Capítulo 8 - Escolhas.

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Aquele era mais um dia de treinamento, onde tínhamos de nos defender do que quer que fosse, nem parecia que estávamos ali há duas semanas já. 

Os habitantes não nos foram muito hospitaleiros, talvez por nossa culpa por ter receio de todo mundo, ou talvez por influencia daquele senhor. Eram poucos os que nos dirigiam a palavra.

Porem ao contrario do que os primos pensavam, estávamos bem assim, tínhamos a nossa volta quem confiávamos e isso sem duvida era tudo o que precisamos.

De onde eu estava podia ver os dois brincando na parte mais abaixo de nós, Priscila sempre acertava ele. Estava chegando à conclusão que ela o via mesmo invisível, assim como eu sentia seus movimentos.

- Aurora? – Ayla me chamou.

- Oi!

- Eu tentei fazer o que você disse, com calma, sentindo cada ponto se expandindo! – ela estava animada.

- E então? – perguntei cheia de expectativa.

- Eu consegui! – o sorriso em seu rosto era de puro contentamento. – Posso ir para onde eu quiser. – disse baixo para que os outros não ouvissem. – Quer ver?

Olhei para o lado oposto onde ela estava e vi Isabel brincando com as três garotinhas, elas pareciam muito entrosadas, olhei as duas irmãs ao meu lado perto de Ayla. Porque não?

- Isabel? – chamei e a criança veio correndo pro meu lado, era sempre assim.

Assim que ela chegou olhei para Ayla que entendeu e segurou nossas mãos. Aquela sensação era sempre boa, o friozinho na barriga, isso parecia aumentar a expectativa.

Chegamos a um deserto cheio de dunas, era areia para onde quer que olhássemos.

- O que era pra gente ver aqui? – eu estava curiosa.

- Que se eu tiver um ponto definido na cabeça eu consigo ir. – ela disse satisfeita.

- E você pensou em areia? Ainda bem que não foi em água. – Stella segurava o riso.

- Para onde quer ir? – o olhar desafiador de Ayla era algo curioso de se ver.

- Quero ir ao passado, ver minha mãe. – ela respondeu.

Em silencio eu desejava a mesma coisa, mas eu não teria coragem de pedir.

E aquela leveza me dominou. Minha vista se focou em um pequeno casebre de madeira, olhei para as garotas que estavam espantadas.

- Nos tira daqui agora! – disseram juntas.

Mas não era o que queriam?

Dessa vez eu não sei onde estávamos, porem me fez querer recuar para a proteção de algum lugar.

Olhei a minha volta e uma casa estava com a porta no chão, era a única coisa naquele senário, o que quer que esteja lá dentro é  melhor do que ficar aqui fora.

- Vão ali para dentro. – agarrei Isabel para protegê-la e avancei em direção a casa.

 O lugar estava totalmente devastado, a escuridão do céu deixava tudo ainda mais arrepiante. Meus ouvidos aguçados tentava escutar algo lá fora, mas tudo que eu ouvia eram os nossos passos.

- O que aconteceu para virmos para cá? – perguntei tentando obter o máximo de informações daquele local estranho.

- Eu não sei! Acho que me assustei com elas... – ela olhava para os lados – Mas que lugar é esse? Me da arrepios.

- Não faço ideia! – dei uma olhada em tudo.

Um tampão de passagem estava quebrado e jogado de qualquer maneira pelo chão, eu sentia varias passagens secretas naquele local, inclusive abaixo de nós.

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