CAP. 1

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O despertador toca anunciando mais um dia de trabalho.
O Sol e eu acordamos juntos todo o dia, isso me dá um certo alívio para os desafios que me aguardam.
Coloco meu uniforme e prendo meu cabelo, dou uma última olhada no meu violino, que está atrás do armário, meu pai não gosta que eu toque ele, segundo seus princípios: "Isso não é para garotas como você, agora lave a louça".
Minha mãe me deu ele de presente como herança de família aos 5 anos, como deve saber, meu pai não gostou, tiveram uma briga séria naquele dia, então fugi para uma praça que ficava perto de casa, na hora havia um homem tocando o mesmo instrumento.
Como eu era criança na época, me aproximei dele e perguntei se podia tocá-lo um pouco, eu queria pegar nele pra sentir como é segurar aquela coisa, então toquei a mesma música que ele estava tocando antes.
Todos ficaram surpresos e me aplaudiram de pé, o homem se aproximou de mim e falou: "Você tem um dom maravilhoso, se um dia quiser espalhá-lo para o mundo inteiro - ele me entregou um panfleto - é só vir para este local". E então ele sumiu.
Logo minha mãe me encontrou lá e me levou pra casa, meu pai estava possesso de raiva e me mandou para o quarto.
Enquanto brigavam, abri o panfleto que dizia: : Venha para a Universidade Holloway, aqui você pode realizar seu sonho!". Prometi à mim mesma que fazer o impossível pra conseguir isso.
Quanta inocência.
"Cadê o meu café da manhã?", meu pai me acorda do pequeno momento feliz que eu estava tendo.
Do meu quarto (popularmente conhecido como sótão) fui correndo para a cozinha preparar o leve café da manhã para o meu pai.
"Christine estou com fome, por favor se apresse", como se eu também não estivesse, mas claro, os homens sempre tem privilégios.
Chego com o café da manhã, e espero pacientemente no canto da enorme sala para ficar com as sobras como todo o dia.
"E então, dormiu bem?", me surpreendo com a pergunta, mas não respondo nada, há um enorme abismo entre nós desde...
Um dos servos do meu pai chega atrapalhando minha linha de raciocínio.
"Bom dia Lorde Dwas".
"Seja breve, por favor".
"Há uma nova peça aqui em Londres, no Teatro West End de um grupo viajante e eles querem que o senhor vá como convidado de honra".
Meu pai nunca ligou para a magia das artes, mas quando o assunto é prestígio, ele é todo ouvidos.
"E qual é a peça que eles estão apresentando?".
"O Fantasma da Ópera".
Meu coração deu um pulo ao ouvir esse nome, minha mãe e eu tínhamos uma relação profunda com essa peça, meu nome veio de lá, tomei coragem e perguntei: "Que horas começa a peça?".
Meu pai me olhou torto mas o servo respondeu: "Às 8 horas hoje à noite".
"Dispensado", o servo foi embora com o tom imperativo do meu pai.
E lá vamos de discussão.
"Já falei para não se meter na conversa entre mim e meus criados".
"Pai por favor, me leva junto com o senhor, a mamãe ia adorar que eu fosse-".
"SUA MÃE ESTÁ MORTA, ELA NÃO TEM MAIS OPINIÃO NESTA CASA!", ele quebra o prato em que estava comendo, o deixando em pedaços no chão.
"Limpe isso, talvez finalmente acorde para entender que a vida não é como esses musicais idiotas".
Ele ia saindo, mas voltou para me dizer: "Amanhã virão alguns pretendentes que estão interessados em casar com você, então por favor, fique apresentável", e bateu a porta de entrada.
Lágrimas desciam pelo meu rosto enquanto catava os cacos do chão.
Fui para o meu quarto e lá fiquei, chorando, era a única coisa que eu podia fazer.
Ou não.
Tive uma ideia na hora, eu tinha que ir para essa peça, em nome da minha mãe.
E dessa vez meu pai não iria me impedir.

A/N: Oi, eu sou nova aqui no Wattpad, e desculpa pela minha capa que horrível, eu sei, mas se teve a paciência de ler esse capítulo, eu te agradeço de todo o meu coração, e logo virão mais histórias🖤🖤

A música da almaOnde histórias criam vida. Descubra agora