Ao sairmos do teatro voltamos a nossa busca, Miguel estava ao meu lado, continuava perturbado com o reencontro com Ernesto, o homem que raptou Inês, Dédalo não estava melhor, o inventor estava a nossa frente, nos guiando, e ficava olhando ao redor, apreensivo, como se a qualquer momento Minos fosse sair de um beco para nos atacar. Fiquei pensando em Minos, o rei que aprisionou Dédalo e o obrigou a construir esse tal labirinto, Minos não parecia está sofrendo naquele lugar, parecia até acostumado a viver um pós vida alí.
Depois de andarmos alguns quarteirões Dédalo falou que estávamos perto, na rua que estávamos aviam poucos esqueleto, e os que tinham estavam encostados nas paredes das casas em ruína, pareciam está dormindo.
- Chegamos.- Disse Dédalo depois de fazemos uma curva.
Tínhamos parado na frente de uma construção, e essa me impressionou, estava em ruínas como todas as outras, mas essa estava iluminada, devia ser alguma loja de presentes, porque na frente tinha um letreiro de neon azul que dizia SOUVENIR DO REI CAÍDO, algumas letras apagadas, a porta que dava para o interior estava aberta. Então todos nós entramos.
Quando entramos tivemos que andar em fila, porque o lugar era minúsculo a ponto de fazer uma formiga sentir claustrofobia, nas prateleiras estavam bonecos de esqueletos feitos de sucata, todos tinha uma aparência miserável, assim como os esqueletos que vimos lá fora, e eram muito bem feitos. Quando chegamos no fundo da loja encontramos um esqueleto de costas para nos, esse era alto, usava vestes de rei e uma coroa enferrujada na cabeça com cabelos castanhos encaracolados, nós nos entre olhamos, Tadashi foi quem chamou a atenção do esqueleto.
- Oi, senhor?
O esqueleto a nossa frente olhou por cima do ombro, os olhos dele fez um arrepiou percorrer minha costa, ele tinha o olhar de um louco, o que fazia ser difícil olhar diretamente para seu rosto. Ao se virar disse com uma voz áspera.
- Em que posso ajudar?
- Oi, estamos aqui a procura de uma espada.- Disse Dédalo.
- Espada?- O vendedor olhou para nos, pensativo.- Não sei do que vocês estão falando, agora saiam da minha loja.
Dava para notar que o vendedor estava mentindo, ele sabia sim do que estávamos falando. Então notei em algo atrás dele, um brilho que vinha de um objeto feito de metal, depois de alguns segundos notei que estava vendo uma espada.
- Então o que é aquilo.- Eu disse.
- Nada que seja da sua conta, menino.
- Precisamos dessa espada- Insistiu Dédalo.- Essa é o presente de Catrina para Xibalba.
- Eu sei e eu não ligo, esse é o melhor item em minha loja a séculos.
- Se Xibalba ficar sabendo onde a espada está ele virar, e não estará feliz.- Dédalo tentava persuadi-lo.
- Você acha que eu tenho medo daquele esqueleto, ele não passa de um velho resmungam, e o que ele faria comigo? Me mataria? Eu já estou morto.
Me dei conta de que não iríamos consegui aquela espada facilmente, então algo me veio a mente.
- E se comprassemos a espada?
O esqueleto pareceu desconfiado, tinha uma expressão que dizia "e por acaso vocês tem algo mais valioso que a espada?". Tadashi entendeu minha ideia e disse
- Você é um homem de negócios, não? Então nos venderia a espada?
- E o que vocês tem a me oferecer?
Eu mexi nos bolsos da minha calça e da blusa que Miguel me emprestou, encontrei meu celular, mas o esqueleto não queria trocar, Miguel tinha o violão na costa, e do bolso da calça tirou um celular, o vendedor também não quis trocar, Tadashi tinha tirado dos bolsos um dispositivo, que eu não sabia o que era, e um punhado de chaves, mas Dédalo foi quem impressionou, dos bolsos do short tirava pequenos bonecos de animais feitos de bronze, um touro, um cachorro, um gato e uma dezena de pássaros, todos ganharam vida nas mão esqueléticas do inventor, o touro e o cachorro andavam pelas mão de Dédalo, o gato pulou para o chão, Dante começou a persegui-lo pela loja, os pássaro voaram, mesmo sendo feitos de bronze pesado, aquilo deixou Tadashi, Miguel e eu impressionados, mas o vendedor se limitou a dar um bocejo.
Quando pareceu que nada compraria aquela espada Dédalo tirou do bolso uma barra de cereal, os olhos do lojista brilharam como se a barra de cereal fosse feita de ouro, ele agarrou o lanche da mão de Dédalo, lhe deu a espada e disse.- Tome a espada, eu ficarei com isso, a milênios não como nada.
Não questionamos nem nada, só saímos da loja com a espada, Dante desistiu de perseguir o gato mecânico e foi atrás de nos, saímos deixando os pássaros de bronze, um gato mecânico e um esqueleto feliz com sua barra de cereal.
Na rua, na frente da loja, fiz uma pergunta mais para mim mesmo que para qualquer outra pessoa.
- Por que ele trocou uma espada por uma barra de cereal?
Dédalo olhou para mim e disse.
- Ele é Tântalo, eu devia saber, era um rei guloso, um dia roubou ambrosia e néctar, a comida dos deuses.
- Como você sabe disso?
- Ele viveu na mesma época que eu, era bem conhecido, e era muito gordo quando vivo, agora que é só um esqueleto não o reconheci.
Não discutimos muito isso, o mais importante é que estávamos com a espada, e o tempo não estava ao nosso lado, eu mesmo podia sentir minha pele ficando transparente debaixo da blusa, só parte do peito e tá minha cabeça continuava com pele.
- Então, melhor irmos andando.
Tadashi ia tirando do bolso o apito para cão, mas então uma voz familiar veio detrás de nós, uma mão segurou meus braços, e então alguém pouco querido falou.
- Eu fico com isso.- Era a voz de Ernesto.- Obrigado por pegá-la do desvalido de Tântalo.
A minha frente Dédalo, Miguel, Dante e Tadashi recuaram um passo, notei que Ernesto não estava sozinho, algumas dezenas de esqueletos moribundos estavam postados atrás dele, a expressão de Miguel voltou a se encher de raiva, o moreno foi ido na direção de Ernesto, para lhe dar um soco no rosto, mas foi impedido por um dos capangas de Ernesto, que segurou sua mão.
Ernesto olhou para Miguel, de início parecia furioso, então seu rosto mostrou um sorriso vitorioso.
- Agora ninguém da sua família vira salva-lo.- Falou Ernesto bem rente ao rosto de Miguel.
Dante foi indo na direção de Miguel, mas então outro dos capangas de Ernesto o segurou, e para nosso azar havia uma gaiola para animais perto de onde estávamos, o esqueleto a pegou e colocou Dante dentro dela.
Por um segundo nada aconteceu, estávamos muito perplexos com a nossa falta de sorte. Então Ernesto voltou a falar.
- Agora, me dêem a espada, Minos ficará muito feliz em dê-la.
- NÃO!- Exclamou Tadashi.
Ernesto não ficou com raiva com a resposta, na verdade, deu uma risada, como se estivesse se divertindo com tudo aquilo.
- Me dê a espada ou os meus amigos tomaram ela de vocês.
Alguns esqueletos deram risada as costas de Ernesto e foram a frente, para tomar a espada, infelizmente conseguiram o que queriam.
- Agora,- Disse Ernesto.- Mande-nos para o cativeiro, eu levarei a espada para Minos.- Então Ernesto olhou para Miguel.- E você virar comigo.
Então assim fomos divididos, Dédalo, Tadashi e eu tínhamos tido as mão amarradas e éramos escoltados por alguns dos lacaios de Ernesto, Miguel irá com Ernesto, para onde não sabemos.
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Um Romance Improvável
RomanceEra Dia dos Mortos na cidade de Santa Cecília, onde havia muitos turistas, e um deles é Hiro, que, depois de passar por desventuras, acaba no Mundo dos Mortos, nisso Hiro acaba conhecendo o jovem Miguel e seu cachorro, Dante, que lhe oferecem ajuda...