Capítulo IV

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— Olá — Sai acenou atravessando o limite do comércio, com um sorriso no rosto. Ele arrastou seus passos até o grupo de jovens e se sentou do outro lado do balcão, próximo á Naruto. — Como vai a feiosa/não feiosa? — quis saber, mantendo a mesma expressão. Sakura sentiu seu olhar sobre si, olhou para os lados tentando desvendar o significado e falhou miseravelmente, passando a ficar confusa. Um finco se formou no meio da testa da rosada.

— Não chame ela assim, Sai! — a Yamanaka rosnou se levantando para dá-lo um tapa da nuca. Sai resmungou um "ai" enquanto alisava o lugar, mas ainda sorria.

Abismada, Sakura alternou o olhar entre ele, Ino e Naruto.

— Por que estão fazendo isso com o Sai? Sabem como ele é sensível! — ela murmurou chocada.

— Sensível? O Sai é um poço de gelo, querida. — Ino brincou, tentando ser sutil com a estranha. As orbes verdes à encararam com curiosidade, procurando sentido em suas palavras; o quão estranha aquela dimensão poderia ser?

Antes que pudesse balbuciar alguma coisa inteligível, duas tigelas foram repousadas sobre a mesa. Ela ergueu seus olhos para encontrar um senhor de idade sorrindo.

— Desculpem a demora, bom apetite. — disse cordialmente e foi embora, sem esperar por uma resposta. Sua atenção voltou a tigela, era macarrão com um ovo, carne de porco e missô. Nada além de misturas em um caldo.

Sasuke não aprovaria, pensou.

Seus olhos rolaram até a tigela ao lado, decorada da mesma forma e com os mesmos ingredientes possíveis de se ver por cima. Em seguida subiram pela mão de Naruto que segurava os hashis, e então pelo braço, até o rosto que continha uma expressão satisfeita e gulosa. Ela sorriu levemente, um sorriso nostálgico. O Menma que conhecia também amava comidas caseiras, mas jamais se permitiria demonstrar prazer enquanto fazia algo, principalmente quando se tratava de algo fútil como comer. Diferente de Sasuke, que odiava caldos e doces, seu paladar era refinado demais para esses tipos de alimentos.

— Sai é um ex-membro do esquadrão Ambu. — Naruto explicou abaixando a tigela, após mastigar. Ele devorava tudo com tanta euforia, digna de atenção.

Sakura ergueu as sombrancelhas, não esperava por isso. O Sai que conhecia era frágil, extrovertido, e estava sempre deixando sua razão para dar ouvidos á emoção.

— De que divisão? — indagou.

— Danzou Shimura, — o moreno respondeu, ganhando sua atenção. Ele se assemelhava ao Sai que conhecia, mas seu sorriso era diferente. Era um sorriso que parecia carregar segredos tão sombrios quanto o brilho que reluzia em seus olhos. — Mas como Naruto disse, eu não trabalho mais lá. Hoje sou parte do time Kakashi junto dele e A Feiosa. — completou fechando os olhos para dar ênfase a feição alegre. Sakura viu o quão superficial era aquela expressão.

Seus olhos voltaram ao prato, cujo ainda não tinha tocado. Ela não tinha nada contra macarrões, nem caldos ou tomates e doces. Só não sentia-se a vontade para comer. Ela sempre fazia suas refeições sozinha, enquanto explorava o mundo atrás de Menma. As únicas vezes que comia com alguém era durante as vezes que passava na vila para entregar relatórios com as informações sobre o nukenin, quando Sasuke à levava comida.

— Onde está o Sasuke? — perguntou por fim, tomando a devida coragem. Desde que saira daquele hospital, ela se perguntava o paradeiro do "outro eu" de seu melhor amigo. Segundo sua lógica, nessa dimensão existiam A Vítima da Kyūbi no Kitsune e O Melhor Amigo, mas não O Nukenin. Todavia, sempre que tentava pensar á respeito, temia chegar á uma conclusão.

O silêncio tornou a se estabelecer entre eles, ainda mais tenso. Sai foi o único que pareceu disposto a responder, contudo, a loira Yamanaka - que ainda estava ao seu lado - se preveniu usando as mãos para tampar sua boca.

A Última Flor de Cerejeira Onde histórias criam vida. Descubra agora