[6] - golpes de karaté e outras descobertas

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- Julian! Atende a porra do telemóvel! - grito, desesperada, caminhando de um lado para o outro no balneário feminino

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- Julian! Atende a porra do telemóvel! - grito, desesperada, caminhando de um lado para o outro no balneário feminino. - Atende, merda!

- O que é? 

- Finalmente! Porque demoraste tanto tempo? Estou numa crise existencial.

- Outra vez a pensar em buracos negros ou na relatividade das coisas?

- EU. TENHO. MAMAS. - grito. - Fui vestir a camisola para educação física e, adivinha: Não entra! Porque não me disseste nada?

Após longos momentos de silêncio, ouço uma gargalhada, e outra, e muitas outras se seguiram. Julian realmente acha isto piada?

- Inocente Grace. Não sei o que seria de mim, sem ti. Ou melhor, o que seria de ti sem mim. - continua a gargalhar.

- Não é engraçado. As leggings que eu trouxe quase que não passavam dos quadris e a camisola quase nem sequer passa do peito. E, pior, os meus caracóis estão completamente destruídos por ter tentado ir contra as leis da física. E eu preciso de ir para a aula, agora. Tens de me emprestar alguma coisa. Nem fodendo que eu vou vestir aquela camisola, tens de me emprestar uma!

- Desculpa, bebé, mas não estou na escola. - gargalha, novamente.

- Vai à merda. - desligo, irritada. 

Edward. Eu tenho aula com ele, este ano.

- Gracie?

- Olá. Eu preciso de ti, tipo, urgentemente.

- O que é que se passa? Onde é que estás? Diz-me, que eu vou já ter aí! - ouço um barulho do outro lado da linha e a sua voz rouca tornar-se ofegante.

- Preciso de uma camisola. Bem, tecnicamente, a minha anatomia corporal mudou mais do que eu tinha percebido e, agora, a camisola que eu trouxe não me serve. - tentei amenizar as palavras, porque o à vontade não era tão grande assim. - Estou no balneário.

- Não me assustes dessa maneira, Grace. - diz com uma voz chateada e, antes mesmo de me desculpar, ele termina a chamada.

Fico sentada nos bancos que ladeiam e preenchem o pequeno espaço do balneário, matutando sobre a reação inesperada de Edward, quando ouço passos.

- Toma. - vejo Edward a aparecer com uma T-shirt preta nas mãos, e solto um suspiro de alívio.

Sem pensar muito nisso, atiro-me para os seus braços agradecendo-o infinitas vezes. Ele retribui o abraço e, por momentos, não consigo pensar em mais nada a não ser na transmissão de calor que compartilhamos. As suas mãos assentes sobre a minha pele despida, provocam-me arrepios e as minhas pernas fraquejam.

- Acho que era melhor vestires-te. - Edward, fala. - Podem pensar coisas erradas se te virem só de sutiã comigo.

- Tenho quase a certeza que não. - gargalho forçadamente, vestindo a peça de roupa, que me assenta bem melhor do que a camisola que eu trouxe. A verdade, é que não me sinto constrangida de estar em roupa interior à frente dele (ou de Julian) porque, como Benny faz questão de relembrar constantemente, nós somos praticamente irmãos, crescemos juntos e sempre partilhamos tudo, até à relativamente pouco tempo. E, para além disso, não há grande coisa para ver. - Mais uma vez, muito obrigada.

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