Uau, saímos da casa da dona Betinha, estávamos morando em uma puta casa grande, e foda-se os palavrões é a hora de vocês saberem o que aconteceu com a linda, sorridente, doce, delicada e amável Camille.
Digamos que ela foi morrendo aos poucos e só quem conseguia ver isso era a minha mãe. Nem eu mesma conseguia enxergar o quão mal eu estava, e o quão mal me tornaria. Para mim o modo que eu me comportava não tinha mudado absolutamente nada.
Mas como eu poderia estar normal? Eu nunca havia fumado na minha vida e a primeira coisa que eu quis fazer em fevereiro de 2011 quando começaram as aulas foi comprar uma carteira de cigarro, um isqueiro e fumar um cigarro. Eu achava que era só curiosidade normal de adolescente, mas na verdade eu gostava mesmo de colocar aquele cigarro entre os dedos, acender e ficar bem de boa sentada na calçada da escola. Os meninos ficavam olhando, eu fazia de propósito, queria ser notada, queria ser vista, queria ser popular. E sabe não demorou muito para que o meu nome rodasse a escola e em pouco tempo eu já tinha a minha turma. Jujuba, Vaguinho, Pedro, Gabriel, Cristian, Sergio, Maria Rita...
Bem, jujuba era minha BFF sabe, daquelas que dormia em casa dias, passava férias comigo, éramos unha e carne até o dia 19/11/2011, o dia em que a Julia resolveu ficar com o meu namorado, na minha festa de aniversário de 16 anos, praticamente na hora dos parabéns, dentro do meu quarto. Pois é, ali começou a minha sina de só me fuder no amor. Sim é uma sina porque passei a gostar de pessoas que só me viam para transar, usar e jogar fora.
Depois daquilo eu desanimei com a escola, o Pedro era o meu Justin bieber, cabelos e rosto idênticos. Eu não queria sexo, queria um namoro de escola, eu merecia isso.
Já fazia 2 anos que eu havia perdido a minha virgindade e meio que sido abusada, eu não queria aquilo, não daquele jeito, nunca mais.
Bem, 16 anos, não queria estudar, não queria nada a não ser trabalhar e ter o meu próprio dinheiro. Não queria ter que pedir 5,00 para a minha mãe e ouvir um não. Então veio o meu primeiro emprego de verdade. Gordão Lanches, com o melhor patrão do mundo, na verdade ele era um pai. No início eu ganhava 700,00$ e meu deus era maravilhoso.
Por mim trabalharia 24 horas, escola para que já que trabalho eu já tinha? Era o meu pensamento.
Sabe me lembrar dessas coisas me faz querer voltar ao passado a cada segundo e concertar cada cagada, cada errinho idiota e sem noção, sem motivo que cometi. Escrever tudo isso vem me causando sonhos estranhos constantemente, sempre com pessoas de um passado distante, sempre perturbadores a ponto de me fazer pensar o dia inteiro sobre o sonho. E também 1 sonho único, todos os dias, um sonho com as mesmas cenas, no mesmo lugar, e agora não faço só parte do sonho como também tem outra de mim vendo toda aquela cena horrível. Então começo a me perguntar se ali, naquele momento é que foi solto um gatilho que desregulou toda a minha vida.
Voltando ao meu trabalho...
Foi lá que conheci o traste do Junior, oooh maldição! Que deus me perdoa, mas aquele cara não pode ser filho dele, deve ser enviado do capeta! Conheci ele no gordão porque ele era motoboy. Acabei me envolvendo com ele por intermédio de outra funcionária de lá.
Achava aquele traste um verdadeiro Vin Diesel, um deus grego então quando ele me chamou para sair, não pensei duas vezes, falei para minha mãe que eu estava indo na igreja, quando na verdade estava indo encontrar com ele em frente à igreja. Ele me pegou de moto e eu com uma fantasia na cabeça de que ele ia me levar para dar uma volta. Não, ele me levou para um hotel no centro da cidade, se é que aquilo pode ser chamado de hotel. Me lembro até hoje daquele muquifo. E sim ele queria transar, porém eu não quis e ele ficou meio ''bravo'' porque não ''comeu'' a novinha de 16 anos (ele tinha 31). No início eu não sabia que ele era casado, mas depois quando eu soube já era tarde demais, eu já gostava dele. Mas o Junior foi um belo de um filho da puta que na boa, nem vale a pena falar dele em detalhes. Qualidades? Sim. Quais? Era bonito na época, me ensinou algumas coisas e me mostrou que nem todos os homens iam me tratar como aquele maldito de 2010. Bem, pelo menos ele era carinhoso e não me fez me sentir mal ou ficar com medo.
Depois do Junior eu sai do gordão por uns meses, trabalhei em uma cozinha como auxiliar de cozinha. Meu deus eu lavava louça o dia inteiro. Unhas grandes? Nunca meu bem. Mas depois claro que voltei para o gordão, sai da cozinha e entrei na 100% Vídeo, ou seja, fiquei trabalhando em dois empregos. Um com meu patrão favorito que era um super. Pai para mim, e o outro um lugar que tinha o que eu mais amo, filmes, series e livros. Estava feliz demais com os dois empregos e só com 17 anos. Uma conta no BRADESCO que me liberava 1000,00 de crédito especial todo mês.
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As vezes só é preciso enlouquecer
Storie brevi"Baseado em uma história real , com nomes fictícios ,nada mais que isso". conheça a vida de uma menina que tinha todos os motivos do mundo para ser pior do que se tornou , mas que para a sua mãe ela teria todos os motivos do mundo para ser a Barbie...