incrédula.

— O que aconteceu com o pai do Sasuke? — Naruto questionou visando mudar de assunto o mais rápido possível, colocando a mão em seu ombro. Ele sabia exatamente como era aquilo, sabia que não era fácil. Sakura o olhou surpresa e, por um momento, o Jinchūriki jurou ver-la o olhar de forma calorosa, mas logo sua frieza voltou á tona.

— Ele resolveu se aposentar mais cedo, queria dedicar mais tempo á família e ao clã. — respondeu desviando os olhos para Tsunade, evitando contato visual. Naruto viu seu desconforto, obrigando-se a afastar sua mão e se retrair em seguida. — O que não adiantou muito, pois quando meu pai morreu salvando a vila da Kyūbi, ele retomou o cargo. — comentou erguendo um ombro e alinhando os lábios, como se fosse apenas uma peça pregada pelo destino. — Por fim, veio o Godaime Hokage Uchiha Obito.

— Certo... Então, tudo que temos em comum é a aparência. — alguém comentou do lado de fora da sala. Os jovens olharam em volta preparados para atacar e Sakura deslizou a mão até sua máscara disfarçadamente enquanto a outra ia até sua bainha, á procura da katana.

— Quantas vezes tenho de dizer para não bisbilhotar minhas conversas, Jiraya? — a Senju resmungou, irritada, massageando as têmporas.

— Eu não estava bisbilhotando, estava participando do lado de fora. — brincou fingindo corrigi-la, se debruçando sobre o parapeito da janela e laçando-se para dentro da sala.

— Ero-sennin! — Naruto o advertiu, cruzando os braços.

Sakura alternou o olhar entre Naruto e Jiraya, cautelosa, decidindo se largava a katana ou não. O sannin percebeu o conflito interno da garota e se aproximou á fim de tranquilizá-la.

— Não se preocupe, aqui eu não sou um nukenin. — avisou enfiando as mãos no bolso, ficando lado-a-lado com Tsunade. — Orochimaru já cumpri esse papel. — comentou trocando olhares com Tsunade, olhares carregados de dor que era ocultos por um sorriso. Sakura se surpreendeu com o que lhe foi revelado e sua resposta foi ainda mais surpreendente.

— Que ironia! — resmungou.

Jiraya arqueou uma sombrancelha para sua petulância, mas nada disse. Naruto à encarava melancólico, ainda não conseguia aceitar de fato a frieza daquela Sakura, ele ainda à enxergava como um anjo afetuoso e agressivo.

— Recapitulando... Você está cercada por pessoas que não confia. — Kakashi presumiu tirando toda a atenção da rosada paranóica e adquirindo para si.

— Kakashi Hatake... — Sakura o chamou usando um tom cheio de escárnio, o olhando com arrogância. — Não quer saber quem é você na minha dimensão? — provocou.

— Na verdade, isso não me apetece. Já sei tudo que poderia querer saber. — retrucou indo rumo a porta que levava á saída, passando por ela sem olhá-la.

Sakura sorriu por baixo da máscara, um sorriso frio e irreconhecível.

— Rin Nohara — citou. Ao escutar aquele nome, Kakashi travou no lugar, segurando a maçaneta da porta como se fosse o que lhe mantinha de pé.

Poucas pessoas o desestabilizavam e, sabe-se-lá como, aquela garota havia conseguido com apenas duas palavras.

— Ou deveria dizer Rin Hatake? — perguntou e num piscar de olhos ela e o platinado estava se encarando fixamente, a rosada estava de pé e ele havia se virado. — Sua esposa. — completou.