Capítulo 4 - Devo acreditar?

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Tanto no que pensar e minha mente só voltava naquele sonho. "Quem era aquela bebê?"

Parecia tão real como se eu estivesse vivendo ele, meu corpo parecia reconhecer aquela criança. Um leve barulho fez com que voltasse minha atenção para onde estávamos.

"Não! De novo não! Essa presença!"

- Parem onde estão! - disse girando em meus calcanhares e ficando a frente de todos. "Não vão nos pegar! Não hoje e nem nunca."

Um rapaz seguiu andando de mãos levantadas. Até poderia dizer que é um de nós, no entanto não confiaria em um completo estranho. Não mais!

Suas roupas não são gastas, no máximo sujas. Poderia até dizer que tinha vestígios de sangue nelas, mas tudo poderia ser falso e seu cabelo devidamente aparado comprovava isso.

Minha preocupação maior era a garota atrás dele. Roupas completamente alinhadas e um olhar desafiador.

Antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa ou ele se aproximar ainda mais, senti uma mão em meu ombro e de repente meu corpo ficou leve, como se eu flutuasse. Um leve frio na barriga me fez sorrir, há anos não sentia isso.

Contudo foi interrompido quando chegamos a um lugar estranho, meu corpo se contraiu, estávamos cercados. "Mas que droga de lugar é esse?" Me abaixei levemente adotando uma posição de fácil ataque. Qualquer movimento e eu não hesitaria.

Uma figura se aproximava, parecia hipnotizado, levantou suas mãos e no movimento deixou que a pá que segurava caísse. Aquilo me fez pensar melhor sobre ataca-los, até por que não sei do que sou capaz.

- Sou amigo! - disse ele - Não quero machuca-los.

Ninguém vai nos machucar. Trinquei os dentes e forcei minha mente a trabalhar mais depressa, sentia a terra em meus pés, já fiz isso antes, vamos lá! Notei quando ela começou a mexer sobre meus pés e um peso surgiu em minha barriga. "Seja firme, aguenta!"

Ele se vira rapidamente, quem da às costas a uma ameaça?

- Ethan! - ele gritou nos ignorando, será realmente que são amigos? - TERREMOTO! - "Como?"

Todos começaram a correr coordenados provavelmente para o mesmo lugar.

Ele permaneceu imóvel, segui seu olhar e vi um garotinho, deveria ter uns três ou quatro anos a mais que Isabel, seus olhos de um verde impressionante e determinados. Ele protegeria seu povo! Seu olhar feroz me dizia isso. Firmei minha posição para romper o tremor, porem o efeito foi o contrario e o tremor aumentou.

O garoto bate seu pé no chão, seus punhos estavam fechados, pude sentir o choque da terra correndo para mim, e como em sintonia relaxei.

Calmaria aquela sensação era boa, então é isso! Firmeza e determinação. Abri um pequeno sorriso para o garoto.

- Mas, o que... - a surpresa do rapaz não é nenhuma surpresa para mim, pude sentir uma mão novamente em meus ombros.

- Sinto muito! - me aprecei em dizer. - Não era nossa intenção. - mal terminei de dizer e senti meu corpo ficando leve. Para onde iriamos agora?

Para minha surpresa voltamos para o ponto onde estávamos antes e meu medo se concretizou, a garota queimava, e essa visão não me deixou nenhum pouco animada.

Meus olhos acompanharam atentamente seus movimentos. Senti as intenções de Isabel e deixei que tentasse. Quem sabe não os afastaria. "Preciso saber quem foi que me tocou e porque não senti nada diferente depois disso. Ou eu só sinto quando sou eu a fazer a conexão? Isso seria algo possível."

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